sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

TIETAGEM URUGUAIA

Além de endurecerem o jogo para o Corinthians, os jogadores do Racing -debutante na mais importante competição de clubes do continente sul-americano - tiveram uma verdadeira noite de êxtase e tietagem diante do Corinthians no Pacaembu. Antes mesmo da partida, boquiabertos, os uruguaios subiram ao gramado para registrar cada detalhe com suas câmeras digitais e celulares. No final do jogo, disputaram a tapas algumas camisas alvinegras, com o mesmo afinco e determinação que tiveram dentro de campo. Durante as coletivas, poucas palavras foram suficientes para Jorge Contreras definir seu sentimento. "Joguei muitos jogos importantes contra o Peñarol e o Nacional, mas isso foi o máximo e nunca se apagará da minha mente", orgulhou-se o goleiro.

Apesar de conhecer suas limitações, os uruguaios sonhavam em surpreender o anfitrião, tanto que um representante - quebrando o galho do assessor de imprensa que, por economia, não veio a São Paulo - distribuiu aos jornalistas a escalação do time, com uma observação: "A maior infra-estrutura e organização sempre influem em campo, mas o mais bonito desse esporte é que não é tudo tão lógico, e às vezes uma equipe muito humilde pode surpreender". E quase que as palavras, escritas em tom profético, chegaram a se transformar em verdades.

Para o Timão um jogo importante mas comum ,e cuja vitória era mais do que obrigação; para o modesto Racing uma noite memorável, para ficar registrada com letras douradas na história do clube. Em 24/02/2010 fomos a São Paulo enfrentar o Todo Poderoso Corinthians, saímos na frente logo no início do jogo e deixamos o campo dignamente, sem tomar uma goleada. Um novo encontro já está marcado, e será em Montevidéo no mês de abril. Até lá, talvez a ficha já tenha caído.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

E AS PICUINHAS ENTRE CORINTHIANS E SÃO PAULO CONTINUAM

Faz tempo que Corinthians e São Paulo não falam a mesma língua, principalmente após aquele imbróglio envolvendo divisão de torcidas no Campeonato Paulista deste ano. Na ocasião, o São Paulo se recusou a dividir o Morumbi com a torcida alvinegra - como historicamente acontecia. Em contrapartida, agora, nos mandos de jogos do Timão no Pacaembu, a torcida adversária é obrigada a ficar espremida num cantinho do estádio.

Agora a rivalidade chega também ao departamento financeiro dos clubes. Enquanto que o Corinthians ainda comemora o maior patrocínio da história de um clube do futebol brasileiro, o São Paulo promete anunciar o novo parceiro no mês de março - e com números também estratosféricos. E haja críticas e farpas disparadas para todos os lados!

Nunca se sabe, mas talvez um dia os rivais paulistas deixem de lado as picuinhas extra-campo e cheguem a um acordo de cavalheiros. É claro que a diretoria são-paulina quer que o Timão volte a jogar no Morumbi, mas o Alvinegro parece irredutível e mais do que satisfeito com as rendas obtidas no bom e velho Pacaembu. Agora, imagine a seguinte situação: Corinthians x São Paulo, com mando de campo do Corinthians, sendo realizado no Morumbi. Como manda a lei, aos tricolores seriam destinados somente 10% dos ingressos, ou seja, um gomo das arquibancadas. Seria muito engraçado - para não dizer ultrajante -, e certamente outro motivo para recomeçarem as brigas!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

COM ELENCO EXPERIENTE, TIMÃO INICIA SUA EPOPÉIA

É certo que o Corinthians jamais conquistou a Libertadores - a melhor colocação foi a semifinal de 2000, quando parou nas mãos do arqueiro Marcos -, mas o que não se pode dizer é que falta experiência ao grupo que disputa a edição desse ano. Dos 25 jogadores inscritos, nada menos do que 13 já tiveram a oportunidade de participar da competição sul-americana; uns nem jogaram, mas outros chegaram até a ser campeões - como o meia Danilo e o atacante Iarley - esse último, em duas oportunidades.

