quarta-feira, 31 de março de 2010

ELIAS NA SELEÇÃO É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO

Provavelmente Elias não irá à Copa do Mundo da África do Sul - o grupo de Dunga está praticamente fechado -, mas é apenas uma questão de tempo para que o corinthiano vista a "amarelinha" pela primeira vez em sua jovem carreira futebolística. Prestes a completar dois anos com a camisa do Timão, o meio-campista já demonstrou que tem futebol de sobra para isso. Eficiente marcador, inteligente, rápido com a saída de bola para o ataque e bom finalizador - da maneira como um jogador moderno deve ser.

Peça praticamente intocável no esquema de jogo de Mano Menezes, Elias Mendes Trindade começou sua carreira nas categorias de base do arquirrival Palmeiras até ser dispensado e perambular por alguns clubes de menor expressão. Vice-campeão Paulista de 2008 pela Ponte Preta, foi no clube campineiro que o paulistano ganhou notoriedade e chamou a atenção de diversos clubes. E, para alegria dos corinthianos, acabou indo parar no Parque São Jorge.

Se muitos jornalistas esportivos - e por quê não? - já defendem sua convocação imediata - entre eles, Antero Greco da ESPN Brasil, que comentou o assunto no programa Sportscenter de 30/03 -, o próprio jogador considera que ainda não esteja devidamente preparado para esse desafio e, em tom modesto, diz que espera disputar a Copa de 2014. Sinal de que paciência também não lhe falta. Bem, até lá muita coisa ainda pode acontecer, mas se mantiver o mesmo futebol, certamente o meio de campo da Seleção Brasileira estará bem servido.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 30 de março de 2010

TIMÃO AQUECE AS TURBINAS RUMO AO BI

Em 2008, o Corinthians engrenou de vez na Copa do Brasil somente depois de golear o Goiás no Morumbi por 4x0 - o Alvinegro precisava reverter o placar adverso de 3x1 para seguir na competição. No ano passado, o Timão aqueceu, definitivamente, as turbinas nas semifinais do Paulistão, ao bater o São Paulo por duas vezes consecutivas – 2x1 no Pacaembu, e 2x0 no Morumbi. Depois, na decisão, foi só fazer o placar na Vila Belmiro (3x1) e administrar no jogo decisivo, disputado contra o Santos no Pacaembu. Ainda, no ano passado, com todos os méritos, o time conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil. Coincidência ou não, nesse ano, a melhor partida dos comandados de Mano Menezes também aconteceu contra o Tricolor, um resultado para dar moral na sequência do Estadual e da Copa Libertadores - a grande prioridade no ano do centenário.

E o momento não poderia ser mais propício; afinal, depois de tantos testes e do interminável "rodízio", o treinador parece ter encontrado a formação ideal, com Ralf, Elias e Jucilei no meio de campo; Danilo como armador e liberdade para atacar; além de Ronaldo e Dentinho - ou Jorge Henrique - no ataque. Na defesa, não há muitos mistérios.

Acostumado a crescer em jogos decisivos, o Corinthians demonstrou que está muito vivo e tem reais possibilidades de chegar à decisão, quem sabe ao bicampeonato - sequência que não conquista desde a época da democracia corinthiana (1982/83). Mas para isso terá que enfrentar, numa eventual semifinal ou final, o embalado Santos, com seus bons e irreverentes garotos, sedentos para dar o troco pela perda no ano passado. Caso se confirme, será um duelo muito interessante!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 29 de março de 2010

CLÁSSICO DE MUITAS ALTERNATIVAS E BELOS GOLS

Belas jogadas, falhas individuais, expulsões e muitos gols. Com tantas alternativas, Corinthians e São Paulo protagonizaram um dos melhores jogos do Paulistão até agora e acirraram ainda mais a rivalidade já tão efervescente dos últimos anos - agora já são nove jogos sem derrota corinthiana para o rival.

Com grande atuação de Danilo - que marcou seu primeiro gol pelo Alvinegro - e de Jucilei - que, definitivamente, caiu nas graças do treinador -, o Corinthians esteve melhor durante toda a partida, e só não venceu o clássico com maior facilidade devido às falhas de Rafael Santos. O jovem goleiro só não levou a fama de vilão porque aos 46 minutos, quando o Timão dava praticamente adeus à competição, Iarley, com a ajuda da carequinha de Alex Silva, deu números finais ao jogo. Aliás, o zagueiro esteve prestes a se transferir para o Parque São Jorge antes de assinar com o Tricolor.

