sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CHEGOU A HORA DE ACERTAR AS CONTAS COM O PALMEIRAS

De 1998 a 2003 o São Paulo foi o principal saco de pancadas do Corinthians - o time do Morumbi perdeu Paulistão, Copa do Brasil, semifinal de Brasileiro, Torneio Rio-São Paulo, enfim, um período que são-paulino nenhum gosta de relembrar. Depois, de 2003 a 2007 foi a vez do Tricolor assumir uma série de vitórias sobre o time de Parque São Jorge - se bem que nenhuma partida eliminatória ou decisiva. Até que, em 2007, o zagueiro Betão, com um gol no final do confronto pelo campeonato nacional daquele ano, pagou todas as contas - com juros e correção monetária. De lá pra cá, jamais o Timão foi derrotado novamente, seja no Pacaembu ou no Morumbi.

Contra o Santos, nenhum tabu que tenha existido no confronto entre as duas equipes é capaz de apagar a humilhação dos 7x1 pelo Brasileirão de 2005. O Peixe sucumbiu diante de uma atuação de gala da dupla de ataque alvinegra, formada por Tevez e Nilmar. No semblante dos jogadores santistas, o desespero pelo apito final; o Timão poderia ter feito 8, 9, 10, 11 e tornado o vexame muito maior.

A nível nacional, a rivalidade entre paulistas e gaúchos se acirrou bastante nos últimos anos, quando o Internacional - grande algoz do Timão no Brasileiro de 1976 -, depois de chorar pelo vice-campeonato de 2005, lamentou também a perda da Copa do Brasil deste ano, diante de um Corinthians quase que imbatível.

Agora, resta ao Corinthians acertar as contas com o Palmeiras, já que o Palestra não é derrotado pelo arquirrival desde 26/10/2006, quando marcou 1x0 pelo Campeonato Brasileiro. Desde então foram seis jogos, com cinco vitórias verdes e um empate. Está mais do que na hora de reverter esse placar, o que pode acontecer no confronto de domingo em Presidente Prudente. Aliás, já que o time de Mano Menezes não aspira a mais nada na competição além de uma colocação honrosa, uma vitória pode apagar, de vez, a campanha ruim do segundo semestre. Para muitos corinthianos, pode valer até bem mais do que isso: o gostinho de um verdadeiro título.


José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AS APOSTAS ENTRE DENTINHO E DEFEDERICO

Dentinho e Defederico jogam praticamente na mesma posição - o gringo até tem tentado se adaptar como meia armador, mas o negócio dele parece mesmo ser o ataque, partindo com a bola dominada ou servindo como opção para os homens do meio de campo. Independente da disputa por um lugar entre os titulares, os dois atacantes têm se relacionado muito bem fora dos gramados, com até apostas para descontrair o ambiente e, claro, dar mais uma injeçãozinha de motivação no elenco. A última rendeu ao argentino um churrasco no valor de R$ 100, justamente por ter balançado, pela primeira vez, as redes adversárias com a camisa do Timão.

Antes, por ocasião do jogo entre Uruguai x Argentina, valendo vaga para a Copa do Mundo 2010, Defederico já tinha faturado uma graninha ao apostar na classificação de seu país. A seleção de Maradona, jogando fora de casa como o Corinthians, também venceu por 1x0.

Dificilmente Mano Menezes irá escalar os dois juntos no clássico contra o Palmeiras, domingo, em Presidente Prudente. Mas seria bom se rolasse mais uma apostinha, e quem sabe, dessa vez, Dentinho não possa levar a melhor!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

NOVO CT DO CORINTHIANS: PRÁTICA ESPORTIVA E CONSCIENTIZAÇÃO ECOLÓGICA COM ESTRUTURA DE PRIMEIRO MUNDO

Qualquer engenheiro gostaria de trabalhar com exclusividade para o Corinthians; afinal, ao longo de sua história, o que o time já desperdiçou de dinheiro com plantas e maquetes de estádios é uma grandeza. Contudo, enquanto os projetos de arena não saíam do papel, o clube ia acumulando títulos e mais títulos - os principais conquistados em pleno Morumbi, para a indignação dos tricolores.