No comando da nau corinthiana, um treinador astuto e também experiente em competições do tipo mata-mata. Basta lembrar que ele já levou, em 2004, o modesto XV de Novembro de Campo Bom às semifinais da Copa do Brasil; o próprio Corinthians por duas vezes seguidas às finais, conquistando o título em 2009; e o Grêmio às finais da Libertadores, em 2007.

Nessa quarta-feira, começa uma nova era na história do Corinthians, que poderá terminar em samba ou, novamente, em choro. Não que a Libertadores seja mais importante do que um Brasileirão ou um Mundial de Clubes, títulos já conquistados pelo Timão, mas é o troféu que falta na galeria do Parque São Jorge. E é em busca dessa jóia tão rara e cobiçada que se inicia, nessa semana, a epopéia alvinegra.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

FIM DO VESTIBULAR DE MANO MENEZES

Trinta e dois candidatos para 25 vagas; "Moleza", diria qualquer estudante prestes a ingressar na universidade. Mas, no vestibular do técnico Mano Menezes, a situação não é assim tão simples como possa parecer. Apresentar uma lista para a primeira fase da competição mais importante do ano - aquela que todo jogador gostaria de participar -, justificando a escolha a cada um dos preteridos tomando o devido cuidado para não desmotivá-los, não parece nada fácil, muito menos agradável de se fazer.

Pelo jeito não o castelhano não pesou na decisão do treinador, visto que os laterais reservas Balbuena e Escudero - para muitos, nomes certos na lista - foram superados pelo recém-contratado Moacir e pelo jovem Dodô. Provavelmente os gringos devem ser os mais decepcionados do elenco; afinal, estão vendo a possibilidade de jogar em seus países de origem indo por água abaixo.

No restante, não houve muitas surpresas. Bill já havia sido emprestado ao Coritiba, e Edno, está com um pé no Botafogo. Na disputa pelas camisas, o contemplado com a 10 acabou sendo mesmo o meia Danilo. Justo! Agora que a ansiedade de todos - jogadores, torcedores, imprensa - chegou ao fim, o negócio é se dedicar de corpo e alma ao torneio que, para o Timão, começa essa semana. O Racing, que se cuide...

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A VOLTA DA DEFESA MENOS VAZADA

Somente depois de serem disputadas dez rodadas é que o Corinthians voltou a ter a melhor defesa do Campeonato Paulista e, se seguir o exemplo do ano passado, os comandados de Mano Menezes têm tudo para fazer prevalecer essa condição. Até então, o Botafogo tinha tomado somente cinco gols; com a derrota para o Bragantino, em Bragança Paulista, agora o time de Ribeirão Preto também chegou aos sete gols sofridos na competição. E, por falar em Braga, atenção ao lateral-direito Diego Macedo; tem muito time grande dando sopa por aí...

Mas se a defesa alvinegra está bem postada e dá segurança à equipe, o mesmo não se pode dizer do ataque - pelo menos por enquanto. O Timão marcou apenas 16 gols na competição, uma média muito aquém de um ataque com tantos jogadores renomados. Aliás, nunca a lista dos goleadores esteve tão democrática: 11 jogadores já balançaram as redes adversárias, e Jorge Henrique, que entrou em campo apenas cinco vezes, é o artilheiro da equipe com três gols.

Contra o Racing, pela estreia da Libertadores, o Corinthians, praticamente com sua melhor formação, tem tudo para aumentar a média da temporada. E o Fenômeno, que até agora assinalou apenas um, parece estar novamente com fome de bola, além da boa e velha carequinha que já fez tantos zagueiros tremerem mundo afora.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O FUTEBOL ESTÁ SE TORNANDO UM ESPORTE DE ELITE

Que o preço dos ingressos para os jogos do Corinthians na Libertadores deveriam ser majorados, isso não resta a menor dúvida. Agora, cobrar R$ 200 para cadeira laranja, R$ 300 para numerada descoberta e R$ 500,00 para a área vip chega a ser um disparate. Pois é, e pode ir preparando o bolso, torcedor; pois, caso o Timão avance até a fase final, serão sete jogos em casa. Alguém duvida que muitos irão desembolsar R$ 3500,00 para acompanhar o time, degustando lanchinho, refrigerante ou sei lá o quê?