Com a derrota, embora ainda figure na zona de classificação às semifinais é bom o São Paulo tomar cuidado; serão dois jogos difíceis pela frente - o Botafogo e o Santo André. Já o Corinthians, que encara o Ituano e o Rio Claro, tem grandes chances de conseguir a vaga e encarar novamente os "pirralhos" - no bom sentido - do Santos que, mesmo não jogando tão bem, emplacou outra goleada. Dessa vez, a vítima foi o modesto Monte Azul.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 26 de março de 2010

JOGADOR DE FUTEBOL TAMBÉM TÊM SENTIMENTOS

Vagner Love não pode ir à favela onde, segundo ele, estão suas raízes, amigos e onde desenvolve trabalhos humanitários. Adriano não pode presentear quem ele quiser - embora negue, há suspeitas de que o craque tenha comprando uma moto para a mãe de um traficante , no Rio. Ronaldo, depois de uma atuação ruim e ser moralmente ofendido por um torcedor, não pode fazer um gesto obsceno. Bem, pelo jeito, pessoas públicas não tem direito a muita coisa. Além das imagens denegridas perante a sociedade, geralmente eles são condenados antes mesmo das explicações virem à tona.

Não que seja sadio aparecer ao lado de traficantes armados na favela, ou se envolver, mesmo que indiretamente, como suas famílias; ou ainda se revoltar contra a torcida. Mas onde está o livre-arbítrio? Não estou aqui para defender os jogadores de futebol, a maioria deles mal assessorados e até mesmo despreparados para lidar com fama e dinheiro. Contudo, como qualquer pessoa eles também têm sentimentos, momentos de desequilíbrio - principalmente quando as coisas não acontecem da maneira como esperam dentro de campo.

Cabe aos clubes orientá-los, sim; e às torcidas procurar compreendê-los e apoiá-los. É muito fácil idolatrar os craques na hora do gol, dos títulos, das comemorações; mas são nos momentos de adversidades que o verdadeiro torcedor têm que se fazer presente. Tanto Vagner Love, como Adriano e Ronaldo merecem todo o respeito pelo que fazem dentro de campo; agora, a vida particular de cada um não interessa a ninguém.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 24 de março de 2010

ESTÁ NA HORA DE CORINTHIANS E SÃO PAULO MOSTRAR MAIS FUTEBOL

Se fora de campo as diretorias do Corinthians e do São Paulo não falam a mesma língua, dentro dele os times parecem estar bem sintonizados - e nivelados, por baixo. Numa rodada trágica para dois dos pretendentes ao título, o Timão foi derrotado pelo “quase” lanterna Paulista, enquanto que o Tricolor sucumbiu diante do ameaçado Bragantino.

Em Bragança Paulista, o maior frisson da galera são-paulina aconteceu justamente no momento em que era anunciado nos alto-falantes o gol sofrido pelo adversário; já, na Arena Barueri, a torcida corinthiana só elevou seu tradicional canto “não para, não para, não para” com o gol do Braga.

Pouco, muito pouco futebol para quem montou um elenco forte com o propósito de conquistar tudo o que viesse pela frente. Ruim, mas nem tanto, para o São Paulo, que ainda mantém a terceira colocação na tabela; péssimo mesmo para o Corinthians, que saiu da zona de classificação para as semifinais e agora precisará de contas, muitas contas para alçar voos mais altos na competição - aliás, contas só não, futebol também. A Portuguesa, na torcida, agradece!

É assim, com derrotas, que os dois vão para o clássico de domingo no Pacaembu. Jogo com status de decisão, e uma prévia do que pode acontecer a partir da segunda fase na Libertadores. Como diz o dito popular, está chegando a hora de mostrar “quem tem mais bala na agulha”, ou então “quem tem mais café no bule”. Na linguagem convencional, está na hora de jogar futebol.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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LULINHA EM PORTUGAL

Nas categorias de base do Corinthians e da seleção brasileira Lulinha era considerado um fenômeno, tanto que chegou a marcar cerca de 300 gols. Mas foi só subir para o time principal - numa tremenda fria, já que naquele ano o Corinthians foi rebaixado - que a promessa de craque parece ter naufragado diante de tamanha expectativa. E o atacante, além de amargar a reserva, ainda teve que conviver com a dura crítica de muitos torcedores.

Emprestado, nos meados do ano passado, para o modesto Estoril, que disputa a Segunda Divisão em Portugal, aos poucos Lulinha parece estar reencontrando sua confiança e seu bom futebol. Tranquilo e com liberdade de movimentação em campo e para finalizar, como ele mesmo afirma, o garoto já balançou as redes mais vezes do que quando atuou pela equipe principal do Corinthians.

