segunda-feira, 31 de maio de 2010

PESCARIA COM CHORORÔ

Boys Don´t Cry - ou, numa tradução literal, Garotos não Choram - diz a música da banda inglesa The Cure. Entretanto, não foi esse o lema dos meninos da Vila na derrota do clássico para o Corinthians, disputado no Pacaembu. Aliás, parece que o chororô virou mesmo moda pelos campos de futebol país afora; e se antes os santistas estavam acostumados a sorrir e ditar o ritmo das arquibancadas com as irreverentes dancinhas, dessa vez o time dançou de verdade diante de um adversário forte na defesa, consistente no meio de campo e eficiente no ataque.

Pescaria completa, com bela atuação do recém-contratado Bruno César e de Ralf, o nome do jogo. Além de anular Paulo Henrique Ganso, o volante ainda se aventurou pelo ataque e, numa bela jogada, deixou sua marca. Quanto ao gol anulado do Peixe, impossível crucificar o bandeirinha Ednilson Corona, mesmo porque o tira-teima da TV Globo revelou que o jogador Marquinhos estava 43 centímetros à frente do último defensor; portanto, em condição de impedimento. Agora, reclamar de falta de Elias no zagueiro Edu Dracena, sem comentários! Noventa por cento dos gols teriam que ser anulados, então.

Com a vitória, mais do que os três pontos que lhe garantem uma folga na liderança do Brasileirão, Mano Menezes parece ter encontrado uma excelente alternativa tática, com Bruno César e Danilo no meio e dois atacantes abertos pelas pontas - Jorge Henrique e Dentinho. Mesmo sem um homem de referência, ele não perde poder de fogo, já que os armadores sempre chegam em condições de finalizar. Foi assim que o novo xodó da torcida balançou as redes pela segunda vez com a camisa do Timão.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 28 de maio de 2010

ROSEMBERG EM BUENOS AIRES: AULA DE MARKETING OU PARA NEGOCIAR DEFEDERICO?

O River Plate, um dos mais tradicionais e populares clubes da Argentina, não tem em seu elenco jogadores com a estirpe internacional de Ronaldo e Roberto Carlos - os garotos-propaganda do sucesso mercadológico corinthiano -, mas mesmo assim está disposto a aprender com um profissional da área como gerir bons negócios explorando o “poder da marca” ou a “marca do poder”. É com o propósito, também, de ensinar que o diretor de marketing do Timão, Luiz Paulo Rosemberg, tomou o avião rumo a Buenos Aires para participar de uma reunião com os dirigentes do time portenho, entre eles o presidente Daniel Passarella. Digo “também” porque certamente será colocada em pauta a situação do meia Matías Defederico, insatisfeito com a reserva e que tem declarado, abertamente à imprensa, seu desejo de ser negociado com o futebol de seu país.

Boa praça, Defederico não é daqueles hermanos encrenqueiros, marrentos e constantemente caçados pelos adversários brasileiros - quem não se lembra o quanto apanhava o atacante Tévez? Se por um lado é absolutamente compreensível essa insatisfação, por outro o gringo ainda não apresentou um futebol tão convincente a ponto de assegurar sua titularidade, ou até mesmo justificar o investimento. E sem essa de falta de ritmo de jogo; afinal, os caras treinam para quê?

Entretanto, ele tem razão em alguns aspectos, e um deles está diretamente relacionado ao departamento de marketing. Onde está o minicraque que a diretoria corinthiana prometeu assim que o negócio com o Huracán foi fechado? Se não saiu até agora, certamente não sairá; ou melhor, pode até ser lançado, mas com uma camisa vermelha e branca em vez de alvinegra.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 27 de maio de 2010

BRUNO CÉSAR: ESTREIA COM GOL E ÓTIMAS PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Ainda é cedo para dizer, mas talvez Mano Menezes tenha encontrado no recém-contratado Bruno César o jogador que possa fazer a bola chegar com qualidade aos atacantes. Aliás, desde a saída de Douglas, em meados do ano passado, que ninguém mais conseguiu no Timão conseguiu exercer essa função – e muitas foram as tentativas: Boquita, Moraes, Defederico, Danilo, enfim...

E logo na estreia, o meia demonstrou que tem estrela. Mal tinha entrado em campo e, numa cobrança de falta, a bola resvalou na defesa prudentina e determinou o empate a manutenção da invencibilidade do Corinthians no Brasileirão. Nada mais justo do que presentear o estreante com a autoria do gol; na verdade, o autor-moral - ou “imoral”, por ser contra o próprio patrimônio - foi o zagueiro Dênis. “Fiquei muito feliz, acho que a minha estreia foi a melhor possível”, comentou o corinthiano, cuja fisionomia não lembra ainda mais um recente ídolo da torcida por não ter uma enorme cicatriz no pescoço.

