quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NEM MONSTRO NEM JOIA, APENAS MAIS UM BAD BOY DO FUTEBOL BRASILEIRO

Absurdo chamá-lo de monstro, como fez o treinador René Simões após a derrota do Atlético Goianiense para o Santos há uma semana; exagero referir-se a ele como Joia, a exemplo do que tantos veículos de comunicação têm feito ultimamente, já que joia tem o poder de trazer brilho e não problemas aos que a detém. Melhor então encontrar um termo mais apropriado para definir o atacante Neymar; que tal bad boy, uma vez que a fama tem lhe subido à cabeça e o feito enveredar pelos mesmos caminhos trilhados por outros craques do futebol brasileiro, como Romário, Edmundo, Adriano – só para citar alguns mais recentes.

A última do bad boy da Baixada Santista veio com a força de um tsunami e derrubou o treinador Dorival Junior. Ninguém, no entanto, sai ganhando nessa queda de braço; pelo contrário, todos perdem. Primeiro a diretoria, que não teve pulso firme para punir o jogador – as sequelas que a demissão do técnico poderão causar no grupo, cujo relacionamento não é dos melhores, são imprevisíveis. Em segundo o treinador, que perde em credibilidade por não ter sido respeitado em sua decisão de afastar o jogador por tempo indeterminado – diga-se de passagem, ele montou o time que encantou o país no primeiro semestre, conquistando dois títulos importantes. E, por fim, o próprio atacante, que jamais pode ver de novo a cor daqueles 35 milhões de euros oferecidos pelo Chelsea para levá-lo para o futebol inglês; afinal, quem pagaria uma fortuna para correr o risco de comprar um problema em vez de uma solução para o time?

Se nos gramados Neymar é um craque indiscutível, fora dele não passa de um adolescente mimado, acima do bem e do mal e que se julga o dono do time que, teoricamente, teria somente que defender em campo. Cuidado Mano Menezes, a próxima vítima pode ser você!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FATOS HISTÓRICOS OCORRIDOS EM 1910

Alguns fatos históricos ocorridos no ano de 1910: depois de sofrer perseguições por parte do governo chinês, o 13º Dalai Lama – líder budista – foge do Tibet para a Índia; morre em Astapovo, na Rússia, o pacifista Liev Tolstói, um dos maiores escritores de todos os tempos; Thomas Edison inaugura publicamente seu kinetófono - cinematógrafo munido com som –; nasce na República da Macedônia Agnes Gonxha Bojaxhiu – ou melhor, Madre Teresa de Calcutá –, um dos maiores exemplos de solidariedade e amor ao próximo que o mundo já conheceu; chega ao Brasil a Congregação Cristã, igreja pentecostal de origem norte-americana; após assistirem a uma partida de futebol de um time inglês, cinco operários fundam, em São Paulo, o Sport Club Corinthians Paulista, time que transcende os limites do esporte e ganha proporções de uma crença religiosa.

Um século de glórias, milhões de torcedores e dezenas de títulos: Mundial de Clubes da Fifa, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Campeonato Paulista, Torneio Rio-São Paulo, Pequena Taça do Mundo (Venezuela), Copa Cidade de Turim (Itália), Copa das Nações (Estados Unidos), Troféu Ramón de Carranza (Espanha) – só para citar alguns e desmistificar essa história de que o Corinthians não tem passaporte.

Difícil, entre tantas conquistas, apontar a mais importante: para alguns, o Campeonato Paulista de 1977, que marcou o fim de um jejum "interminável" de 23 anos; para outros o Campeonato Brasileiro de 1990 e a explosão do craque Neto - o eterno xodó da fiel – com a camisa alvinegra; outros ainda apontam o Campeonato Brasileiro de 1999, quando nas semifinais, a muralha Dida desconcertou o são-paulino Raí defendendo dois pênaltis quase que simultâneos; e ainda o primeiro Mundial de Clubes protocolado pela Fifa em 2000, numa eletrizante decisão por pênaltis contra o Vasco da Gama, no Maracanã.

Aliás, o Maracanã é um capítulo a parte na história do Corinthians. Quem esteve no "maior do mundo" em 05 de dezembro de 1976, na semifinal do Campeonato Brasileiro, foi testemunha ocular da maior invasão protagonizada por uma torcida visitante registrada desde a invenção do futebol – 75 mil corinthianos coloriram as arquibancadas de preto e branco. Na finalíssima, o título ficou com o Inter, mas a célebre invasão corinthiana se tornou patrimônio do clube de Parque São Jorge e da própria história do futebol brasileiro.