A decisão de emprestá-lo parece ter sido uma medida muito sensata por parte da diretoria; afinal, a experiência no competitivo futebol europeu - mesmo não defendendo uma equipe de ponta - poderá trazer muita maturidade ao jogador, cujo contrato de empréstimo vence nos próximos meses. Contudo, talvez ainda nem seja o momento de Lulinha voltar para o Timão, uma vez que o ataque corinthiano está bem congestionado nessa temporada. Mas é só uma questão de tempo para que o garoto retorne para cumprir o seu propósito, que é dar muitas alegrias à fiel torcida.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 23 de março de 2010

RESPONSABILIDADE SOCIAL - CORINTHIANS ABRE AS PORTAS PARA INTERNOS DA FUNDAÇÃO CASA

Atualmente a imagem de uma empresa não está relacionada somente à qualidade dos produtos, mas também à participação em eventos, causas sociais e ações filantrópicas. É a chamada responsabilidade social - termo que faz parte do cotidiano de empresas que, diante das estratégias do marketing moderno, preocupam-se em agregar valor às suas marcas por meio de atividades solidárias. No futebol, alguns clubes têm seguido esse mesmo exemplo - aliás, nada melhor do que o esporte para unir a todos em prol de uma causa tão nobre.

Esquecendo um pouco a rivalidade dos gramados, nas ruas todos torcem para um único time: o da solidariedade, da conscientização, da inclusão social. Do lado dos adversários estão a violência, a discriminação, o descaso, a necessidade. Nesse aspecto, o Corinthians é o clube que mais tem dado exemplo; e se dentro de campo o time ainda não engrenou nessa temporada, fora dele a diretoria tem dado espetáculo, driblando as diferenças e contribuindo para a construção de sociedade mais justa, fraterna e feliz.

Depois do sucesso da campanha "Sangue Corinthiano", que conta com o apoio da Fundação Pró-Sangue do Hospital das Clínicas, a bola da vez no Parque São Jorge é a parceria firmada com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Fundação Casa, que prevê a abertura das dependências do clube para que os internos possam realizar atividades esportivas e culturais e, assim, darem seguimento ao processo de recuperação moral e reintegração na sociedade.

Parabéns ao Timão, e que mais essa iniciativa sirva de exemplo a outras agremiações. Afinal, independente de ser corinthiano, palmeirense, são-paulino ou santista, todos merecem uma segunda chance na vida.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 22 de março de 2010

MENINOS GANHAM JOGOS, HOMENS GANHAM TÍTULOS

Encerrada a 15ª rodada do Campeonato Paulista, a maior probabilidade é que três times considerados grandes avancem para a fase final: além do Santos, virtualmente classificado, o São Paulo - se bem que o Tricolor tem três jogos complicados pela frente -, e o Corinthians, que mesmo com a derrota para o Grêmio Barueri, ainda mantém a quarta colocação e deve consolidar sua condição de favorito às semifinais. O eficiente Santo André completa o grupo.

Não há dúvidas de que os jogos do Santos são, disparados, os mais agradáveis de se ver nesse início de temporada. Longe de apresentar um futebol pragmático, o time da Baixada não diminui o ritmo mesmo que o placar já esteja pra lá de elástico seu favor. Resultado: gol, gol, gol, gol, contra Naviraiense, Remo, Ituano... A grande dúvida, no entanto, é se os meninos da Vila estão preparados para encarar uma equipe mais experiente, especialmente em jogos decisivos em que qualquer erro pode ser fatal.

A julgar pela partida diante do Palmeiras há cerca de duas semanas, a resposta é não. Na oportunidade, o Alvinegro Praiano foi derrotado na Vila Belmiro, em tarde inspirada de Robert e alegria contagiante de Armero. Na fase final, tudo indica que o Santos irá pegar o Corinthians ou o São Paulo, atualmente dois dos mais experientes elencos do país. Será que a juventude vai suplantar a experiência? Melhor aguardar antes de traçar qualquer opinião.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 19 de março de 2010

SUGESTÃO DE TORNEIO ENTRE CORINTHIANS E COIRMÃOS

Durante a Copa do Mundo, muitos clubes deverão procurar alternativas para manter seus jogadores em atividade, uma vez que as competições oficiais - Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil - estarão paralisadas. O próprio Corinthians já sinalizou com a possibilidade de agendar amistosos com times internacionais, entre eles o Real Madrid - a última vez que os dois se encontram foi pelo Mundial de Clubes, de 2000.

Mas, já que os torcedores rivais costumam enfatizar tanto que o Timão ainda não tem passaporte, fica aqui uma sugestão caseira para o diretoria e o departamento de marketing do Alvinegro que, juntos, vem realizando um competente trabalho administrativo e financeiro: que tal convidar o Corinthians PR, o Corinthians AL, o Corinthians RN e, quem sabe, até o Corinthians Inglês - se é que ainda existe esse clube - para um torneio durante esse período?