A torcida corinthiana é imensa, composta por ricos e pobres. Por isso, independente dos valores cobrados, certamente o Pacaembu estará lotado e ensurdecedor em todas as partidas. Até a capacidade do estádio foi ampliada para 40199 lugares - por que não 42 mil?

Só a título comparativo, um amigo de Belo Horizonte, torcedor do Galo, comentou comigo que o ingresso para o setor geral do Mineirão custa R$ 2 - isso mesmo, dois reais! -, e estudante, como ele, ainda paga meia entrada. Diante dessa discrepância de valores, parece que o futebol - pelo menos em São Paulo - está se tornando cada vez mais um esporte de elite. Bom para os clubes, ruim para o torcedor mais humilde, que não tem Pay Per View e High Definition, e que só consegue acompanhar os jogos transmitidos pela TV aberta. Para finalizar, se em campo o time corresponder e ganhar a Libertadores, ninguém irá reclamar dos preços. O problema é se o Coringão não ganhar!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

NINGUÉM ADMINISTRA EGO TÃO BEM QUANTO MANO MENEZES

A maior dificuldade para um treinador que comanda um time de tantas variáveis, cujo elenco possui desde estrelas campeãs mundiais até novatos saídos do terrão do Parque São Jorge, é saber administrar egos, lidar com as diferenças, motivar a todos. Também, nesse quesito, Mano Menezes tem tido a postura de um verdadeiro entendido do assunto.

Primeiro, questionava-se quem seria o dono da camisa 10 do Timão; sem fazer uso das palavras, sabiamente o treinador parece dizer: "Por enquanto, a 10 não é de ninguém". Para se ter uma ideia, só nesse início de temporada, foram muitos os que já a usaram: Iarley, Tcheco, Danilo, Dentinho, Defederico, Morais... Enfim, todo mundo satisfeito e, independente de quem a use na Libertadores, o assunto foi esquecido.

Quanto à tão aguardada lista dos inscritos para a competição sul-americana, a disputa continua acirrada. Balbuena, Boquita, Dodô, Edno, Moacir e Morais devem brigar pelas vagas que ainda restam. A depender do jogo contra o Mogi Mirim, os dois últimos têm grandes chances de vencer a concorrência. Enquanto o torcedor aguarda ansiosamente, o treinador faz mistérios e parece não se preocupar nem um pouco com as reações dos preteridos - definidamente, ele tem o grupo nas mãos.

Aliás, contra o Sapão, o Alvinegro - embora ainda atuando com uma equipe mista - fez seu melhor jogo no campeonato. Destaque para o centroavante Souza, que desencantou com dois gols com marca de artilheiro. Se antes o atacante carecia urgentemente de um estímulo, agora não precisa mais. É só continuar balançando as redes adversárias.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

NÃO SE DEVE MISTURAR CARNAVAL COM FUTEBOL

Enquanto a Gaviões da Fiel desfilava pelo Sambódromo do Anhembi, a torcida vibrava nas arquibancadas, como sempre o faz nos estádios de futebol. Linda festa para saudar os foliões que contavam a história dos cem anos do Sport Club Corinthians Paulista. Mas, assim, como no futebol, o carnaval também se faz de vitórias e derrotas, de conquistas e fracassos. Se houvesse um quesito chamado "animação", certamente a Gaviões seria nota dez; como não há, a escola teve que se contentar com uma mera quinta colocação. E o que é pior: atrás da Mancha Verde.

Se fosse possível transferir o resultado do carnaval paulista para o futebol nacional, a Gaviões não estaria classificada para a Libertadores; nem mesmo disputaria as semifinais do campeonato regional. Antes de criticar, portanto, quando o Timão vai mal em alguma competição, é sempre bom lembrar dos últimos carnavais. Mesmo assim, parabéns a todos pelo desfile - o lado negativo ficou por conta do vandalismo dos que se revoltaram contra as baixas notas de alguns jurados e atiraram cadeiras das arquibancadas.