Finalmente agora, o projeto do novo Centro de Treinamento apresentado pela diretoria e que conta com a credibilidade e profissionalismo do médico Joaquim Grava – um dos envolvidos na reforma - irá, de fato, ganhar vida. E com status de primeiríssimo mundo. Com previsão de conclusão total das obras para o segundo semestre de 2010, o CT contará com toda a infraestrutura necessária para o treinamento e condicionamento físico dos atletas - vários campos de futebol, ginásio, alojamento, sala de imprensa, anfiteatro, sala de musculação etc. Além disso, o espaço deverá ser usado por alguma delegação estrangeira durante a preparação para a Copa do Mundo de 2014.

Se não chega a ser um lema, agregar a prática esportiva com conscientização ecológica pode ser visto como uma estratégia de responsabilidade social - ou um propósito, e dos mais louváveis! Cercado de mananciais e muito verde - coisa rara na capital paulista -, o Centro de Treinamento do Timão traz ecologia até no nome: CT do Parque Ecológico do Tietê. Não bastasse, situa-se às margens da Ayrton Senna - principal via de ligação para o Aeroporto Internacional de Guarulhos -, rodovia que homenageia um dos corinthianos mais ilustres. Melhor coincidência impossível!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O CORINTHIANS DEVERIA TER CONTRATADO O MEIA RICARDINHO

Dá para contar nos dedos de uma única mão os meias de armação de qualidade no futebol brasileiro, e o ex-corinthiano Douglas era um deles – senão o melhor. Apesar de constantemente criticado pela torcida, por diversas vezes o meia desequilibrou, colocando os companheiros na cara do gol. Só agora, meses depois que sua ida para o futebol turco, que a ficha parece ter caído: como Douglas tem feito falta ao Corinthians!

Nesse período, muitas foram as tentativas de Mano Menezes para suprir essa carência: Edno, Defederico, Edu – até o jovem Boquita fez uma tentativa. Contudo, nenhum deles se enquadrou, pelo menos até agora, em esquema tático do treinador. Enquanto isso, por meses a fio, um velho conhecido e ídolo da fiel esteve disponível no mercado, e que cairia como uma luva na meia cancha alvinegra: Ricardinho!

Em poucas partidas disputadas pelo Atlético Mineiro, o craque tem mostrado para o que veio, liderando o Galo rumo à liderança da competição. Juntamente com Dentinho e um bom lateral esquerdo, Ricardinho poderia muito bem reeditar o melhor lado esquerdo do futebol brasileiro de alguns anos. Muitos foram as conquistas ao lado de Kleber, hoje no Internacional; e Gil, recém-contratado pelo Flamengo.

Enquanto o time espera pelo argentino Riquelme, a solução, pelo menos momentânea, parecia muito mais próxima do que muitos imaginavam; agora, não faço a menor ideia do motivo da diretoria não ter ido atrás do meia.


José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

BRINCADEIRA TEM HORA

As declarações do jogador Ronaldo, antes do jogo contra o Cruzeiro no Pacaembu, soaram - no mínimo - contraditórias com o que ele próprio disse após o Timão amargar mais uma derrota em casa. Novamente, com seu jeitão simpático e irreverente, o atacante afirmou que o Corinthians entraria em campo para "brincar de jogar futebol", para no final disparar: "Ninguém está fazendo a sua parte; temos que arriscar mais, apertar, mas não estamos fazendo nada disso".

Brincar de jogar futebol parece que é o que o Corinthians tem feito desde que conquistou a Copa do Brasil e conquistou, antecipadamente, a vaga para a Libertadores de 2010. Com o constante sobe-e-desce na tabela, principalmente entre os primeiros colocados, se não fossem tantas "brincadeiras" certamente o Timão estaria entre os candidatos ao título.

Brincadeira tem hora! Futebol é assunto sério, envolve investimentos, visibilidade e, sobretudo, emoção - a emoção de milhões de torcedores. Não dá, portanto, para "brincar de jogar futebol", mesmo que o time esteja descompromissado, só aguardado o fim da temporada para recolocar as coisas nos seus devidos lugares.