Com tantos corinthianos espalhados pelo mundo, certamente a festa seria grande; e muito mais importante do que o título é o sentimento de irmandade, confraternização, além da popularização dos coirmãos, principalmente o Corinthians Paranaense - o caçula da família. Além disso, o torneio poderia também rechear os cofres dos clubes - até dá para vislumbrar o estádio Rei Pelé, em Maceió, completamente lotado para ver Ronaldo, Roberto Carlos e companhia; ou até mesmo o simpático e politicamente correto Ecoestádio Janguito Malucelli, em Curitiba, recebendo, pela primeira vez em sua história, aquele que o trouxe à vida.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 18 de março de 2010

TORCIDAS RIVAIS ESTÃO PREOCUPADAS COM O TIMÃO NA LIBERTADORES

Diz uma piada que um sujeito perguntou a Jesus Cristo quando que o Corinthians seria campeão da Libertadores; depois de folhear e folhear seu livro, ele respondeu: "Bem, na minha gestão não será". Único dos grandes paulistas a não conquistar a competição, os corinthianos sofrem com a gozação dos rivais, que secam, fazem figa e até mandinga a cada edição em que o Timão participa do torneio sul-americano. Mas, embora não admitam, a verdade é que todos - sejam são-paulinos, palmeirenses, santistas, ou qualquer anticorinthiano - estão preocupados com o fim desse jejum, o que pode acontecer justamente no ano do centenário do clube.

Não que até agora o time de Mano Menezes tenha demonstrado um futebol espetacular, mas tem sido eficiente, frio e calculista; sob a batuta do treinador, o Corinthians tem feito da boa postura defensiva sua principal virtude, e atacado só na boa, pelo menos em jogos fora de casa. Foi assim contra o Independiente Medellín e o Cerro Porteño.

Em Assunção, no lotado Defensores Del Chaco - aliás, com grande presença dos barulhentos corinthianos -, a equipe conseguiu enervar o adversário com um toque de bola bem consciente, principalmente após abrir o marcador. Se o time todo merece os méritos da vitória, o destaque fica para o lateral Moacir, que aos poucos vai provando seu valor; o bom Jucilei, com dribles, arrancadas e passes precisos; e o meia Danilo, que se não tem o toque refinado de Douglas, sabe atacar e recompor a defesa, da forma como todo jogador moderno deve se comportar. E mais uma vez brilhou a estrela de Ronaldo, que pouco tocou na bola, mas quando o fez foi pra lá de eficiente.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 17 de março de 2010

CORINTHIANS E VÉLEZ: DOIS TIMES CENTENÁRIOS COM O MESMO PROPÓSITO

Ao longo da história, Brasil e Argentina já protagonizaram emocionantes jogos, uma rivalidade que não se restringe somente às seleções nacionais. Na Libertadores, por exemplo, muitos foram os confrontos; e grande é a vantagem dos hermanos, vantagem que pode ser reduzida esse ano já que as principais equipes do país vizinho - Boca Juniors e River Plate - não se credenciaram para o torneio. Resta, então, ao Estudiantes - campeão do ano passado - e ao Vélez Sarsfield, a responsabilidade de manter a hegemonia argentina. Mas nada está fácil: enquanto que o primeiro vê a possibilidade de classificação cada vez mais distante, o segundo encabeça o chamado grupo da morte, e vai brigar ponto a ponto com o chileno Colo Colo e o Cruzeiro.

A exemplo do Corinthians, ser campeão para o Vélez teria um sabor muito especial; afinal, ambos estão vivendo o ano do centenário. Pode até acontecer uma final entre os dois - e por que não? Seria uma festa maravilhosa! O Timão tentando o título pela primeira vez, e o Vélez em busca do bicampeonato - a primeira conquista ocorreu em 1994, diante do São Paulo. Detalhe: os únicos jogos disputados entre os dois aconteceram em 1999 pela Copa Mercosul, e nas duas oportunidades deu Corinthians (2x0 / 0x3).

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 16 de março de 2010

COMO DECO JOGARIA NO CORINTHIANS?

Atualmente na reserva do Chelsea, o jogador Deco tem dados constantes declarações reforçando seu propósito de retornar ao futebol brasileiro, especialmente para o Corinthians, por onde passou antes de debandar para a Europa. Embora ainda não tenha se pronunciado a respeito, a diretoria alvinegra vê com bons olhos essa possibilidade e, caso a negociação se confirme, o brasileiro naturalizado português desembarcaria no Parque São Jorge logo após a Copa do Mundo.

