sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

HORA DO ACERTO DE CONTAS COM O PALMEIRAS

De 1998 a 2003 o São Paulo foi o principal saco de pancadas do Corinthians - o time do Morumbi perdeu Paulistão, Copa do Brasil, semifinal de Brasileiro, Torneio Rio-São Paulo, enfim, um período que são-paulino nenhum gosta de lembrar. Depois, de 2003 a 2007 foi a vez do rival assumir uma série de vitórias sobre o time de Parque São Jorge - se bem que nenhuma partida eliminatória ou decisiva. A hegemonia tricolor durou até 2007; desde então jamais o Timão foi derrotado novamente, seja no Pacaembu ou no Morumbi.

Contra o Santos, nenhum tabu que tenha existido no confronto entre as duas equipes é capaz de apagar a humilhação dos 7x1 pelo Brasileirão de 2005. O Peixe sucumbiu diante de uma atuação de gala da dupla de ataque alvinegra, formada por Tevez e Nilmar. No semblante dos jogadores santistas, o desespero pelo fim da partida; o Timão poderia ter feito 8, 9, 10, 11 e tornado o vexame ainda maior.

A nível nacional, a rivalidade entre paulistas e gaúchos se acirrou bastante nos últimos anos, quando o Internacional - grande algoz do Timão no Brasileiro de 1976 -, depois de chorar pelo vice-campeonato de 2005, lamentou também a perda da Copa do Brasil do ano passado, diante de um Corinthians quase que imbatível.

Por sua vez o Palestra está rindo à toa, já que não é derrotado pelo arquirrival desde 25/10/2006, quando perdeu de 1x0 pelo Campeonato Brasileiro - gol de Marcelo Mattos. Desde então foram sete jogos, com cinco vitórias verdes e dois empates. Domingo, no Pacaembu, o Timão terá mais uma chance de acertar suas contas; o que, para muitos corinthianos, pode ter o mesmo significado de um título.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

OITO OU ATÉ MESMO 10 MILHÕES DE EUROS POR DENTINHO É UM DESPERDÍCIO

Enquanto todos esperavam a explosão de Lulinha - destaque em todas as seleções de base por onde passou - foi seu companheiro Dentinho quem fez a alegria da fiel torcida nos últimos campeonatos. Com 21 anos recém-completados, a jovem revelação corinthiana já conheceu o céu e o inferno no Parque São Jorge. Primeiro, o rebaixamento à segunda divisão no Brasileirão de 2007 para, logo em seguida, chegar à redenção com o retorno à elite do futebol nacional e as conquistas recentes - Copa do Brasil e Paulistão -, ao lado do paizão Ronaldo.

Agora, com vários companheiros no ataque, não param de surgir rumores sobre sua ida para o futebol europeu, mais precisamente para o Fenerbahce (Turquia). Detentor da maior parte dos direitos econômicos, o Corinthians, por meio de seu presidente, já adiantou que não negocia o atleta por menos de 8 milhões de euros. Oras, se tem clube por aí pedindo 15 milhões por volante, liberá-lo por 8 ou até mesmo 10 milhões seria um desperdício - aliás, sua multa rescisória está estipulada em 36 milhões, também de euros.

Independente de valores e da acirrada disputa para compor o ataque titular do Timão na temporada, o melhor que a diretoria tem a fazer é manter o atacante; certamente, após a Libertadores, seu passe valerá o dobro - claro, se tudo ocorrer como todos esperam que aconteça.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CLÁSSICO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

Se dentro das quatro linhas, Corinthians e Palmeiras protagonizam a maior rivalidade do futebol paulista, e uma das principais do país, fora de campo as relações entre as diretorias vai de vento em polpa. Sem essa de brigas por distribuição de ingressos - tanto que os palmeirenses ocuparão o tobogã no confronto do próximo domingo, no Pacaembu -; nada de alfinetadas e cornetadas por parte de seus dirigentes e nada de atravessar negócios do adversário.

Pelo contrário, ações de marketing e, agora, de cunho social, têm ditado a tônica do clássico. Castigada pelas chuvas torrenciais que caem sobre o Estado de São Paulo, a cidade de São Luiz do Paraitinga receberá uma preciosa ajuda vinda do futebol; juntos, o Timão e o Verdão leiloarão camisas autografadas por seus principais jogadores no intuito de angariar fundos em prol das vítimas das enchentes. Além disso, em sua despedida como parceiro do Corinthians - o contrato se encerra justamente no dia do jogo -, a Batavo já sinalizou com a doação de 300 mil litros de leite para as vítimas do terremoto que devastou o Haiti.