Mesmo que o Corinthians não corra riscos de rebaixamento na competição, a situação é preocupante. A falta de um lateral esquerdo e um meia armador ainda tem tirado o sono de Mano Menezes, logo dele que nunca brinca de ser treinador.
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

500 REAIS POR JOGO NA LIBERTADORES – O FUTEBOL ESTÁ SE TORNANDO UM ESPORTE DE ELITE

Que o preço dos ingressos para os jogos do Corinthians na Libertadores terão aumento, isso não resta a menor dúvida. Agora, cobrar até R$ 500 - como matéria publicada pelo portal do Estadão - chega a ser um disparate, mesmo em se tratando do setor Vip, com lanchinho, refrigerante, ou sei lá o quê...Pois é essa uma das muitas maneiras que a diretoria corinthiana - que pretende arrecadar 5 milhões de reais por partida - parece ter encontrado para amortizar a dívida do clube e manter um elenco forte na próxima temporada.

Independente dos valores que serão cobrados, certamente o Pacaembu estará sempre lotado – a capacidade do estádio foi ampliada para 40200 lugares. Afinal, o torcedor corinthiano sempre foi diferenciado dos demais; seja no bom ou no mal momento, ele incentiva o tempo todo e jamais abandona o clube. Dessa vez, os que ganham salário mínimo - e são tantos - terão que se contentar em ver os jogos pela televisão. Bem, eu mesmo faço isso na maioria das vezes...

Um amigo de Belo Horizonte, torcedor do Galo, comentou comigo que o ingresso para o setor geral do Mineirão custa R$ 2 - isso mesmo, dois reais! -, e estudante ainda paga meia entrada. Diante dessa discrepância de valores, parece que o futebol - pelo menos em São Paulo - cada vez mais está se tornando um esporte de elite. Bom para os clubes, ruim para o "pobre" do torcedor comum - o verdadeiro fiel torcedor, que não tem Pay Per View e High Definition. Mas, se em campo o time corresponder e ganhar a Libertadores, ninguém irá reclamar dos preços dos ingressos. O problema é se não ganhar!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

LUISÃO - MAIS UM PARA O BANDO DE LOUCO?

Parece que agora está virando moda jogador de futebol participar de festas organizadas por torcidas; depois do imbróglio envolvendo o cruzeirense Kleber, recentemente visto numa festa da torcida Macha Alviverde - a principal facção organizada de seu ex-time, o Palmeiras -, agora é a vez de Luisão, da Seleção Brasileira, visitar a Gaviões da Fiel. Só que dessa fez sem qualquer polêmica; afinal o zagueiro joga no Benfica.

O que é inevitável, nessas situações, é evitar as especulações envolvendo transferências de jogadores. Copa do Mundo, ano do centenário se aproximando – no caso específico do Corinthians, que precisa se reforçar –, enfim, será que por trás de uma "simples" visita do zagueiro à principal torcida alvinegra pode gerar alguma surpresa? Difícil, além de valorizado na Europa por integrar o grupo de Dunga, Luisão acaba de renovar contrato com o clube português até 2013 e ganha cerca de 1,3 milhões de euros por temporada - ele é um dos atletas mais bem pagos do elenco.

Contudo, em se tratando de Corinthians, o céu é o limite. Para quem já trouxe Ronaldo - quando todos davam a contratação como impossível -, e sonha com o meia Riquelme, nada mais surpreende. Só o tempo para dizer se Luisão irá, um dia, vestir a camisa do Timão; até mesmo porque a zaga de Mano Menezes está muito bem servida com Chicão e William. Mas que ele parece bem disposto a entrar para o bando de louco, ah isso parece!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ATLÉTICO MINEIRO - O TIMÃO DE MINAS GERAIS

Corinthians e Atlético Mineiro já decidiram um título brasileiro - o de 1999 e, na ocasião, deu Timão. Entretanto, nos últimos anos as relações entre as duas diretorias têm sido a melhor possível. Prova disso é que, atualmente, nada menos do que cinco jogadores que integram o elenco do time mineiro já vestiram a camisa do clube de São Paulo - os laterais Coelho e Wellington Saci; o volante Carlos Alberto; o atacante Marques; e o meia Ricardinho que, inclusive, defendia o Corinthians na conquista de 1999. E certamente os ex-corinthianos irão fazer de tudo para desbancar os rivais do alvinegro paulista - Palmeiras e São Paulo - na briga pelo título.