No clássico contra o Santos, é muito provável que Bruno César seja escalado desde o começo. Resta apenas saber se o treinador irá manter o esquema com três atacantes ou reforçar ainda mais o meio com a eventual volta de Danilo. É bom pensar direitinho, pois contra os pirralhos - no sentido carinhoso - da Vila Belmiro, qualquer erro pode ser fatal.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 26 de maio de 2010

CBF E CORINTHIANS PODEM PASSAR UMA RASTEIRA NO TRICOLOR

Segundo declarações de Ricardo Teixeira, o Morumbi está descartado da Copa do Mundo de 2014; em contrapartida, o presidente da CBF afirmou que a cidade de São Paulo - maior centro econômico do país - não deixará de fazer a abertura da competição. Para isso, ele exige que a Prefeitura dê andamento ao projeto de construir uma nova arena em Pirituba, obra que faria parte do complexo do maior centro de exposições da América Latina. Por sua vez, o prefeito Gilberto Cassab parece estar em cima do muro, horas esperando que o São Paulo apresente as garantia financeiras exigidas pela Fifa para adequação do Morumbi, e horas preocupado com o risco eminente da maior cidade do país perder a festa de abertura – nos bastidores, Belo Horizonte tem trabalhado para tirar esse privilégio da capital paulista.

Correndo por fora, o Corinthians tem uma série de projetos para analisar, todos visando à construção de seu estádio. Nessa semana, inclusive, houve uma reunião do Conselho Deliberativo do clube para avaliar uma das propostas, apresentada pelo banco português Banif com a garantia de execução da obra por parte da construtora alemã Hochtief.

Diante de todo esse imbróglio, não me admira se a CBF e o Corinthians se unirem diante de um propósito comum: a entidade quer porque quer uma arena novinha em folha para fazer média com a Fifa; o Timão quer porque quer um estádio para alegrar a torcida; e a cidade precisa porque precisa sediar a abertura da Copa. Vale lembrar também que, politicamente, a cada dia o presidente Andrés Sanchez tem se fortalecido junto à CBF. Ainda mais agora que ele será o chefe de delegação da Seleção Brasileira na África do Sul, não faltarão oportunidades para discutir o assunto e arquitetar planos com o chefão Ricardo Teixeira. E se realmente tudo isso se confirmar, o que será do Morumbi?

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 25 de maio de 2010

HOMOFOBIA NO PARQUE SÃO JORGE?

Como em qualquer outro segmento social, é claro que também existem gays em qualquer atividade esportiva: na natação, no vôlei, no atletismo, no basquete, enfim. Até mesmo no Ultimate Fighting ou nas academias de musculação, basta olhar para muitos daqueles bombadões para perceber que por trás dos músculos cultuados esconde mesmo a esperança de que, um dia, eles possam sair do armário. No futebol, embora o homossexualismo ainda seja tratado como um grande tabu, não é nem um pouco diferente. Quem não se lembra da recente imagem dos jogadores Zlatan Ibrahimovic e Gerar Piqué, do Barcelona, flagrados por uma câmera nada indiscreta trocando carícias num estacionamento? Gays ou não, a imagem que correu o mundo é pra lá de comprometedora.

Que o homossexualismo no futebol é um fato, não há dúvidas, assim como igualmente verídico é o preconceito que persiste em fazer parte da mente de muitas pessoas. Provavelmente o presidente do Corinthians Andrés Sanchez não seja homofóbico, mas, durante entrevista à Folha de S. Paulo, ele disparou, em defesa dos jogadores mulherengos: “Qual é o problema de ter mulher? Ainda bem. Já pensou se tivesse homem? Eu prefiro jogador que, se for solteiro, tenha dez mulheres do que um homem”.

Exatamente num momento em que tramita no Senado Federal a chamada Lei da Homofobia que, se aprovada, tratará como crime qualquer ato de discriminação contra os homossexuais, o mandatário corinthiano - que, inclusive, será o chefe de delegação da Seleção Brasileira na África do Sul - poderia ter medido melhor as palavras, mesmo que não tenha tido a intenção de discriminar alguém.

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 24 de maio de 2010

PROJETO SÉRIO DE ESTÁDIO NAS MÃOS DOS CONSELHEIROS DO CORINTHIANS

Até 1º de setembro - dia em que o Corinthians completa 100 anos - a diretoria pretende, finalmente, levar a público o projeto definitivo para a construção da arena corinthiana. Assim como a Libertadores, ao longo dos anos assuntos relacionados a estádio têm sido motivo de piada, principalmente por parte dos torcedores adversários; contudo, dessa vez parece que é mesmo pra valer. Enquanto escrevo esse artigo, o Conselho Deliberativo do Corinthians deve estar se reunindo com representantes de um grupo de empresas, lideradas pelo banco português Banif, e que conta com a experiência da Hochtief, construtora de origem alemã que traz em seu portfólio obras como os aeroportos de Dusseldorf e Hamburgo, além das arenas do Kaiserslautern e Dortmund. Segundo consta, o terreno já teria sido comprado e averbado em cartórios de São Paulo e Guarulhos, além dos investidores terem também protocolado o projeto na Prefeitura para a realização dos trâmites burocráticos de aprovação.