Numa época em que se fala tanto em responsabilidade social, atitudes dessa natureza – sejam organizadas pelos clubes ou por seus parceiros – tornam o futebol tão especial. Pena é que golaços assim não podem ser vistos todos os dias.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

VAIAS INJUSTAS PARA BILL E SOUZA

Terceira rodada do Paulistão, passe errado de Bill aos dez minutos de partida contra o Oeste, e eis que já surgem as primeiras vaias das arquibancadas da Fonte Luminosa, em Araraquara. Numa atitude que em nada condiz com uma torcida acostumada a sempre incentivar em vez de vaiar, lamentável tem sido a postura de um grupo de corinthianos contra qualquer eventual substituto de Ronaldo – digo grupo, pois grande parte da fiel continua cumprindo o papel de verdadeiro torcedor.

É preciso entender que Bill, Souza, Edno, enfim... nenhum deles é o Fenômeno, nenhum deles ganha um salário astronômico, nenhum deles é campeão mundial pela seleção; pelo contrário, todos têm suas limitações e, dentro de suas capacidades técnicas, até que eles têm se esforçado e não comprometido o resultado da equipe dentro de campo.

Com um time praticamente reserva, muitos cometeram falhas – aliás, quase todos. O lateral Roberto Carlos erra uma jogada e o torcedor aplaude; Defederico – aliás, o melhor em campo – perde um gol feito e o torcedor também aplaude; mas é só o pobre do Bill ou do Souza pegarem na bola para que o torcedor se assanhe negativamente nas arquibancadas. Por falar em Souza, o gol insiste em fechar-lhe as portas; bem que ele tenta, mas a bola caprichosamente não entra. Quanto ao Bill, o ex-Bragantino não veio para ser titular – e ele está ciente disso –, mas para compor o elenco. Com um pouco de paciência e incentivo do torcedor, ambos podem encontrar seus espaços; afinal, são boas praças, bons profissionais e muito esforçados. E além do mais, um time de futebol não é feito somente de craques.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

RODÍZIO DE JOGADORES NO CORINTHIANS PODE SER PERIGOSO

Nenhum treinador pode reclamar quando tem às mãos um elenco numeroso, ainda mais quando se trata de um grupo de qualidade - como o montado pelo Corinthians para a temporada 2010. Com pelo menos duas opções para cada posição, a maior preocupação de seu treinador será, como num jogo de xadrez, colocar as devidas peças nos lugares certos.

Contudo, é preciso muita cautela com esse tal "rodízio de jogadores". O Corinthians foi considerado o melhor time do primeiro semestre do ano passado por estar muito bem entrosado, com cada jogador exercendo bem a sua função tática. Por não dispor de um banco de reservas tão numeroso e sem muitos problemas de contusão, a escalação era praticamente sempre a mesma - então, os resultados vieram.

É preciso estabelecer uma equipe titular - o que Mano Menezes, que não é bobo nem nada, já deve ter delineado em sua mente - para qualquer partida; assim os recém-contratados podem ir se entrosando com os remanescentes . E, na eventualidade de uma baixa - seja por suspensão, contusão, ou sei lá o quê – daí sim um elenco de qualidade pode fazer a diferença. Se a cada jogo, Mano Menezes entrar com um time diferente em campo, o Corinthians correrá o risco de não chegar a lugar algum.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

JOGO DE ALTOS E BAIXOS NO REENCONTRO DO TIMÃO COM O PACAEMBU

A festa estava montada: noite sem chuva - pelo menos até o fim do primeiro tempo -, Pacaembu lotado, homenagem aos campeões mundiais Edu e Luisão, além da tão aguardada estreia de Roberto Carlos ao lado do Fenômeno. Entretanto, do outro lado, um bem armado Bragantino - talvez um dos melhores times do interior paulista atualmente. Resultado: vitória apertada (2x1), com o Timão alternando bons e maus momentos durante a partida.

Visivelmente fora de ritmo e sem o tempo de bola, o meia Tcheco foi o principal alvo da torcida. Só que o torcedor, embora passional, tem que ter um pouco mais de paciência; afinal, a temporada está apenas começando. Por outro lado, ciente de que o jogador ainda não se encontra em condições ideais para render o esperado nos gramados, Mano Menezes poderia muito ter entrado com outra formação no meio de campo. Opções não lhe faltam: Jucilei, um dos que mais atuou pelo time no último semestre; o jovem Boquita, que sempre que entra faz o seu papel direitinho; ou até mesmo o argentino Defederico - gritos das arquibancadas não faltaram pela entrada do hermano.