Motivo mais do que suficiente, além do uniforme preto e branco, para a fiel torcida entoar o hino atleticano na reta final do Brasileirão - já que seu time não tem mais chances de levantar a taça. E, se recordar é viver, dá gosto de ver o craque Ricardinho jogar! Mesmo com seus 33 anos e ainda meio forma de forma, o meia dá tranquilidade e comanda o time, além de infernizar a torcida adversária com passes precisos, senso de colocação e rapidez de raciocínio. Sem dúvidas, uma bela contratação!

Ironicamente, Galo e Timão se encontrarão pela última rodada do campeonato - Mano, que cogita em dar férias antecipadas a seus comandados, provavelmente escalará um time reserva. Por isso, é bom os demais candidatos ao título tentarem decidir a competição antes da rodada final; afinal, o jogo no Mineirão tem todos os ingredientes para se tornar uma grande festa entre os alvinegros.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

terça-feira, 20 de outubro de 2009

RANKING DOS CAMPEÕES BRASILEIROS

Duas competições de clubes fazem parte do calendário anual da CBF – a Copa do Brasil, disputada no sistema mata-mata; e o Brasileirão, que desde 2003 vem sendo disputado por pontos corridos. Vencer qualquer um desses campeonatos tem sido o principal objetivo dos times brasileiros, e a importância das conquistas se traduz nos próprios números: estádios e cofres cheios, premiações, maiores cotas de patrocínios e a possibilidade de disputa de torneios internacionais.

Campeonato de tiro mais curto, a Copa do Brasil – criada em 1989 e que teve o Grêmio como primeiro campeão – , logo se tornou a coqueluche do primeiro semestre. Emocionante e sempre com estádios lotados, a competição também já teve equipes de menor expressão levantando a taça, como Criciúma, Juventude, Santo André e Paulista. Já, o Brasileirão teve o Atlético Mineiro como primeiro campeão, em 1971, e hoje é o principal campeonato de clubes do país; contudo, sem a mesma emoção da Copa do Brasil, justamente pela forma de disputa.

Considerando, portanto, as duas principais competições, segue abaixo o ranking dos maiores campeões do futebol brasileiro – sem considerar a Taça Brasil – torneio disputado entre os anos de 1959 a 1968 entre os campeões estaduais –, que tem o Santos como o grande vencedor – time da Baixada faturou o caneco por seis vezes.

1º Corinthians e Flamengo.....7 conquistas
3º Grêmio e São Paulo.....6 conquistas
5º Cruzeiro e Palmeiras.....5 conquistas
7º Internacional e Vasco.....4 conquistas
9º Fluminense, Santos e Sport.....2 conquistas

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

DERROTA NOS GRAMADOS, DERROTA NAS PISTAS

O capitão William e o lateral Balbuena devem estar procurando os atacantes Arce e Wilson – aliás, dois jogadores que já passaram pelo Corinthians – até agora. Foram eles quem deram números à merecida vitória do Sport, na Ilha do Retiro. Com esse resultado, o time pernambucano deu uma respirada e ainda alimenta as chances de escapar da degola, enquanto que o alvinegro paulista despencou na tabela e corre o risco até de ficar de fora da Copa Sul-Americana.

Horas antes da partida em Recife, o país inteiro estava de olho em Rubens Barrichello, que disputava a penúltima prova do ano em Interlagos. Contudo, a oitava colocação do brasileiro aliada à quarta posição de seu companheiro de equipe Jenson Button, deu o título ao inglês. Decepção em dose dupla para os corinthianos, já que Barrichello é torcedor declarado do Timão e tem desfilado a camisa preta e branca pelos autódromos do mundo.

Resta a Rubinho pensar na próxima temporada, se bem que ele ainda briga pelo vice-campeonato – ele correrá pela Williams em 2010. Por sua vez, os jogos do Corinthians – que há muito já pensa na Libertadores – têm sido um ótimo remédio para quem quer tirar um bom cochilo nos domingos à tarde. Como não é o meu caso, ainda bem que em outro canal o Flamengo dava show contra o Palmeiras – lá sim, dava para ficar com os olhos bem abertos.