De acordo com o projeto, o estádio, localizado a apenas dois quilômetros do Parque São Jorge, terá capacidade para cerca de 56 mil torcedores e poderá até - pelo menos na visão dos corinthianos mais otimistas - servir de opção para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Embora essa proposta seja a mais viável até agora, a diretoria também não descarta outras alternativas, como a ampliação da Fazendinha - talvez não nos moldes do Vicente Calderon, como sugeri anteriormente - ou até o levantamento da obra no terreno de Itaquera, onde funciona o CT das categorias de base do clube. Por trás desse projeto, estariam a construtora Odebrecht e o Grupo Advento. Já, a proposta da Gafisa que previa a construção de uma arena onde hoje se localiza o Playcenter, na Barra Funda, está praticamente descartado.

Enquanto isso, dentro de campo, com a vitória sobre o Fluminense no Pacaembu, o Corinthians continua como 100% de aproveitamento no Brasileirão. Totalização máxima, mas com futebol ainda não muito convincente.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

DIFERENÇA ENTRE CORINTHIANS E FLAMENGO: DUAS SEMANAS

Amor com amor se paga. Sábio dito popular, e que também pode ser aplicado no futebol; basta lembrar das condições em que o Corinthians e o Flamengo foram eliminados da Libertadores 2010. Da mesma maneira que os corinthianos testemunharam o time jogando mais do que o próprio Flamengo no Pacaembu, os flamenguistas viram o Rubro-Negro dominar o jogo contra os chilenos do Universidad de Chile no estádio Santa Laura, em Santiago. A frustração da desclassificação, no entanto, foi a mesma tanto para paulistas como para cariocas.

Coincidentemente, ambos ganharam mas não levaram; coincidentemente ambos fizeram dois gols e tomaram um; e, coincidentemente, ambos não fizeram uma boa partida de ida, fator preponderante para a eliminação. Duas diferenças podem ser consideradas: primeiro que o Corinthians chorou em sua própria casa, enquanto que o Flamengo o fez bem longe do Rio de Janeiro - 2294 km separam a capital carioca da capital chilena -; e, segundo que o time da Gávea já conquistou a Libertadores (1981), enquanto que o Corinthians persegue esse título há quatro décadas.

Enquanto surgem as primeiras piadinhas, do tipo “qual a diferença entre Corinthians e Flamengo? Duas semanas”, resta aos torcedores dos clubes mais queridos do país torcerem pelo sucesso no Campeonato Brasileiro. A possibilidade da conquista da América fica para a próxima temporada. Antes, porém, há um longo e penoso caminho a ser percorrido.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 20 de maio de 2010

PAULO HENRIQUE E NEYMAR SÃO INEGOCIÁVEIS; JÁ, ELIAS, JUCILEI, DENTINHO...

Nenhum outro clube brasileiro dispõe de uma estratégia de marketing tão eficiente quanto o Corinthians e, se dentro dos gramados os resultados na temporada até agora foram aquém do que esperado, fora das quatro linhas não faltam motivos para comemoração. Desde a vinda de Ronaldo para o Parque São Jorge, agregada no início do ano com a contratação de Roberto Carlos, o Timão tem faturado alto com patrocínios, campanhas publicitárias e outras receitas diretamente relacionadas à dupla. Entretanto, o presidente Andrés Sanchez chegou a admitir que será difícil ceder às tentadoras propostas vindas de clubes europeus por seus jogadores na janela de transferência do meio do ano. Entre os mais cobiçados estão os volantes Elias, Ralf e Jucilei, além do atacante Dentinho.

Por outro lado, lá pelas bandas da Vila Belmiro, o presidente Luís Álvaro já enfatizou, inúmeras vezes, que Paulo Henrique Ganso e Neymar não serão negociados até o final de 2011. Claro, se algum clube arcar com as milionárias multas rescisórias, o mandatário não poderá fazer absolutamente nada! E mais: ele garantiu também que fará o possível para renegociar o contrato de empréstimo do atacante Robinho, que interessa ao Milan, da Itália.