Mas, afinal, como é que o meia-atacante atuaria no time de Mano Menezes, que já dispõe de peças e mais peças para o setor? A alternativa mais viável seria para o lugar de Tcheco, compondo o quadrado na meia cancha com Ralf, Elias e Danilo. Aliás, essa formação mais cautelosa tem sido a opção preferida do treinador - o time perde poder de ataque, mas se mantém bem equilibrado no meio e dá mais sustentação à defesa.

Para o departamento de marketing do Timão, que tem alcançados cifras expressivas com contratações de impacto, a vida do atleta seria mais um excelente negócio. Já, aqueles que acreditam em "acasos" ou "coincidências", poderiam, quem sabe, já prever uma final de mundial entre Corinthians e Chelsea; e não tenham dúvidas que, nesse caso, Deco iria fazer de tudo para provar ao ex-clube que merecia algo mais do que a reserva do time inglês.

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 15 de março de 2010

DEPOIS DOS 10 MIL GOLS, TIMÃO SEGUE FORTE EM BUSCA DO BICAMPEONATO

A partida contra o Santo André, disputada na Arena Barueri, não ficou marcada somente por um momento histórico do Corinthians - em 14 de março de 2010, o Alvinegro chegou aos 10 mil gols, assinalado por ele, Dentinho, que tem feito um atrás do outro -, mas principalmente pelo reencontro com o bom futebol. Não que tenha sido uma apresentação de gala mas, diante de um adversário forte, os comandados de Mano Menezes estiveram bem postados em campo, com segurança na defesa, consistência no meio de campo e boa movimentação no ataque.

Foi também a primeira vez que o lateral Roberto Carlos chegou às redes com a camisa do Corinthians - e que pancada! E se mais uma vez o atacante Ronaldo passou em branco, foram claros os sinais de que a boa fase está voltando. Foi dele os passes para os dois gols; e poderia ter sido mais se ele próprio ou Jorge Henrique não tivessem desperdiçado oportunidades claras.

Se mantiver o ritmo até a fase final da competição, o Timão tem tudo para figurar no grupo dos semifinalistas. E a julgar pela fragilidade do sistema defensivo do Santos, que dançou contra o Palmeiras - a ginga do Armeno e do Diego Souza valeram o ingresso -, o sonho do bicampeonato não parece nem um pouco tão distante.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 12 de março de 2010

DENTINHO NO PALMEIRAS?

É fato que a relação entre Corinthians e Palmeiras nunca esteve tão amistosa, mas daí ser ventilada - mesmo por uma mera suposição - a notícia sobre uma eventual transferência de Dentinho para o rival parece soar um tanto quanto exagerada. Publicada pelo Jornal Folha de S.Paulo, a informação surtiu um efeito meio indigesto no Parque São Jorge.

De acordo com o jornal, o Alviverde estaria arquitetando um plano para tirar o jogador do Timão, isso por ter ganho, na Justiça, uma antiga ação envolvendo o lateral Rogério - aquele mesmo, vítima das pedaladas de Robinho -, contratado em 2001 pelo Corinthians depois de um imbróglio envolvendo seu ex-clube. Ainda, de acordo com o jornal, a dívida gira em torno de R$ 16 milhões.

Formado nas categorias de base do Corinthians e titular absoluto no ano passado, esse não Dentinho acabou perdendo espaço no time em virtude de tantas contratações; mesmo assim, tem metido gols a cada partida e seu retorno entre os titulares parece apenas uma questão de tempo. Corinthiano declarado e em alta com a Fiel torcida, difícil mesmo é imaginá-lo com a camisa do arquirrival; mas como o futebol apronta tantas surpresas, o melhor é esperar o desfecho de mais um drama protagonizado pelo Timão.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 11 de março de 2010

MATURIDADE OU PRAGMATISMO?

Na Libertadores, empatar fora de casa não deixa de ser um bom resultado, principalmente quando a altitude é eleita o principal adversário. Foi essa a tática utilizada pelo Corinthians contra o Independiente Medellín, em Bogotá. Até os 31 minutos do segundo tempo a partida estava bem controlada, quando uma falha do sistema defensivo quase fez com que a armação tática fosse por água abaixo; isso só não aconteceu graças ao gol salvador de Dentinho, o quarto em quatro partidas seguidas.

Se para o treinador a equipe demonstrou maturidade, para o torcedor - principalmente o mais exigente - o Corinthians esteve cauteloso demais, para não dizer lento, ou tímido demais... Os colombianos têm bom toque de bola, mas estão muito longe de brigar pelo título da competição. Com um pouco mais de pressão e velocidade nos contra-ataques, o Timão poderia muito bem ter conquistado os três pontos e dado um grande salto rumo à classificação. Aliás, somar é muito importante nessa primeira fase; teoricamente, o time de melhor campanha enfrentará um adversário mais fraco nas oitavas de final, além do direito de decidir em casa até o final do torneio.