José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

DE VOLTA AO CALDEIRÃO DA ILHA DO RETIRO

Nenhum torcedor corinthiano gosta de lembrar da última vez que o time jogou na Ilha do Retiro – foi pela final da Copa do Brasil de 2008. Depois de uma boa vitória na partida de ida em São Paulo, Mano Menezes e seus comandados praticamente davam como certa a conquista, mas o que o "vidente" Carlinhos Bala – que hoje defende o Náutico – previu, acabou acontecendo. Com dois gols assinalados ainda no primeiro tempo, o Leão da Ilha prorrogou por mais um ano a espera corinthiana pelo tricampeonato.

Agora, no entanto, a situação é bem diferente. Enquanto o Timão já tem vaga assegurada para a Libertadores 2010, o Sport briga, rodada a rodada, para fugir da zona de rebaixamento. Esse é apenas mais um dos ingredientes que prometem fazer do jogo uma verdadeira batalha. Se pelo lado dos corinthianos, todo mundo evita tocar no assunto, é evidente que sempre fica aquele gostinho de ravanche – a torcida do Náutico e do Santa Cruz engrossam o coro dos alvinegros para afundar ainda mais o rival, que ruma a passos largos à segundona.

Excelente teste para o novo time de Mano que começa a se desenhar, já pensando na temporada 2010. Apesar dos mais experientes estarem acostumados a jogar sob pressão, alguns que se integraram ao grupo esse ano – como Jucilei, Edno e o próprio Defederico – precisam começar, desde já, a entrar no clima. E a temperatura quente da Ilha do Retiro será bem parecida com o calor dos gramados sul-americanos que o time encontrará no próximo ano.
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O HOMEM DOS 50 MILHÕES

O ano de 2009 tem sido de fartura financeira para o Corinthians – grandes bilheterias, campanhas inovadoras de marketing, programas para sócio-torcedores, patrocínios milionários –, e sem dúvidas um dos grandes responsáveis por toda essa grana têm sido o craque Ronaldo que, além de belos gols, tem dado uma de lobista e marqueteiro para o alvinegro paulista.

A imagem do craque – tão explorada pela Rede Globo para aumentar seus índices de audiência– tem chamado também, e muito, a atenção do empresário Sílvio Santos. Tanto que o lendário apresentador parece mesmo disposto a abrir seu baú para levar o Fenômemo para o SBT. Verdade ou não, cogita-se nos bastidores que ele tenha oferecido cerca de 50 milhões para que o craque se torne garoto propaganda de suas empresas.

E as especulações não param por aí. Como o contrato entre a Batavo e o Corinthians se encerra no final do ano, é bem provável que o mandatário esteja disposto a comprar o espaço mais nobre da camisa alvinegra, justamente no ano do centenário do clube – o Banco Panamericano, que faz parte do grupo SS, já ocupa uma parte das costas.

Se isso realmente acontecer, seria muito divertido assistir aos jogos do Timão pela Rede Globo com o logo do SBT. Engraçado para o público, porque quem vai rir mesmo – e de orelha a orelha – serão o atacante e a diretoria corinthiana, com os cofres ainda mais abarrotados. É esperar para ver.


José Donizetti Morbidelli

Jornalista

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

JOGO PARA SAIR FAÍSCA

Pior do que Brasil x Venezuela, com a seleção brasileira já classificada para a Copa 2010, são aquelas partidas arranjadas pela CBF e patrocinador para arrecadar dinheiro. A grande opção essa semana para os que acompanham futebol é sem dúvidas Uruguai x Argentina, partida decisiva que carimbará o passaporte de um dos dois para a África do Sul.

Vai ser duro para os visitantes arrancarem, no mínimo, um empate no lotado e lendário Estádio Centenário, em Montevidéo. Para os uruguaios, basta uma vitória simples – também vai ser duro furar a retranca argentina, motivada depois da dramática partida contra o Peru em Buenos Aires.

Imperdível, um dos maiores clássicos do futebol sul-americano. E nessas circunstâncias então, um jogo para sair faísca e entrar para a memória dos torcedores – seja qual for o resultado.
Lamentável mesmo é apenas uma pequena parte da população brasileira – que dispõe de TV paga – possa acompanhar o jogo. A grande maioria terá que se contentar com o "amistoso" da seleção canarinho. E o que é pior: no horário da novela das sete.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A ARGENTINA ESTÁ MUITO VIVA!