É também a formação ideal do meio de campo, especialmente a dupla de volantes, que deve arquejar as sobrancelhas do treinador. Marcelo Mattos que se cuide, pois Ralf jogou bem e, por uns momentos, fez a galera esquecer - ou lembrar – o volante Cristian. E quem imaginava ver um show da dupla 69 - explicando melhor, Roberto Carlos (6) e Ronaldo (9) -, teve que mais uma vez ovacionar o polivalente Jorge Henrique, armando jogadas no ataque, cobrindo a defesa pelas alas, dando o sangue do jeito que o corinthiano mais gosta. Incansável, o marrentinho já é quase um ídolo da torcida, e com todos os méritos!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COM A AUSÊNCIA DO CORINTHIANS, SHOWS MUSICAIS SÃO A ALTERNATIVA PARA LOTAR O MORUMBI

Desde o imbróglio envolvendo as diretorias do Corinthians e do São Paulo - que teve início no Paulistão 2009 por conta da diminuição da cota de ingressos para o visitante - que o presidente Andrés Sanchez tem batido o pé e reafirmado constantemente que, pelo menos até o fim do seu mandato, o time de Parque São Jorge não mandará jogos no estádio do Morumbi. Prejuízo para o Tricolor? Talvez, levando-se em conta a certeza de grande público em jogos do Timão.

Contudo, para suprir esse rombo nas receitas, a diretoria são-paulina tem encontrado nos eventos musicais a melhor alternativa para voltar a encher a sua arena. No fim do ano passado, a banda australiana AC/DC levou mais de 70 mil roqueiros ao estádio; nesse janeiro, em duas apresentações, o Metallica promete fazer o mesmo. E a temporada de shows não acaba por aí: além dos londrinos do Coldplay e da frenética Beyoncé - já confirmados -, até o U2 promete aportar novamente no país. E pela terceira vez o Morumbi será o palco para a performance do grupo liderado por Bono Vox. Enquanto isso, o futebol fica relegado a segundo plano e haja alteração na tabela.

Lá pelos lados do Parque São Jorge, é muito provável que dirigentes corinthianos estejam se divertindo com a situação do rival. Só que muitos alvinegros não compactuam com essa eterna briga entre as diretorias e vão sim ao estádio, nem que seja para acompanhar os shows em vez de torcer; afinal, além de futebol bem jogado, corinthiano também aprecia boa música.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A VOLTA DO MEIA DOUGLAS

Desde que defendia o São Caetano, Douglas já era cobiçado por vários clubes do futebol brasileiro, até que foi parar no Corinthians, de onde conseguiu o passaporte para a tão sonhada liberdade financeira nos petrodólares do mundo árabe – onde o futebol é inexpressivo, diga-se de passagem. No Timão, embora constantemente criticado por alguns torcedores, o meia se tornou peça imprescindível no esquema tático e nas conquistas – Brasileiro da Série B, Campeonato Paulista e Copa do Brasil – do time de Mano Menezes. Tanto que, até agora, o Corinthians ainda não encontrou um substituto à altura, e as esperanças são depositadas nos meias Tcheco e Danilo, além do argentino Defederico.

Pouco mais de seis meses após a ida para o Al Wasl (Emirados Árabes Unidos), Douglas já acena com a possibilidade de voltar para o futebol brasileiro – ao que parece, seu destino deverá ser mesmo o Grêmio, que até teria adquirido parte dos direitos federativos do jogador.

Apesar dos gramados brasileiros, tão carentes de um verdadeiro meia-armador, sentirem falta do talento de Douglas, eu pergunto: será que, em tão pouco tempo, o atleta já conseguiu sua liberdade financeira? Ou ainda, será que vale a pena um time do exterior investir muita grana num craque brasileiro, e ter o contrato rescindido?
Para os corinthianos que, por diversas vezes – exceto para os que o criticavam – será difícil vê-lo vestindo a camisa de outro clube, principalmente se as negociações com o arquirrival Palmeiras – que corre por fora – se concretizarem. Mas como o futebol é business, ninguém mais – com raríssimas exceções – cria identidade com os clubes, o que é uma pena!
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

UM INÍCIO DE TEMPORADA SEM INSPIRAÇÃO

Depois de uma ausência de mais de um mês, período em que procurei viajar e recarregar as pilhas para 2010, estou de volta para traçar comentários e compartilhar informações sobre futebol – especialmente sobre o Corinthians. E para começar, quem esperava um início de temporada arrebatador, teve que se contentar com um simples empate com sabor de derrota. Se antes o modesto Atlético Monte Azul parecia uma presa fácil, dentro de campo o caçula da competição provou que jogo é jogado, assim como lambari é pescado – como diz o ditado popular.

Desculpas não faltaram para o futebol sem inspiração apresentado pelo alvinegro paulista – até justificáveis, levando-se em consideração que é apenas início de temporada. Entretanto, embora seja extremamente cedo para criticar, algumas análises já podem ser consideradas: Elias no meio de campo é peça imprescindível, assim como o polivalente Jorge Henrique pela direita, atacando com a mesma eficiência com que defende.

Contra o Bragantino, na próxima quarta-feira, além de Elias e Jorge Henrique, Mano Menezes deverá promover a estreia de Roberto Carlos e a volta de Ronaldo, numa formação mais próxima do Corinthians da temporada passada. Daí, certamente a postura da equipe será bem diferente. E o placar, também!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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