Contra o Cerro Porteño, na próxima quarta-feira, dia 17, a altitude não poderá mais ser usada como desculpa. Então, o que os torcedores esperam é um Corinthians mais ousado e menos pragmático; cauteloso sim, mas ofensivo. Afinal, demonstrar maturidade não é só se defender com precisão, mas também atacar com eficiência.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 10 de março de 2010

SEM EXTRATERRESTRE, CHEGOU A HORA DO TIMÃO MOSTRAR SUA FORÇA NA LIBERTADORES

O jogo será disputado em Bogotá, a capital colombiana, a 2600 metros de altitude, mas longe de Ronaldo ou qualquer outro jogador do Corinthians ser um extraterrestre. "Eles jogam bola como nós; e a presença deles só faz com que a partida seja mais interessante", definiu o jogador Nelson Barahona, que defende o Independiente, o principal adversário do Timão nessa fase de grupos da Libertadores.

Aliás, a altitude deverá ser a principal dificuldade a ser enfrentada pelo time de Mano Menezes nesse primeiro duelo fora de casa; afinal, os colombianos jogarão bem longe de sua cidade - Medellín -, onde certamente a galera compareceria em massa e o frisson seria muito maior. Oportunidade de ouro para que o Alvinegro confirme sua condição de favorito do grupo e abra três pontos em relação ao segundo colocado - o Racing, que bateu o Cerro Porteño por 2x1, no Uruguai.

Pela primeira vez também, o treinador poderá colocar em campo sua equipe considerada titular: Felipe, Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Elias, Tcheco e Danilo; Jorge Henrique e Ronaldo. Bom para animar um pouco mais o torcedor, que não aguenta mais esse tal de rodízio. Está mais do que na hora do Corinthians provar que veio para brigar pelo título da principal competição do continente, e não um mero coadjuvante.

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 9 de março de 2010

A CBF divulgou essa semana a tabela do Campeonato Brasileiro 2010, que se estende desde 8 de maio até 5 de dezembro - durante a Copa do Mundo não haverá jogos. Na busca pelo pentacampeonato, o Timão estreia no dia 6 contra o Atlético Paranaense, no Pacaembu.

Algumas curiosidades podem ser observadas na edição desse ano da mais importante competição de clubes do país. Uma delas é que o Corinthians terá o maior número de jogos transmitidos ao vivo pela TV aberta; só na primeira fase serão 10, seguidos do Flamengo com 8, e Vasco e São Paulo com 6 jogos cada. Isso não chega a ser novidade para ninguém; afinal, é uma tendência que ocorre ano após ano por exigência da emissora que detém os direitos de transmissão. O Campeonato marca também o retorno, para inveja dos pontepretanos, do Guarani, campeão de 78 - portanto, esse ano não haverá dérbi em Campinas.

Mas a principal curiosidade pode ser vista como um sinal positivo, pelo menos para os corinthianos. No último título conquistado pelo time de Parque São Jorge, o jogo decisivo aconteceu contra o Goiás, em Goiânia. E adivinhem contra quem e onde será o confronto final desse ano?

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 8 de março de 2010

CORINTHIANS E SÃO PAULO DE VOLTA AO G4

Com as vitórias sobre São Caetano e Ponte Preta, Corinthians e São Paulo, respectivamente, voltaram a figurar entre os quatro melhores times do Paulistão 2010. Se a primeira fase terminasse hoje, os confrontos das semifinais seriam Santos x Corinthians e Santo André x São Paulo, com vantagem para os dois primeiros.

Mas ainda restam seis rodadas e muita coisa pode mudar até o dia 7 de abril - data da última rodada. Praticamente classificados, o Santos, que arrancou um suado empate com a Lusa nos últimos minutos - dessa vez, sem nenhuma gracinha de Neymar -, e o Santo André, que mais uma vez provou porque é um dos melhores da competição ao golear o Botafogo, esperam pela definição das últimas duas vagas. Corinthians e São Paulo são, obviamente, os favoritos, mas nessa briga ainda sobra espaço para Botafogo, São Caetano, Portuguesa, enfim... Quanto ao Palmeiras, embora ainda restem esperanças, o melhor é começar a se concentrar na Copa do Brasil.