Que moral tem a seleção peruana de reclamar pela não marcação de impedimento no gol que deu a vitória à Argentina pelas eliminatórias, e que assim ainda manteve os hermanos com chances de classificação para a Copa 2010? Só para informar os mais novos e refrescar a memória dos mais velhos, a imagem dos peruanos está arranhada desde 1978, quando o time entregou o jogo e a vaga à final para a mesma Argentina – isso não há tempo que possa apagar.

Mas alguém pode dizer: "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa" – aliás, parafraseando o jargão de um nobre jornalista. Embora tenha faltado futebol, a Argentina foi valente – como é inerente á própria raça –, e o gol, impedido ou não, foi mais do que merecido.

Os brasileiros podem até torcer contra, mas bem lá no fundo todos querem a seleção de Lionel Messi e companhia classificada. Assim como não dá para imaginar um campeonato mundial sem o Brasil, também não teria graça uma competição sem a participação de uma Argentina, uma Itália, uma Alemanha...

Longe de Maradona ser um grande treinador, mas aquele mergulho sobre o gramado encharcado do Monumental de Nuñes valeu até mais do que o gol de Palermo. Ali ele mostrou que o time pode decolar; a parada é duríssima mas a esperança é grande. Detalhe: nas eliminatórias para a Copa do México em 2006, a Argentina também sofreu para se classificar – inclusive, contra o Peru –, e a final dessa história todo mundo está cansado de saber.


José Donizetti Morbidelli

Jornalista

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

AS DUAS FACES DE UM TIME

Esses dias eu assisti novamente ao filme As Duas Faces de m Crime (Primal Fear), um suspense estrelado por Richard Gere e Edward Norton – aliás, sua estreia no cinema e que já lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Bem, a questão é que o título em português do longa-metragem me fez lembrar do que está acontecendo com o Corinthians nesse ano.

No primeiro semestre o time de Mano Menezes tinha uma face: competitiva, aguerrida, motivada. Mas foi só conquistar a Copa do Brasil e garantir a vaga para a Libertadores que a equipe, assim como no filme do diretor texano Gregory Hoblit, mudou completamente de face. No Brasileirão, o Timão tem se mostrado desmotivado, sem garra, só esperando que a temporada acabe – como se o dever já estivesse mais que cumprido.

Ficção é ficção, mas futebol é realidade. Não dá para aceitar dois comportamentos tão distintos – mesmo com desculpas do tipo "janela de transferências" ou "reformulação do elenco". Um time da grandeza do Corinthians deve entrar em campo sempre com o espírito vencedor; se não dá mais para chegar ao título, a voz que vem das arquibancadas deve reger a motivação dos jogadores.

Essa apatia em campo é um desrespeito para com aqueles torcedores que muitas vezes gastam o que não têm para pagar a mensalidade do programa Fiel Torcedor, que enfrentam fila quilométricas para comprar ingressos, ou seja, que acompanham o time diante de qualquer circunstância. O Corinthians precisa urgentemente de uma boa sacudida, para voltar a ter uma única face.


José Donizetti Morbidelli

Jornalista

jdmorbidelli@estadao.com.br

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A VOLTA DO FUTEBOL BUROCRÁTICO

Quem assistiu ao empate entre Fluminense e Corinthians, no Maracanã, pôde constatar uma característica que, desde a época de Carlos Alberto Parreira, não se via no Timão: um futebol de toques rápidos, cauteloso, enervante para a torcida adversária, enfim, extremamente burocrático.

Mas as comparações com o time de 2002 – ganhador da Copa do Brasil e do Torneio Rio-São Paulo, além de vice-campeão Brasileiro – param por aí. Naturalmente, os estilos de Parreira e Mano Menezes são bem diferentes; enquanto o treinador gaúcho priva pela marcação forte e saída rápida para o ataque, o outro valoriza a posse de bola, a paciência, só esperando o momento certo para agredir – no bom sentido – o adversário.

Não é hora de implantar novas filosofias – quem gosta disso é o Luxemburgo. O Mano é o Mano, e o Parreira é o Parreira. Futebol burocrático não combina com o "jeitão" do gaúcho, assim como futebol de correria não combina com a diplomacia do outro.