Carnaval é festa, é cultura, é tradição; hora de extravasar o riso e deixar que as emoções se aflorem. Torcer faz parte, o que não pode acontecer é que uma celebração popular se transforme em rivalidade como a que se vê nos estádios. O corinthiano pode até ter torcido para a Gaviões, mas o Corinthians - o dos gramados e não o da avenida - está acima de tudo; acima de torcida, acima de carnaval, acima de samba-enredo. Por fim, parabéns à discreta Rosas de Ouro pelo surpreendente título. Foi como ver a Portuguesa sendo campeã paulista.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ÉS DO BRASIL, O CLUBE MAIS ESTRANGEIRO

"És do Brasil o clube mais brasileiro", diz o verso final do hino corinthiano, entoado a plenos pulmões por milhões de vozes que se unem de norte a sul do país. Mas se, de longe, o Corinthians é o time nacional mais badalado, pelo menos no papel o verso não condiz com a realidade dos últimos anos vivenciada no clube.

Prestígio internacional é o que não falta, principalmente com o valor agregado à marca desde a chegada do craque Ronaldo; mas, de alguns anos para cá, uma infinidade de estrangeiros - principalmente argentinos - passaram a fazer parte do elenco. Assim, o Timão deixou de ser o mais brasileiro para se tornar, do Brasil, o clube mais estrangeiro.

Em tempos de futebol globalizado, só para citar alguns jogadores, já passaram pelo Corinthians o zagueiro Gamarra, o volante Rincón, os selecionáveis argentinos Carlitos Tevez e Mascherano, além de Sebá e Herrera. Atualmente, compõem o paraguaio Balbuena e os também hermanos Defederico e Escudero. A lista poderia ser ainda maior caso as negociações com o craque Riquelme não tivessem emperrado. De fato mesmo é que, graças ao Corinthians, nunca os argentinos se sentiram tão à vontade em território brasileiro.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A NOVA CASA DO TIMÃO

Diante das altas taxas de aluguel - 12% da renda bruta para jogos diurnos, e 15% para noturnos - cobradas pela administração do Pacaembu, a diretoria do Timão não pensou duas vezes ao receber proposta da Prefeitura de Barueri para mandar alguns jogos do Paulistão naquela cidade, mais precisamente na moderna Arena Barueri. Especula-se que a taxa a ser cobrada não ultrapassará a ninharia de 2% da renda.

Embora acostumada ao Paulo Machado de Carvalho, a mudança não afetará muito a rotina para os fanáticos torcedores corinthianos, acostumados a acompanhar o time em qualquer lugar do país. A princípio, três jogos já foram remarcados - contra Rio Branco, Santo André e Paulista -, mas a tendência é que o acordo seja estendido também para o Brasileirão.

Ainda em fase de ampliação, atualmente a Arena Barueri tem capacidade para receber pouco mais de 20 mil torcedores. Ao término, abrigará, confortavelmente, cerca de 40 mil pessoas - praticamente a mesma capacidade do Pacaembu. Os jogos da Libertadores, do primeiro ao último, continuam confirmados para a capital paulista.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

COPA DO BRASIL - UM CAMPEONATO QUE NINGUÉM QUER DISPUTAR NO ANO SEGUINTE

Começa nessa quarta-feira mais uma edição da Copa do Brasil, uma competição que já caiu no gosto do torcedor brasileiro. Certeza de carnaval antecipado nos lugares mais longínquos desse imenso território, festa e mobilização geral no país da bola. Época também de confraternização, oportunidade dos os pequenos anfitriões recepcionarem os gigantes do futebol nacional. Copa do Brasil é isso: motivação, empolgarão, certeza de estádios lotados. E como cada um dos 64 participantes - por menor que seja - têm o direito de sonhar com o título, o que ninguém deseja mesmo é participar da edição do ano seguinte; só o campeão irá para a Libertadores.