Depois de uma apresentação pífia no meio de semana, o Corinthians, sem seus principais jogadores, apresentou uma melhora bem significativa. Ainda não foi do jeito que a torcida e o treinador esperam, mas os três pontos deram ao grupo uma certa tranquilidade, pelo menos até o próximo confronto. Daí sim, o Timão terá uma verdadeira pedreira pela frente: o Ramalhão, que vem de sete vitórias consecutivas. Teste melhor impossível, principalmente depois de um jogo importante pela Libertadores que acontece no meio da semana.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 5 de março de 2010

NO AUTOMOBILISMO NÃO SE JOGA PARA TRÁS, E MUITO MENOS LENTAMENTE

Pela terceira temporada consecutiva, sob o comendo de Antonio Pizzonia o Timão encara a Fórmula Superleague, esporte que mistura automobilismo com futebol, já que os carros levam a escuderia dos principais clubes do mundo - a primeira etapa acontece nos dias 3 e 4 de abril em Silverstone (Inglaterra). Na Stock Car, o Corinthians - primeiro time de futebol a ter uma equipe na principal competição do automobilismo nacional - terá como representante o piloto Ricardo Zonta. Já, para os corinthianos que gostam daqueles caminhões enormes e invocados, a dica é acompanhar a Fórmula Truck, e o incumbido de pilotar a máquina alvinegra é o piloto Roberval Andrade, especialista na categoria.

Pelo menos, nas pistas o ano promete, e muito... Além de trazer mais verbas para o clube, por meio de seu departamento de marketing, a expectativa é que essa iniciativa inovadora também possa atrair mais público para os autódromos.

Se dentro de campo o Corinthians anda meio devagar, seria até bom, em dias de folga, que os jogadores também dessem uma espiadinha; quem sabe assim não teriam uma motivação extra para acelerar o jogo nos gramados. Além do mais, nas pistas não tem como jogar para trás, e essa é mais uma lição para se aprender nesse início de temporada.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 4 de março de 2010

CORINTHIANS A 20 POR HORA

A cada jogo do Corinthians, inevitáveis têm sido as comparações com a time do ano passado, campeão invicto do Paulistão e com sobras da Copa do Brasil. Em 2010, a equipe de Mano Menezes ainda não encontrou seu jogo; futebol lento, sem objetividade, burocrático; e o que é pior, sem resultados convincentes. Estranho; afinal não houve assim tantas mudanças no grupo considerado titular. Saiu o volante Cristian, e vieram Ralf e Marcelo Mattos; para a posição de André Santos, foi repatriado o lateral Roberto Carlos; e em vez de Douglas, agora o treinador conta com Tcheco, Danilo, Defederico, enfim... Por que, então, a postura do time mudou tanto?

Antes o Corinthians jogava num 4-3-3 bem definido, com uma zaga consistente; com Jorge Henrique e Dentinho cobrindo as laterais e saindo em velocidade para o ataque; e com o meia Douglas alimentando o atacante Ronaldo. Com a entrada de Tcheco - que até tem jogado bem -, o jogo do Timão se tornou mais cadenciado. E mais, com a recuperação de Danilo, a tendência é do treinador abrir mão de um atacante e, com isso, tornar a equipe ainda mais defensiva.

Contra o Botafogo - no dia em que o Fenômeno comemorou um ano de sua reestréia - essa nova característica ficou ainda mais evidente. Inevitáveis também foram algumas vaias vindas das arquibancadas - olha que fazia tempo que isso não acontecia. O torcedor está preocupado com a sequência da equipe, principalmente na Libertadores. E com toda razão!

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 3 de março de 2010

REFORMAS PODERIAM DEIXAR A FAZENDINHA COMO O VICENTE CALDERON

Muitas foram as mensagens que recebi após a publicação do artigo A Fazendinha Poderia Ser o Alçapão Corinthiano, em novembro do ano passado. Uma, especificamente, me chamou muito a atenção: na mensagem, um corinthiano que mora na Europa fez uma comparação entre o estádio Vicente Calderon - pertencente ao Atlético de Madrid - e o Parque São Jorge, virtualmente reformado e com capacidade ampliada.

Acontece que ambos apresentam uma característica em comum bastante interessante: localizam-se às margens de um rio - o Manzanares e o Tietê, respectivamente. A grande diferença, no entanto, está na engenharia que envolve as obras. Enquanto que em São Paulo, a Marginal Tietê é tratada como uma via intocável como se fosse até tombada pelo patrimônio histórico, em Madrid, um lado das arquibancadas do Vicente Calderon foi construído exatamente sobre a avenida, formando uma espécie de túnel para circulação de veículos e saída de torcedores.