Guardadas as devidas proporções – o time de 2002 era bem melhor do que o remendado de agora –, as semelhanças se restringiram a apenas um jogo, citado acima. Portanto, a volta do futebol burocrático deve ser desconsiderada. Pelo menos, por enquanto.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MÁ CAMPANHA DO BOCA JUNIORS É COMEMORAÇÃO PARA O TIMÃO

Você já parou para imaginar uma Copa Libertadores sem o Boca Juniors, o maior carrasco dos brasileiros? Tudo indica que isso está prestes a acontecer; atualmente o time se encontra na 11ª colocação do torneio Apertura e somente o título o credencia para disputar a competição sulamericana – quanto à somatória dos pontos nos campeonatos que abrem e encerram a temporada argentina, e que garantem mais três vagas, a equipe de La Bombonera já pode jogar a tolha.

Aliás, jogar a toalha é o que o Corinthians fez no Brasileirão. Mesmo que ganhe todos os jogos que restam, o time de Mano Menezes chegaria a apenas 71 pontos, pontuação que, segundo os matemáticos de plantão, não é suficiente para assegurar o título.


O que fazer então? Almejar uma colocação honrosa no campeonato – quem sabe entre os quatro primeiros – e ficar ligado nos resultados do futebol argentino. Afinal, o insucesso do Boca Juniors pode, e deve, trazer o meia Riquelme para o Parque São Jorge.


Enquanto isso, seu conterrâneo Defederico vai esquentando a camisa 10. Jogar bola ele já mostrou que sabe; agora só falta provar que o talento é suficiente para fazer frente ao Topo Gigio – um dos apelidos do craque Riquelme.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista

terça-feira, 6 de outubro de 2009

JÚLIO CÉSAR OU ROBERTO CARLOS?

Um joga no futebol brasileiro, o outro no futebol turco; um tem 27 anos de idade; o outro tem 36; um tem feito uma bela campanha pelo Goiás; o outro está louco para deixar o Fenerbahçe; um recebe salário compatível com a realidade do futebol brasileiro, o outro ganha em euros... só que o outro é campeão mundial pela Seleção Brasileira! Afinal, quem deve ser o lateral do Corinthians na temporada 2010? Júlio César ou Roberto Carlos.

É sabido que muitas estrelas formam uma constelação, mas nunca um time de futebol. Algumas experiências do passado comprovam essa tese. Para um time que já tem Ronaldo e, quem sabe, terá Riquelme ou Ronaldinho Gaúcho, é extremamente perigoso uma contratação de mais um ex-selecionável. E outra: seria muito "r" para um time só!

Por todos os aspectos, principalmente financeiros, a contratação de Júlio César parece ser mesmo a mais viável, e provavelmente a que deverá se concretizar. O que pode atrapalhar a negociação é uma eventual classificação do Goiás para a Libertadores ou o aproveitamento do jogador pelo clube que detém seus direitos: o Cruzeiro.

Já que o Timão não tem mais chances de chegar ao título, é hora de começarem as especulações. E a posição que mais causa dor de cabeça no treinador é a "bendita" lateral-esquerda. Seja o bom Júlio César ou o experiente Roberto Carlos, a única certeza é que ambos terão um árdua missão; afinal, por quase dois anos, a torcida gritou a plenos pulmões o nome de André Santos.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CABEÇAS PODEM ROLAR NO TIMÃO

Como todo o respeito ao Furacão, mas ser derrotado em pleno Pacaembu é inadmissível. Estádio lotado, torcida esperançosa, elenco motivado para ainda brigar pelo título – uma tarefa quase impossível, diga-se de passagem –, e o que se viu foi um visitante perfeito taticamente, explorando muito bem os contra-ataques e uma defesa – formada por Paulo André e o jovem Renato – batendo cabeça.

Aliás, uma pergunta: por que na Copa do Brasil não havia tantos problemas de contusão? Chicão e William, que formaram a melhor dupla de zagueiros do país – pelo menos no primeiro semestre – praticamente não jogaram juntos. Nada pessoal, mas Marcinho não tem condições de atuar como lateral no Corinthians, e Marcelo Mattos ainda não se encontrou. Substituir Cristian, que em pouco tempo conquistou a exigente fiel, não é nada fácil, e talvez essa responsabilidade esteja pensando demais para o recém-contratado. Quanto ao Edno, melhor dar mais um tempo ou testá-lo como atacante.