Sempre que o departamento de marketing é escalado, o Timão tem dado de goleada no Peixe ou em qualquer outro rival, mas será que, além de estar apresentando um futebol mais bonito, nos bastidores o Santos também irá superar os adversários? Se Luís Álvaro conseguirá segurar suas feras, só o tempo dirá; contudo, não restam dúvidas de que ele tem trabalhado seriamente para cumprir suas promessas.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 19 de maio de 2010

PAZ NUM PARQUE, CRISE NO OUTRO

Historicamente, sempre depois que perdia uma Libertadores, a crise aportava com força no Parque São Jorge. Qual corinthiano não se lembra, por exemplo, de 2000, quando o time foi eliminado nos pênaltis pelo Palmeiras e alguns torcedores tentaram agredir os jogadores? Ou então, em 2006, quando a torcida tentou invadir o gramado do Pacaembu na derrota para o River Plate? Dessa vez o “trauma” parece ter sido menor, e a torcida - como sempre deve ser - lamentou, chorou, aplaudiu, em vez de partir para a ignorância. Sinal de que as coisas estão indo pelo caminho certo. Mas o mesmo não se pode dizer do outro parque - o Antártica. Pelos lados da Barra Funda, a crise parece ter chegado com a força de um tsunami. Sem comando em campo e, infelizmente, administrado como fazem os amadores - não estou dizendo que os dirigentes não sejam competentes -, a instituição Palmeiras, grandiosa, solene, importante - sem qualquer ironia - parece estar jogada às traças.

Depois da desastrosa partida contra o Vasco, no Rio de Janeiro, alguns jogadores saíram para a noite carioca - para comemorar o quê, afinal? E chegaram às 5 da manhã no hotel onde o time estava hospedado. O resultado da indisciplina, ou da falta de ética profissional, ou, chamem do que quiserem é que quem pagou o pato foram o técnico Antonio Carlos e o atacante Robert.

Injusto, claro! Está mais do que claro que os dirigentes alviverdes queriam encontrar um bode expiatório para mostrar quem manda no clube. Só uma pergunta: será que se fossem outros jogadores, como por exemplo o volante Pierre ou o meia Cleiton Xavier, que tivessem saído para a noitada, eles também teriam sido dispensados? Certamente que não; afinal, a mais pura verdade é que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 18 de maio de 2010

CENTRO DE TREINAMENTO GANHA JOGO?

Essa semana o programa SporTV News iniciou uma série de reportagens que pretende apontar o clube de melhor estrutura do país, isso após uma análise dos centros de treinamentos das principais agremiações. Ideia interessante, inovadora e importante também no sentido de fazer com que as equipes se modernizem e que, assim, propiciem melhores condições de trabalho e aprimoramento físico para seus atletas. Independente dos critérios usados na avaliação e de quem seja eleito o mais bem estruturado, fica no ar uma pergunta, a mesma inserida na chamada para o episódio de estreia da série: centro de treinamento ganha jogo?

Sim ou não, digo que há controvérsias. Teoricamente, parece mais que óbvio afirmar que estrutura apropriada correlaciona com resultados positivos, e isso independe do segmento da empresa. Contudo, entende-se por estrutura não apenas os centros de treinamentos, mas a gestão administrativa, a eficiência do departamento de marketing, as relações interpessoais, enfim...

Com todo o respeito, por exemplo, ao Atlético Paranaense - dono do CT do Caju, em Curitiba, onde até a Seleção Brasileira fará os primeiros preparativos visando à Copa do Mundo - e ao Goiás - que treina no moderno CT Edmo Pinheiro, em Goiânia -, mas quantas vezes esses citados times conquistaram um título de expressão nacional? Pelo que eu saiba, somente o Furacão, em 2001. Parece ser um resultado pífio para tanta badalação estrutural, hein!

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

NO ANIVERSÁRIO DE ELIAS, SOUZA É QUEM GANHA O PRESENTE

Onze anos se passaram desde a última vitória do Corinthians sobre o Grêmio no Olímpico, ocorrida no Brasileirão de 1999 (3x0); entretanto, mais do que quebrar seu próprio tabu, o Timão pôs fim também a uma longa série de invencibilidade do time gaúcho, que não perdia em casa, pela mesma competição, desde setembro de 2008.

Em campo, um Corinthians bem postado defensivamente contra um Grêmio mesclado com jogadores titulares e reservas, mais preocupado com a semifinal da Copa do Brasil do que, propriamente, com o início do campeonato nacional. Bem postado sim, mas sem abrir mão de jogar com três atacantes, sinal de que o técnico Mano Menezes reconheceu estar errado ao optar por tantos meio-campistas no decorrer das competições anteriores - Paulistão e Libertadores.

Elias foi o aniversariante do dia, mas quem ganhou mesmo um presentão o foi o atacante Souza; depois de uma falha do lateral Bruno Collaço, que não conseguiu cortar um cruzamento rasteiro de Dentinho, o centroavante, bem colocado, só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes - àquelas alturas, o Timão fazia 2x0. Para quem é constantemente cobrado pela torcida, dois gols em dois jogos não deixa de ser uma boa e promissora média para o decorrer da temporada. O próximo confronto do Corinthians será contra o Fluminense, no Pacaembu, excelente oportunidade para o Alvinegro manter o aproveitamento de 100% e se manter na liderança isolada.