Numa cidade onde tanta coisa se copiou ao longo dos anos - só para citar alguns exemplos, o prédio do Banespa, no Centro, é uma réplica do Empire States; a recuperação de um rio de Seul (Coréia do Sul) foi apresentada como exemplo a ser seguido pelo famigerado Tietê -, por que então não usar a mesma ideia dos madrilhenhos para ampliar a Fazendinha, em vez do Corinthians assumir o Pacaembu em regime de concessão ou maquinar projetos para novos e suntuosos estádios que nunca saem do papel?

Possibilidades há; o que talvez falte seja um pouco mais de vontade e bom senso por parte dos órgãos públicos e outros envolvidos. Certamente, com uma arena nos moldes do Vicente Calderon, qualquer corinthiano ficaria extremamente satisfeito, sem falar que a região se tornaria muito mais bonita e valorizada.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 2 de março de 2010

COLDPLAY - SHOW NO MORUMBI, CORAÇÃO NO PARQUE SÃO JORGE

Por ocasião de sua vida ao país em maio do ano passado, o ator australiano Hugh "Wolverine" Jackman fez questão de fazer uma visita ao Corinthians, declarando-se desde então, mais um alvinegro convicto. Agora foi a vez da banda de rock Coldplay, que se apresenta essa semana no Morumbi, seguir o mesmo exemplo. Devidamente vestidos com o uniforme corinthiano, os músicos bateram uma bolinha com os jogadores, comprovando que, devidamente são melhores no palco do que nos gramados.

Nos últimos meses o Cícero Pompeu de Toledo tem sido utilizado mais como arena para shows do que, propriamente, como estádio de futebol. Bem faz o São Paulo, que desde o ano passado não conta mais com seu principal arrendatário e que, precisa, de alguma forma, produzir receitas. Teoricamente - repito, apenas teoricamente - bem que os roqueiros poderiam ter visitado o CT da Barra Funda, quartel-general do dono do Morumbi. Mas não! Eles escolheram o Parque São Jorge, porque ali estava Ronaldo e o time mais badalado do futebol brasileiro atualmente; ou até mesmo o mais internacional - isso sem ao menos ter passaporte, como os adversários fazem questão de frisar.

Pela visita, além de fotos, abraços e juras de fidelidade ao Timão, os ingleses receberam uma camisa personalizada com o número 100 - alusivo ao centenário do clube – e a inscrição: "Coldplay – Viva La Vida". Só falta agora eles a usarem durante o show na casa do adversário, atitude que, certamente, deixaria muitos tricolores com o nariz retorcido.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 1 de março de 2010

CLÁSSICO DOS GOLS BONITOS REPLETO DE VILÕES E HERÓIS

Historicamente, jogar na Vila Belmiro sempre foi difícil, seja qualquer equipe do futebol brasileiro. O Santos sabe, como ninguém, fazer valer o mando de campo; ainda mais quando vem bem entrosado, comandado por um treinador que desponta como um dos melhores do país, e uma molecada pra lá de irreverente - mas boa de bola.

Não é nenhuma surpresa que o Corinthians iria penar para trazer um bom resultado para o Parque São Jorge, e as amostras do sofrimento começaram logo no início com um pênalti assinalado - e que realmente aconteceu - por Jorge Henrique de Carvalho. Em tarde inspirada como nos melhores momentos de sua jovem carreira, lá estava Felipe fechando o gol alvinegro e enchendo a fiel de esperança de que aquela poderia ser uma jornada corinthiana. Mas eis que surge o "endiabrado" Neymar - endiabrado no bom sentido, pois o garoto é evangélico -, que se redime do pênalti perdido e abre o placar para os anfitriões. Até que a história do clássico poderia ser contada de outra maneira se minutos antes o chute de Dentinho, num contorcionismo genial, não tivesse parado nas mãos do arqueiro santista. Seria mais um gol de placa no clássico dos gols bonitos- quem não se lembra de Marcelinho Carioca, que mereceu até placa de Pelé; ou então, mais recentemente, de Ronaldo.

Não fossem as expulsões do lateral Moacir - merecida - e de Roberto Carlos - um equívoco lamentável da arbitragem -, o Timão poderia ter tido uma melhor sorte na partida. Por outro lado, o Peixe, com dois a mais em campo, perdeu a chance de, se não devolver, pelo menos chegar perto do "eterno 7x1", como a massa alvinegra sempre faz questão de provocar.

Parabéns ao Santos que, com futebol moleque e eficiente, dessa vez levou a melhor. E por que também parabenizar ao Corinthians, pela superação no segundo tempo; repito, segundo tempo! Depois de mais uma página virada, é muito provável que até o final do campeonato os rivais se encontrem novamente; daí a história tem tudo para fazer novos vilões e novos heróis.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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