A partir de agora, já que não há mais possibilidades de brigar pelo título, resta ao time de Parque São Jorge honrar a camisa e chegar entre o pelotão da frente. E resta a Mano Menezes remontar o time visando a temporada 2010. Muito trabalho pela frente; caso contrário muitas cabeças podem rolar – até a do próprio treinador.


José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

domingo, 4 de outubro de 2009

EXCESSO DE JOGADORES PARA O MESMO SETOR PODE ATRABALHAR

Depois da perda de alguns jogadores no meio do ano, o Corinthians ainda passa por uma reestruturação em busca do time ideal para o temporada 2010. Alguns setores, não entanto, já dão mostras de “inchaço” do elenco, principalmente o meio de campo. Marcelo Mattos, Elias, Jucilei, Edu, Marcelo Oliveira – se bem que esse tem jogado mais como lateral –, Moradei, Boquita, Morais, enfim, tantas opções para apenas duas posições. Mano não esconde que Elias é peça fundamental, e que Marcelo Mattos foi contratado para substituir o volante Cristian – o que fazer então com os outros?

É claro que um time que almeja títulos importante tem que dispor de um elenco forte. O duro é administrar a situação, sem que haja racha no grupo; afinal, a vaidade sempre fez e sempre fará parte do futebol. Todo mundo quer jogar.

Na defesa, o problema é um pouco mais simples: Chicão, William e o bom Paulo André disputam duas posições, sendo que o último já se mostrou satisfeito com sua posição de reserva. Esse é o exemplo que deve ser seguido por todos que aguardam uma oportunidade.

O que o treinador não pode fazer é optar pelo rodízio de jogadores, atitude que leva do nada a lugar algum: o time perde entrosamento e não ganha ritmo. Enquanto o tão sonhado craque não chega – Riquelme, Ronaldinho ou Zé Roberto – e a vaga lateral esquerda não é suprida, na minha opinião a equipe titular do Corinthians deve ser: Felipe, Alessandro, Chicão, William e Marcelo Oliveira; Marcelo Mattos, Elias e Defederico; Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho. Anote aí, Sr. Mano Menezes.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

QUEM QUER O MINICRAQUE DO SOUZA?

Maior investimento do Corinthians no ano, o atacante Ronaldo acaba de ganhar sua versão e miniatura – um protótipo bem mais magro e mais cabeçudo do que o original, mas com o mesmo sorriso e gesto que caracterizam suas comemorações. Sucesso dentro de fora de campo, a imagem do Fenômeno continua rendendo divisas para o Timão, que promete estender a homenagem a outros jogadores do elenco.

E quando será lançado o minicraque do Souza? Por mais que as ideias de marketing fluam na cabeça de Luis Paulo Rosemberg, difícil mesmo é criar uma estratégia que traga retorno ao investimento no atacante Souza, principal alvo da torcida por sua abstinência de gols. Façamos as contas: levando em consideração o preço unitário de R$ 79,90 por cada minicraque, o salário de Souza – cerca de R$ 170 mil mensais – equivale a 2128 unidades. Se não dá para vender tudo isso, então é melhor que ele comece logo a balançar as redes.

Brincadeiras à parte, o departamento de marketing do Corinthians está dando provas de que realmente sabe trabalhar: maior patrocínio de camisas de país, número de sócios-torcedores ultrapassando a casa dos 50 mil, camisas de todos os tipos e para todos os gostos, enfim... Finalmente o futebol tem sido tratado com empresa gestora de negócios e que visa, além de conquistas, lucros.

Apenas uma ressalva: assim como esses bonecos irão criar vínculos com seus compradores, é bom que os jogadores também criem longos vínculos com o clube. De nada adianta o Corinthians lançar o minicraque do Dentinho, por exemplo, e após alguns meses negociar o atleta com o futebol europeu. Não duvido nem um pouco que muitos torcedores também vão querer se desfazer de seus valiosos brinquedinhos.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br