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

CORINTHIANS ENFRENTA TIME MISTO DO GRÊMIO

A um empate de mais uma final da Copa do Brasil, no domingo o Grêmio receberá o Corinthians, em Porto Alegre, provavelmente com vários jogadores reservas. Excelente oportunidade para o Timão, que não tem nenhuma competição paralela com que se preocupar, para se manter entre os primeiros colocados nesse início do Brasileirão 2010.

Ronaldo, com dores musculares, nem foi relacionado para a partida - Souza, um dos destaques da vitória contra o Atlético Paranaense deverá ocupar o seu lugar; no meio de campo, Mano Menezes poderá promover a estreia de Bruno César, contratado junto ao Santo André como mais uma alternativa para suprir a carência no setor desde a saída de Douglas, em meados do ano passado. Aliás, o ex-corinthiano deverá ser um dos poupados pelo técnico gremista.

Numa competição tão longa e desgastante, é sempre bom largar na frente dos postulantes ao título. Foi assim em 1998 e 1999, quando o Corinthians conquistou dois campeonatos seguidos; naquela ocasião, o sistema de disputas ainda não era por pontos-corridos mas, ao final da fase classificatória, o Timão detinha a melhor campanha entre todos os participantes, uma vantagem preponderante para assegurar as conquistas.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 13 de maio de 2010

POR QUE NÃO DEIXAR A FAZENDINHA COMO O VICENTE CALDERON?


Muitos times grandes, como Flamengo, Fluminense, Atlético Mineiro, Cruzeiro, não dispõem de uma arena própria e são obrigados a mandar seus jogos em estádios municipais - no caso específico, o Maracanã e o Engenhão, no Rio; e o Mineirão, em Belo Horizonte. A lista dos clubes inquilinos aumenta ainda mais se considerados os estrangeiros. Só para citar alguns: Roma, Inter, Juventus e Milan, da Itália; Hertha Berlim e Kaiserslautern, da Alemanha; Lyon e Paris Saint Germain, da França; Chelsea e Manchester City, da Inglaterra, enfim...

Apesar de bom - é claro! -, ao que parece, pelo menos no futebol, ter ou não uma casa própria não chega a ser um diferencial para a grandeza do clube. Mesmo assim, pela enézima vez, a diretoria corinthiana pretende apresentar, até a data de aniversário de seu centenário - 1º de setembro - mais um projeto para a construção do tão sonhado estádio da Fiel, sem descartar a hipótese de assumir de vez o “velho” Paulo Machado de Carvalho por um longo período de concessão.

Diante disso, volto a tocar na mesma tecla, depois de uma ideia a mim sugerida e que fiz vir a público em forma de artigo: por que não reformar a Fazendinha? Quais os empecilhos ou exigências impostas pela Prefeitura para viabilizar um projeto para - sei lá - 30, 40 mil pessoas? Como frisei antes, o Parque São Jorge tem algumas características em comum com o estádio do Atlético de Madri; a principal delas é que ambos se localizam às margens de um importante rio. No Vicente Calderon, um dos lados das arquibancadas passa exatamente por cima da avenida que margeia o rio Manzanares.

Apesar de ser um leigo em questões que envolvem engenharia, acredito que há sim possibilidades técnicas para a reforma e ampliação da Fazendinha; o que talvez falte seja um pouco de vontade e bom senso por parte dos órgãos públicos e outros setores envolvidos. Certamente, com uma arena nos moldes do Vicente Calderon, qualquer corinthiano ficaria extremamente satisfeito, sem falar que a região se tornaria muito mais bonita e valorizada.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 12 de maio de 2010

A LISTA DE DUNGA E OS EFEITOS DA NÃO-CONVOCAÇÃO

Diante da imensa ansiedade de alguns jogadores, que nutriam a esperança - algumas remotas, outras quase convictas - de defender a Seleção Brasileira na África, a dúvida que fica após a divulgação da lista dos convocados - a única surpresa foi a presença do atacante Grafite, do Wolfsburg - é se os preteridos de Dunga continuarão com o mesmo estímulo e desempenho nos seus respectivos clubes, alguns deles envolvidos em disputas eliminatórias por importantes competições. É o caso dos santistas Paulo Henrique e Neymar, que enfrentam o Grêmio pelas semifinais da Copa do Brasil; de Adriano, que tenta fazer o Flamengo avançar na Libertadores; e de Miranda, que defende o São Paulo num jogo dificílimo contra o Cruzeiro, também pela competição continental. Aliás, o zagueiro são-paulino, tão elogiado pelos cronistas esportivos de plantão, deve ser um dos mais decepcionados; afinal, muitas foram suas declarações enfatizando o propósito de ir à Copa.

No Corinthians, o lateral esquerdo Roberto Carlos corria por fora, agarrando-se a uma remota possibilidade de preencher a posição mais carente do futebol brasileiro na atualidade. Nada! Nem ele e nem o ex-corinthiano e companheiro André Santos, que hoje atua pelo Fenerbahce, da Grécia, foram chamados.