Por exemplo, no que dependesse da vontade do Corinthians, o time de Mano Menezes não teria sido campeão em 2009, mas em 2008 quando sucumbiu frente ao Sport, na Ilha do Retiro. Desde que foi criada, há vinte anos, três canecos já reluzem na rica sala de troféus do Parque São Jorge - o Timão foi campeão em 1995, bicampeão em 2002 e faturou o título pela terceira vez no ano passado. À frente, somente o Cruzeiro e o Grêmio, ambos com quatro conquistas cada. Quanto aos demais grandes paulistas, somente o Palmeiras já chegou ao topo; o rival São Paulo - que disputa a Libertadores pela sétima vez em sete anos - jamais conseguiu, embora tenha tentado por uma década consecutiva. O Santos, de Neymar e Robinho, também sonha com o título.

Independente de quem leve a melhor, que seja um campeonato de alto nível, disputado dentro de campo a exemplo do ano passado. Aliás, sem dúvidas, Corinthians e Internacional protagonizaram uma das mais emocionantes finais da história da competição.

José Donizetti Morbidelli
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

DOIS TIMES CENTENÁRIOS PODEM FAZER A FINAL DA LIBERTADORES

Donos da maior rivalidade do futebol sul-americano, Brasil e Argentina já foram protagonistas de emocionantes jogos ao longo da história, sejam em Copa América, Copa do Mundo ou até mesmo amistosos - que de amistoso mesmo só o nome. Entretanto, essa disputa não se limita somente às seleções nacionais; na Libertadores, também foram muitos os encontros entre tupiniquins e hermanos. Nesse caso a vantagem é toda argentina, e tem o Boca Juniors como grande algoz dos times brasileiros.

Esse ano, no entanto, os argentinos vêm para a competição desfalcados de dois de suas equipes mais populares - o próprio Boca e o River Plate. Resta ao Estudiantes, o atual vencedor, e ao Vélez Sarsfield, campeão do torneio Clausura, tentar garantir a hegemonia de seu país - se bem que, nos últimos anos, os brasileiros deram uma boa equilibrada.

A exemplo do Corinthians, o Vélez também está comemorando seu centenário em 2010, e não será nenhum absurdo que os dois se encontrem numa eventual final, o que engrandeceria sobremaneira a festa. O Timão tentando o título pela primeira vez, e o Vélez em busca do bicampeonato - a primeira conquista ocorreu em 1994, em pleno Morumbi diante do São Paulo. Se falta tradição ao Corinthians na Libertadores, não falta time; no caso do Velez é justamente o contrário: o time pode não ser lá grande coisa, mas não falta tradição. Detalhe: os únicos jogos disputados entre os dois aconteceram em 1999 pela Copa Mercosul, e nas duas oportunidades deu Corinthians (2x0 / 0x3).

José Donizetti Morbidelli
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

SEM CARA FEIA POR FICAR DE FORA DA LIBERTADORES

A pouco mais de duas semanas da estreia na Libertadores, dá a impressão de que Mano Menezes ainda tem algumas dúvidas para fechar a lista dos selecionados - dos 32 jogadores que compõem o elenco profissional do Corinthians, sete ficarão de fora da fase de grupos; dois ainda poderão ser inscritos no decorrer da competição. Quando questionado a respeito, o gaúcho desliza pela tangente como um bagre africano, talvez preocupado com a possibilidade de gerar qualquer desconforto que possa tumultuar o bom ambiente no Parque São Jorge.

Enquanto isso, cada um vem tendo a sua chance, e poucos foram os que ainda não vestiram a camisa alvinegra nessa temporada: além dos goleiros reservas, apenas o lateral Dodô, o volante Moacir e os zagueiros Leandro Castan e Renato. No último sábado, na goleada de 4x0 contra o Sertãozinho no Pacaembu, foi a vez de Edno colocar mais uma interrogação na cabeça do comandante . Pela primeira vez, o atacante balançou as redes adversárias.

No delicioso jogo de brincar de treinador, cada torcedor formula sua própria lista, assim como esse que aqui escreve. Na minha opinião, não devem ser inscritos: Danilo (goleiro), Balbuena, Dodô, Renato, Moacir, Boquita e Bill. Apenas um conselho: que ninguém faça cara feia ao ficar de fora da lista de Mano Menezes; afinal, em caso de conquista, os méritos serão de todos - e não apenas dos selecionados.