Muitos falam sobre a Libertadores da América; claro, uma competição importante e que iria coroar ainda mais uma trajetória tão gloriosa. Mas a principal conquista não é o Brasileiro, a Copa do Brasil, o Paulista, o Mundial ou a própria competição sul-americana. A principal será sempre a próxima! Parabéns, Corinthians.


José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 22 de junho de 2010

EMPRÉSTIMO DE DEFEDERICO PODE SER UMA BOA PARA O CORINTHIANS

Defederico custou cerca de US$ 5 milhões aos cofres do Corinthians e, apesar de ainda não ter justificado, dentro de campo, o investimento, dificilmente será liberado para atuar por outra equipe - o River Plate já manifestou interesse no empréstimo do meia atacante por um ano.

No que depender da vontade do gringo, a transferência pode ser concretizada a qualquer momento, tanto que inúmeras foram suas declarações enfatizando o desejo de retornar à Argentina. “Aqui não estou tendo espaço para jogar. Estou ficando mais no banco de reservas, e lá o treinador já me conhece. Seria mais fácil de conseguir jogar”, revelou em entrevista ao canal Fox Sports.

Embora seja visto com um grande potencial e sua ascensão é apenas uma questão de tempo, seria até bom que a diretoria do Timão repensasse a situação do jogador; quem sabe atuando, como titular, no River, seu verdadeiro futebol não reaparece e, consequentemente, surge a possibilidade de uma transferência para a Europa? Afinal, não é para render alguns milhões que ele foi contratado? Ficar nesse impasse é que não dá - o “menino” precisa de ritmo de jogo, o que dificilmente terá num elenco tão recheado de meias e atacantes como o do Corinthians.

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 21 de junho de 2010

BRASIL NOTA DEZ, DUNGA NOTA ZERO

É até compreensível que muitos técnicos de futebol não gostem de dar entrevistas coletivas após os jogos, especialmente quando suas seleções não fizeram um bom jogo e toda a imprensa mundial está à busca de explicações. Não é o caso do Brasil que, contra a Costa do Marfim, fez até agora a sua melhor partida na Copa da África, credenciando-se definitivamente como uma das favoritas ao título. Como explicar, então, esse constante mal-humor do técnico Dunga, maquiado por um sarcasmo em forma de risinho sem graça e revestido de uma prepotência inerente a quem se julga viver acima do bem e do mal? Dessa vez, ele não somente foi arrogante com a imprensa como extrapolou todos os limites da indelicadeza. A vítima, o jornalista Alex Escobar, competente profissional da TV Globo e SporTV, que ali simplesmente cumpria seu papel de jornalista - e porque não dizer também, de torcedor, como todo brasileiro. Sabe-se lá por que motivo - ao que parece, um mal-entendido -, o Sr. Dunga interrompeu a entrevista coletiva para insultar o repórter. E foi além: sem perceber que o microfone da sala de imprensa estava ligado, começou a balbuciar palavrões, numa postura nada condizente com a de um comandante da Seleção Brasileira. Reprovável, para não dizer patética!

Na verdade, Dunga nunca foi unanimidade à frente da Seleção, e mesmo depois de quatro anos no comando com resultados expressivos - diga-se de passagem -, ele ainda parece não ter aprendido a conviver com as críticas. No dia 20 de junho, após a bela vitória contra os “leões africanos” em Johannesburgo, aquele que deveria servir de exemplo aos seus comandados simplesmente envergonhou o país - esse é o sentimento que fica para aqueles que, como eu, assistiram à entrevista.

Em vez de criticarem enfaticamente os jogadores argentinos e o técnico Maradona por suas declarações um tanto quanto contundentes - às vezes, até mesmo provocativas -, é bom os brasileiros começaram a notar o que acontece nos bastidores da própria Seleção Brasileira. Provocar ainda faz parte do jogo; agora, insultar, chamar a atenção e o pior, usar palavras de baixo calão contra quem quer que seja, é intolerável.

É claro que o povo brasileiro vai continuar torcendo pelo hexa do Brasil. Entretanto, torcer por um treinador deselegante e despreparado emocionalmente fica muito difícil!

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 18 de junho de 2010

ARGENTINA JOGANDO AO RITMO DAS VUVUZELAS

Depois da Copa de 1986, disputada no México, praticamente as torcidas do mundo inteiro se aderiam à “ola”, aquele movimento que vem das arquibancadas simulando uma onda gigante - e que só tem graça com o estádio cheio, claro. Pois bem, a “ola” fazia parte da cultura futebolística mexicana e agora faz parte da cultura mundial. Na África do Sul, a bola da vez pode até ser a Jabulani, mas a vedete da Copa é, sem dúvidas, a vuvuzela, com seu som estridente - perturbados para muitos -, mas inegavelmente admirável.