Resta agora torcer e aguardar se a decisão tomada pelo treinador foi acertada ou ele deu um tiro no próprio pé. Afinal, as críticas serão severas caso o Brasil não conquiste o hexacampeonato. Até já posso ouvir alguns torcedores cornetando: “eu não disse que ele tinha que levar fulano e sicrano”. Entenda-se por fulano e sicrano, especialmente, os santistas Paulo Henrique “Ganso” e o extrovertido Neymar.

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 11 de maio de 2010

É BOM QUE MANO MENEZES CONTINUE NO CORINTHIANS

Ele assumiu o Corinthians um dia depois do rebaixamento para a Série B, em dezembro de 2007, e até hoje - depois de quase dois anos e meio - segue no comando do time. E mais: acaba de renovar contrato até o final de 2011, com a incumbência de retomar o caminho das conquistas e recolocar o Timão na Libertadores da América do próximo ano - a possibilidade que resta é chegar entre os primeiros colocados no Brasileirão 2010.

Até agora, foram três conquistas - a Série B de 2008, o Paulistão e a Copa do Brasil de 2009 -, e duas decepções - a perda da Copa do Brasil de 2008 e a prematura desclassificação do torneio continental, ainda não superada pela torcida. Entretanto, apesar de já não ser mais unanimidade entre torcedores e dirigentes, Mano Menezes demonstrou, com a decisão de continuar, que tem coragem; coragem de dar prosseguimento ao trabalho e não abandonar o barco diante de uma tempestade - como muitos o fazem.

É preciso colocar, de uma vez, por todas um fim naquela filosofia de que o treinador é sempre o único culpado por todas as derrotas da equipe que comanda. É claro que o comandante corinthiano teve sua parcela de culpa, assim como os jogadores e a diretoria. O Corinthians está certo em renovar com o treinador, e o treinador certo em permanecer no cargo, mesmo porque não faltariam adversários interessados em contar com seu trabalho. Agora, uma pergunta para os corinthianos que pediam sua cabeça: você já parou para imaginar o Mano Menezes defendendo outra equipe e sendo campeão em cima do Corinthians? E mais: mesmo que muitos o julguem retranqueiro, há atualmente algum profissional disponível no mercado que conheça mais de futebol do que ele? Eu penso que não. Por isso, boa sorte Mano!

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 10 de maio de 2010

DIEGO SOUZA NO CORINTHIANS?

Durante a partida entre Corinthians e Atlético Paranaense pela primeira rodada do Brasileirão 2010, os torcedores foram surpreendidos pela informação de uma eventual contratação de Diego Souza, afastado do Palmeiras desde o jogo contra o Atlético Goianiense pela Copa do Brasil, por discutir com torcedores quando deixava o gramado do Parque Antártica. Ao ser questionado durante a entrevista coletiva, Mano Menezes evitou falar muito sobre o assunto; entretanto, não aparentou qualquer nenhuma surpresa, sinal de que “onde há fumaça há fogo”. “Ele trabalhou comigo no Grêmio, mas pertence a outro clube”, despistou o treinador.

A Traffic, empresa que detém os direitos federativos do jogador, chegou a receber uma proposta de cerca de 9 milhões de reais do Al-Rayyan, do Catar, oferta prontamente recusada. Mas apesar de declarar que só aceita negociar o atleta em definitivo, no futebol as reviravoltas acontecem de maneira muito rápida. Portanto, não me admira se as negociações avançarem e se, em breve, o meia estiver mudando definitivamente de Parque.

E de repente poderia até ser uma alternativa interessante tentar recuperar o jogador em outro clube, para depois tentar negociá-lo com o futebol europeu. Apesar de vir de um arquirrival, certamente os corinthianos o receberiam de braços abertos; afinal, em tempos de reformulação de elenco, não pode se dar ao luxo de desperdiçar jogadores desse nível disponíveis no mercado. Aliás, há outras equipes, entre elas o Fluminense, já de olho na fera.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 7 de maio de 2010

FAÇAM SUAS APOSTAS PARA O BRASILEIRÃO 2010

Nesse fim de semana terá início mais uma edição do Campeonato Brasileiro - um dos mais equilibrados e difíceis do mundo. Até 05 de dezembro, 20 equipes duelarão em turno e retorno - como acontece desde 2003. E como sempre acontece antes do início de qualquer competição, a pergunta é: quem está melhor preparado, quem tem ou formará um elenco para suportar essa maratona de 38 jogos?