José Donizetti Morbidelli
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

RECEITA PARA GANHAR A LIBERTADORES

Tanto na Copa do Brasil como na Libertadores - nesse caso, na fase do mata-mata -, gol marcado fora de casa tem peso maior nos critérios de desempate; daí a importância dos visitantes não se absterem do ataque, assim como dos mandantes vencerem sem, se possível, tomar gols. Uma fórmula muitas vezes cruel, mas absolutamente maravilhosa - diga-se de passagem.

Essa receita de balançar as redes fora sem ser surpreendido em casa foi a usada pelo Corinthians - e com muita competência - em 2009. Resultado: tri-campeão da Copa do Brasil. Diante dos seis adversários, como visitante o Timão marcou em todos os confrontos: 0x2 (Itumbiara); 0x2 (Misto); 3x2 (Atlético PR); 2x2 Fluminense; 1x1 (Vasco); 2x2 (Internacional). Já, como mandante, o Alvinegro também fez certinho a lição de casa, principalmente sua defesa: 2x0 (Atlético PR); 1x0 (Fluminense); 0x0 (Vasco); 2x0 (Internacional).

Se os comandados de Mano Menezes assimilaram bem a lição, o Timão tem tudo para repetir o sucesso do ano passado e conquistar, pela primeira vez, a Libertadores. E o adversário de estreia não poderia ser mais apropriado: o pequeno e inofensivo Racing, do Uruguai, debutando no torneio. Com a certeza de um Pacaembu lotado, o clima está mais do que propício para a fiel começar a festa.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MANO MENEZES ESTÁ MUITO DEFENSIVO

Apesar de manter a base, a diferença do esquema tático do Corinthians de hoje para o que conquistou tudo no primeiro semestre do ano passado é gritante. Primeiro porque aquela formação privava pela força ofensiva, com Jorge Henrique de um lado, Dentinho do outro e Ronaldo como referência; segundo porque havia um meia-armador de fato; e terceiro porque os laterais - principalmente pela ala esquerda - apoiavam com muito mais constância. Dava até gosto de ver o Timão jogar.

Agora, a menos de vinte dias da estreia na Libertadores, Mano Menezes continua com sua série de testes, dando oportunidade a todos os seus pupilos em busca da formação ideal. E pelo jeito aquela formação tão ofensiva parece não fazer parte dos planos do treinador, que tem insistido com quatro homens no meio de campo. Resultado: em seis jogos disputados pelo Paulistão, o Corinthians só marcou oito gols - uma média pífia de 1,33 por partida. Por outro lado, a defesa só não levou gols no clássico contra o Palmeiras. Sinal de que congestionar a meia cancha não representa, necessariamente, dar mais segurança ao sistema defensivo.

Está na hora do gaúcho, primeiro, definir de uma vez por todas seu time titular e pô-lo para jogar - só assim se ganha ritmo e entrosamento -; e segundo, partir para o ataque. Se a receita funcionou antes, por que não daria certo de novo? Afinal, "o medo de perder tira a vontade de ganhar", parafraseando a frase de um famoso treinador. Pelo menos, contra a Ponte Preta, foi exatamente isso o que se viu.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

MARCOS – ÍDOLO DE TODAS AS TORCIDAS

Ao final do clássico paulista, disputado no último domingo no Pacaembu, o goleiro palmeirense achou que Felipe - que garantiu a vitória do Timão - estava de sacanagem quando pediu-lhe a camisa autografada. Sacanagem nada, foi admiração mesmo! Afinal, boleiro ou não, quem não gostaria de ganhar uma camisa do Marcão? Apesar de toda a sua vitoriosa trajetória ter sido construída no Palmeiras, ele é uma das poucas unanimidades no futebol - com seu jeitão simples, Marcos se tornou ídolo de todas as torcidas.

Até os corinthianos, que por duas vezes seguidas tiveram o sonho da conquista da Libertadores adiado - em 1999 e 2000, Marcos foi o algoz do Timão na disputa de pênaltis -, renderam-se ao carisma e à simpatia do goleiro do rival. Dificilmente, quando as duas equipes se encontram, ouve-se das arquibancadas xingamentos dirigidos a ele - diferentemente do que comumente acontece com outros arqueiros adversários.