Se a moda das vuvuzelas vai pegar como a “ola” mexicana só o tempo vai dizer, mas que pelo menos por enquanto é um sucesso, disso ninguém duvida. E não somente na África; por aqui também, são vendidas aos milhares - talvez milhões -, ainda mais quando as cores se misturam, a do pais anfitrião com as Seleção Brasileira.

Entretanto, deve-se ter muita cautela nas comemorações, para não sucumbir diante de uma desclassificação prematura - o que não seria nenhum absurdo diante do futebol apresentado até agora pelo Brasil. No México, quando a “ola” virou moda, a Argentina foi a campeã? E agora, com uma nova moda, será que a história se repetirá? Os números estão dizendo que sim e as vuvuzelas também, tanto que quando os hermanos jogam, elas soam muito mais alto.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 17 de junho de 2010

MORUMBI: O BARATO SAI CARO

Como sempre faz questão de frisar o presidente Juvenal Juvêncio, o São Paulo é um time diferenteeeeee!!! Realmente o é; afinal, o mesmo estádio que já acomodou - tipo lata de sardinha, é verdade - 146.072 mil pessoas em 1977 no jogo entre Corinthians e Ponte Preta, acaba de ser excluído da Copa do Mundo de 2014 pelo Comitê Organizador. Motivo? Falta de garantias financeiras para viabilizar a reforma: enquanto que o projeto completo custaria algo em torno de R$ 630 milhões, o São Paulo apresentou uma alternativa bem mais modesta, com custo aproximado de R$ 270 milhões. Resultado: o novo projeto nem foi ou será considerado. Pois é, como diz aquela máxima popular: “o barato sai caro”. Golpe duro para a diretoria e os torcedores são-paulinos, comparada até à perda de um título importante. Primeiro porque os dirigentes sonhavam com a reforma - e ainda podem fazê-la, com ou sem Copa do Mundo -, e segundo porque os tricolores poderiam se orgulhar e tirar um pouco de onda com os adversários.

Agora, crescem os rumores da construção de uma nova arena para que a maior cidade do país não fique de fora da festa - sem dinheiro público, como enfatizou Gilberto Kassab -, e a primeira opção seria no bairro de Pirituba, zona oeste da capital. Assim que seja decretada a mais nova campeão mundial em território africano, será realizada uma reunião entre o prefeito, o governador do Estado Alberto Goldman e o presidente da CBF Ricardo Teixeira, com o objetivo de discutir o assunto; quem sabe definir de vez a situação, já que ninguém mais aguenta essa novela.

Embora esteja prestes a aprovar uma proposta para a construção da tão sonhada casa corinthiana, o presidente Andrés Sanchez garante que não preiteia que a abertura da competição seja na arena do Timão. “O Corinthians vai construir o seu estádio, mas não será o da abertura da Copa. Pode até ser utilizado em 2014, se eles quiserem, mas não na abertura”, afirmou lá de Johannesburgo, onde chefia a delegação da Seleção Brasileira. Ele pode até ter dito isso, mas até lá muita coisa ainda pode acontecer.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 16 de junho de 2010

CALA A BOCA, GALVÃO

Que Galvão Bueno, a maior estrela global do esporte não conta com a simpatia de todos os brasileiros, isso não chega a ser nenhuma novidade. Seja em qualquer estádio, o narrador tem sido constantemente achincalhado por um grupo de torcedores; talvez seja por isso que a emissora o tenha tirado de algumas narrações importantes - do Brasileirão, por exemplo -, deixando a responsabilidade a seu substituto imediato Cléber Machado.

Só que em Copa do Mundo, especialmente em jogos da Seleção Brasileira, não tem para ninguém: quem manda é o Galvão! E mais uma vez, mesmo tão longe do país, ele foi hostilizado, não com cantorias da torcida como é comum por aqui, mas com uma faixa com os dizeres: “Cala a boca, Galvão”.

Misteriosamente a tal faixa praticamente desapareceu minutos após o início da estreia do Brasil, como se alguém a tivesse retirado. Por força da Rede Globo? Acredito que não; afinal, ali é território FIFA e manifestações de qualquer natureza são permitidas, desde que não descambem para a violência e para o preconceito. Em Johannesburgo, a brincadeira ficou só na gozação - aliás, como sempre deve ser.

José Donizetti Morbidelli
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