Grande campeão paulista - e com méritos -, o Santos surge como uma das principais forças, mas corre o risco de perder peças importantes na janela de transferência para a Europa no meio do ano. Robinho, Neymar e Paulo Henrique, principalmente se forem convocados para a Copa do Mundo, deverão ser bastante assediados. Sempre cotado como um dos favoritos, o Corinthians também vem forte - a dúvida é como o time reagirá nas primeiras rodadas, depois de uma traumática eliminação na Libertadores. Detalhe para os corinthianos que apostam em coincidências: em 2005, o último jogo do Timão foi contra o Goiás, no Serra Dourada. E adivinhem onde e contra quem será esse ano? O São Paulo, ao menos por enquanto, dividirá as atenções entre duas competições, o que pode ser prejudicial; já, o Palmeiras, é uma incógnita total.

No sul, as expectativas ficam por conta do Grêmio, que montou uma bela equipe, e o Internacional; em Minas, o Cruzeiro é sempre forte enquanto que o Atlético, que até tem um bom time, vai tentar acabar com a fama de “cavalo paraguaio” - no ano passado, o Galo, que chegou até a liderar o campeonato, decepcionou no final. E no Rio, bem, com todo respeito aos cariocas, não vejo ninguém em condições de brigar pelo título; nem mesmo o Flamengo, altivo e inflamado pela recuperação na Libertadores depois de uma primeira fase medíocre, classificando-se na bacia das almas – como diz o ditado. Entretanto, como futebol é uma caixinha de surpresas, tudo pode acontecer. Façam suas apostas!

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 6 de maio de 2010

METADE DE SÃO PAULO LAMENTA, A OUTRA METADE COMEMORA

No livro O Estrangeiro, do escritor franco-argelino Albert Camus, quando o juiz questionou a Mersault o motivo dele dar quatro tiros no árabe, ele respondeu: "o culpado foi o sol". Se perguntar aos corinthianos porque o time foi eliminado da Libertadores, muitos poderão dizer: "a culpada foi a chuva". Absurdo em ambos os casos, claro! É evidente que a chuva praticamente impediu que houvesse jogo no Maracanã - e foi lá que o Flamengo, fazendo uso do regulamento - conseguiu a vantagem mínima que lhe daria a classificação. No Pacaembu o Timão tinha todas as condições de reverter a situação e, quando tudo parecia caminhar bem, o imprevisível aconteceu.

Metade da cidade de São Paulo, ou do Estado, acordou triste nessa manhã de quinta-feira, 06 de maio - a outra metade, formada por são-paulinos, palmeirenses e santistas - levantou sorridente. Com ou sem Libertadores, o Corinthians é o time faz o país parar para vê-lo; que desperta um ódio mortal e uma paixão imensurável; que enriquece emissoras de TV, anunciantes e até operadoras de telefonia celular - muitos foram os torpedos que recebi. Obrigado a todos, pela lembrança. E haja piadinhas: "Corinthians na Libertadores é como o Chaves: todo mundo já sabe o final, mas ninguém deixa de assistir" - essa, eu ouvi hoje no Jornal da CBN e, aliás, o Heródoto Barbeiro nem apareceu para apresentar o programa (rs) -; "Corinthians na Libertadores é como a Espanha na Copa do Mundo, só participa e decepciona". Entretanto, só se cobra de time grande, que tem condições de vencer qualquer torneio - até mesmo uma eventual Libertadores. Ninguém fala nada, por exemplo, de Atlético Mineiro, Fluminense e Botafogo - apesar de também serem equipes respeitadas. Com o Alvinegro, a emoção, a provocação, a ironia, tudo é infinitamente maior!

Em campo, não faltou garra, vontade, determinação. O que faltou foi, talvez, um pouco de sorte. Como reconhecimento, em vez de quebrar os alambrados e invadir o gramado, como tem sido uma constante nas últimas eliminações do torneio, a torcida aplaudiu. Chorou sim, mas um choro abafado por aplausos e cantos de incentivo. Foi bonito! Vagner Love e Bruno foram os destaques do Flamengo, curiosamente dois jogadores que já estiveram com um pé no Corinthians - um deles até posou para fotos com a camisa 9. Ironias do futebol!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 5 de maio de 2010

MELHOR REFORÇAR A SEGURANÇA E OS ALAMBRADOS DO PACAEMBU

Embora o presidente Andrés Sanchez acredite que não haverá nenhuma manifestação da torcida no caso da eliminação do Corinthians na Libertadores, é sempre “melhor prevenir do que remediar”; afinal, o jogo contra o Flamengo é de alto risco e há muitos precedentes que devem ser levados em consideração. Quem não se lembra, por exemplo, da noite de 2006? Na ocasião, a massa enfurecida só não conseguiu invadir o gramado do Pacaembu graças ao esforço sobre-humano de poucos policiais que valentemente se detiveram em frente a milhares de torcedores. Em campo, o Timão deu adeus a mais uma edição da competição, diante de um velho e conhecido algoz: o River Plate.