Aventurando-se ao ataque ou dando entrevistas, Marcos Roberto Silveira Reis é um show à parte; um exemplo a ser seguido, tanto dentro como fora de campo. Ao longo de seus 36 anos, o veterano é como um irmãozão mais velho, um irmãozão de todas as torcidas. É impossível qualquer corinthiano torcer pelo Palmeiras, mas absolutamente justo querer bem o seu goleiro. Parabéns, Marcão!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

OS TIMES DO INTERIOR PAULISTA PRECISAM URGENTEMENTE DE AJUDA

Depois das primeiras cinco rodadas do principal torneio regional do país, a impressão - ou a quase certeza - que fica é que a competição está sendo, de fato, disputada por quatro, ou no máximo cinco clubes. O resto não passa de mero coadjuvante. Não se iluda, torcedor, com as até agora boas campanhas de Botafogo, Santo André, Ituano ou até mesmo com o bom futebol do Mogi Mirim - aliás, olho naquele tal de Geovane, o atacante tem futuro. Na hora "h", dificilmente o título irá escapar do quarteto formado pelos grandes da capital mais o Santos.

Outrora tão rico e competitivo, o futebol do interior paulista precisa urgentemente de ajuda. Da Federação Paulista, de empresários, prefeituras locais, sei lá... Inadmissível é um jogo como Mogi Mirim x Bragantino com cerca de 500 torcedores. Com exceção a Ponte Preta, que tem levado um bom público ao Moisés Lucarelli, no mais praticamente todos os jogos envolvendo times do interior têm tido um minguado número de torcedores. A diretoria do Bragantino já sinalizou com uma promoção que parece, no mínimo, interessante. Quem comprar um pacote para os próximos três jogos no Nabi Abi Chedid - contra Rio Branco, Palmeiras e Botafogo, respectivamente - paga 50 reais. Tomara que essa iniciativa dê certo, e que outros clubes sigam esse exemplo e consigam sair do vermelho.

Inadmissível também tem sido essa "bagunça" de mudança da campo. Absurdo o caçula Atlético Monte Azul ainda não ter jogado na sua própria cidade; ou o Barueri, em crise de identidade, mudar-se para Presidente Prudente. E, na ânsia por faturar mais, muitos levam seus jogos, deliberadamente, para outras cidade mais prósperas ou que oferecem melhor estrutura. O Sertãozinho, por exemplo, jogou em Ribeirão Preto contra o São Paulo. Resultado: não muito mais do que 5 mil pessoas assistiram à partida. Um baita tiro no próprio pé. Bom para aprender!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CORINTHIANS GOLEIA O PALMEIRAS POR 1X0

Pode parecer exagero mas, diante das circunstâncias, a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, domingo no Pacaembu, soou mesmo como uma goleada. Com um jogador a menos durante praticamente toda a partida - Roberto Carlos foi merecidamente expulso aos 8 minutos por entrada por trás no atacante Joãozinho -, o Alvinegro jogou praticamente na defesa durante toda a partida, com raras investidas ao ataque.

Com um futebol simples mas muito eficiente, a dupla Chicão e William não desafinou em tempo algum, demonstrando estar mais entrosada do que nunca. Filipe, tão criticado nos últimos jogos, teve mais um dia de glória - e foram muitas as investidas palmeirenses contra sua meta. Polivalente como sempre, Jorge Henrique cobriu o vazio da lateral esquerda deixada por Roberto Carlos, e ainda arrumou fôlego para se aventurar ao ataque - aliás, foi dele também o gol da vitória, o segundo no campeonato. Numa noite em que tudo correu como a fiel gosta, até Tcheco saiu aplaudido no segundo tempo.

Mas o mais legal do clássico foi o comportamento das torcidas. Pacaembu lindo, com provocações de um lado, bandeira gigante do outro; mas sem brigas, como deve ser. Rivalidade sim, violência jamais! Detalhe: parado no farol a caminho do estádio, uma cena me chamou a atenção: num ponto de ônibus, duas amigas, cada uma usando a camisa do seu time na maior camaradagem. Belo exemplo e sinal de que a paz no futebol não é algo assim não distante...

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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