Dessa vez, a situação parece ser um pouco diferente. Como adversário, um rival nacional, que desperta tanto amor e ódio como o próprio Corinthians - só que já conquistou a Libertadores, em 1981. Em campo, uma vitória simples do Alvinegro (1x0) levará a decisão da vaga para os pênaltis; e a seu favor, um time mais experiente e maduro que, apesar de não estar jogando bem, tem plenas condições de conseguir a vaga no tempo regulamentar.

A Polícia Militar de São Paulo parece estar se preparando devidamente, com um efetivo geralmente usado para grandes decisões. O “verdadeiro” corinthiano também irá fazer a sua parte, ou seja, torcer e apoiar o time, sem extrapolar aquela linha tão tênue que às vezes separa a paixão da insensatez. E nos gramados, o que se espera é que o time também corresponda, que faça justiça ao coro que vem das arquibancadas: “vamos jogar com raça e com coração”. Ganhar ou perder faz parte do jogo; o que é inadmissível é a passividade, a acomodação ou, num linguajar mais próximo do torcedor comum, a falta de amor à camisa.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 4 de maio de 2010

MANO MENEZES DEVERIA OPTAR POR UMA ESCALAÇÃO MAIS OUSADA

Ganhar ou ganhar e, se possível, sem tomar gols. Essa é a árdua missão que o Corinthians terá pela frente no confronto diante do Flamengo, no Pacaembu. E para quem precisa fazer mais de um gol e, assim, evitar de levar a decisão da vaga para a disputa de pênaltis, nada melhor do que uma formação mais ofensiva - o que ate agora não aconteceu na temporada inteira.

Diferente de como atuava no ano passado com três atacantes, o treinador alvinegro tem preferido uma formação mais cautelosa e que, segundo ele, dá maior consistência ao meio de campo e, consequentemente, à defesa. Tal esquema tático pode até funcionar, mas para quem joga por um empate - longe de ser o caso do Corinthians.

Fica a expectativa para o jogo. Será que o gaúcho irá optar por quatro jogadores no meio ou será, ao menos dessa vez, um pouco mais ousado? Vale salientar que, nessa esquema atual, até o polivalente Elias anda ainda não reencontrou seu jogo e caiu muito de produção. Uma alternativa arriscada mas corajosa seria a saída do volante Ralf, recuo de Jucilei e a volta de Elias para sua função original, a de segundo volante e elemento surpresa. Danilo complementaria o meio de campo, e o ataque formado pelo trio Jorge Henrique - ou Iarley -, Ronaldo e Dentinho, ficaria com maior poder de fogo, mesmo que o Fenômeno fora de forma e de ritmo de jogo. Se prevalecer aquela tese luxemburgueana de que “o medo de perder tira a vontade de ganhar”, então é bom o treinador corinthiano pensar bem antes de colocar seu time em campo. Mesmo porque, a cada dia as portas do Parque São Jorge parecem ficar cada vez mais abertas para a volta do treinador que hoje defende o Atlético Mineiro.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 3 de maio de 2010

DERROTAS COM GOSTO DOCE - PARABÉNS AOS CAMPEÕES REGIONAIS

No Olímpico, o Grêmio foi batido pelo Inter (0x1), mas conquistou o título gaúcho; em Salvador, deu Bahia no clássico Ba-Vi em pleno Barradão, mas o Vitória também se sagrou campeão; no Castelão, o Ceará venceu o rival Fortaleza (2x1), que nos pênaltis levou o caneco. Por fim, em São Paulo - com mando de campo do Santos, no Pacaembu -, os “meninos da Vila” - que de meninos mesmo só tem uns três ou quatro - foram surpreendidos por um aplicadíssimo Santo André (2x3); e mesmo com sufoco e erro da arbitragem ao anular um gol legítimo do time do ABC, o título ficou com quem demonstrou o melhor futebol ao longo da competição.

Nunca na história dos regionais foram tantos os times que se sagraram campeões perdendo os jogos finais; aliás, nunca as derrotas tiveram um gosto tão doce. Sinal de que alguma coisa está mudando no futebol: será que as equipes estão mais conscientes e entrando em campo com o regulamento debaixo do braço? Até mesmo o Santos, com seu poderio efetivo, não se atreveu muito a atacar o Ramalhão, o que é compreensível quando se joga com desvantagem numérica de jogadores e de placar. Louvável a atitude do meia Paulo Henrique, segurando a bola no ataque e chamando faltas num momento em que o time mais precisava de liderança. Quanto a Neymar, podem dizer que ele é malinha, que cai-cai e que suas entrevistas são fúteis, mas o moleque é craque e, com a bola nos pés, faz de seu companheiro Robinho um mero coadjuvante.

Parabéns aos campeões estaduais, e aos adversários que valorizaram cada uma das conquistas. Só para não passar batido, em Minas o Galo quebrou a hegemonia cruzeirense; um dos poucos a comemorar duplamente: a vitória no jogo contra o Ipatinga (2x0) e o título estadual. Ao que parece, pó r lá também a “filosofia” de Luxemburgo parece estar dando resultado.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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