sexta-feira, 30 de abril de 2010

DOUGLAS E BORGES BRILHAM NO SUL, PARA INVEJA DE CORINTHIANOS E SÃO-PAULINOS

Qualquer corinthiano ou são-paulino que tenha assistido ao jogo entre Fluminense e Grêmio, no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil, deve ter sentido um baita aperto no coração. O ex-corinthiano Douglas, que antes de sua saída era tão criticado por alguns torcedores, fez uma partida impecável, com arrancadas, passes precisos e dois belos gols, e no mesmo gramado molhado da noite anterior. O ex-Tricolor Borges, também tão criticado lá pelos lados do Morumbi, não fez gols, mas o que importunou a defesa carioca foi uma grandeza.

Justamente num momento em que os atletas brilham no sul do país, os times paulistas passam por apuros na Libertadores: o Timão sem um armador que faça a bola chegar com qualidade aos atacantes; e o São Paulo sem um finalizador, já que Washington não vive uma boa fase e mais reclama da reserva do que, propriamente, joga.

Só não entendo uma coisa, e até gostaria que alguém me explicasse: se diante do assédio de times estrangeiros estava tão difícil para as diretorias de Corinthians e São Paulo segurarem seus jogadores, como é que, em tão pouco tempo, eles estão de volta ao futebol brasileiro, e atuando por outra equipe - com todo o respeito ao Grêmio, mas de menor expressão? Realmente, certas coisas são difíceis de compreender.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

COMO SE DIZ NO INTERIOR, COM PENA O PORQUINHO NÃO MORRE

Dizem no interior que quando um porco demora a morrer, é porque alguém está com pena do bichinho. Não estou sugerindo que o atacante Ronaldo tenha nutrido o mesmo sentimento pelo time que ele declara seu amor desde a infância - afinal, antes de tudo o Fenômeno é profissional e defende as cores do Corinthians -, mas que sua performance no Maracanã foi lastimável, isso foi. Ainda fora de forma, o atacante apanhou até das próprias canelas.

Depois de um primeiro tempo inexistente, com um gramado encharcado e absolutamente inadequado para a prática do futebol, cariocas e paulistas até que fizeram a bola rolar na etapa complementar. E quem vibrou primeiro foi a galera alvinegra, depois da expulsão do meio-campista Michael. Aliás, se o Flamengo disponibilizou somente 2500 ingressos para a torcida visitante, como explicar a presença de mais de 8 mil corinthianos no estádio? Literalmente, foi uma nova invasão - claro, em menor escala se comparada com 1976, pelas semifinais do Brasileiro, e com 2000, pelas finais do Mundial.

Com superação e méritos - diga-se de passagem -, o Flamengo mereceu o resultado, mas aquela chance de cabeça desperdiçada por Adriano pode fazer muita falta. Com dois a zero no placar, dificilmente os cariocas deixariam escapar a classificação. Agora, um novo capítulo está marcado para a próxima quarta-feira, com um Pacaembu lotado e ensurdecedor. Apesar da vantagem rubro-negra, a vaga ainda permanece em aberto. Mas, voltando à história do porquinho, não pode ter dó senão já era.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

CORINTHIANS OU FLAMENGO ESTÃO LIVRES DE BRASILEIROS E ARGENTINOS ATÉ A FINAL

Corinthians ou Flamengo não deverão enfrentar nenhum outro time brasileiro - e até mesmo argentino - até uma eventual final da Libertadores. Do confronto entre os clubes mais populares do país sairá o adversário de Universidad de Chile ou Alianza Lima, pelas quartas-de-final; e na composição para as semifinais desse cruzamento, o único argentino é o Vélez Sarsfield, só que os hermanos perderam de 3x0 para o Chivas, do México, e dificilmente conseguirão reverter o resultado no jogo de volta, em Buenos Aires.

Na outra ponta da tabela, o vencedor de São Paulo e Universitario enfrentará Cruzeiro ou Nacional. Se der a lógica: paulistas contra mineiros. Nas semifinais, o adversário pode ser o Internacional, num outro confronto caseiro. Quem quer que avance terá muito trabalho pela frente, e os torcedores, emoções à flor da pele.

Se antes os corinthianos lamentaram por enfrentar o Flamengo já nas oitavas de final, pensando melhor “há males que vem para o bem” - como diz o dito popular. Entretanto, antes de chegar ao bem é necessário passar pelo mal; um mal difícil, indigesto, dividido em dois tempos de 90 minutos que prometem entrar para a história do futebol brasileiro e sul-americano. E o vencedor também tem tudo para fazer sua própria história ao longo da competição e dizer, lá na frente, com todo o orgulho: “para chegar até aqui, eu tive que passar por aquele que, comigo, divide a maior paixão nacional”. Isso já vale quase um título!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 27 de abril de 2010

RECEITA PARA GANHAR A LIBERTADORES DEVE SER A MESMA DA COPA DO BRASIL

Definitivamente é agora que a Libertadores se inicia pra valer, com jogos eliminatórios e a mesma fórmula adotada na Copa do Brasil: gols marcados fora de casa têm peso maior nos critérios de desempate. Daí a importância dos visitantes não abdicarem do ataque, assim como dos mandantes terem a necessidade de vencer sem, se possível, tomarem gols. Uma fórmula cruel para alguns, mas absolutamente maravilhosa - diga-se de passagem.

Essa receita de balançar as redes fora sem ser surpreendido em casa foi a usada pelo Corinthians - e com muita competência - em 2009. Resultado: tri-campeão da Copa do Brasil. Diante dos seis adversários, como visitante o Timão marcou em todos os confrontos. Só para relembrar: 0x2 (Itumbiara); 0x2 (Misto); 3x2 (Atlético PR); 2x2 Fluminense; 1x1 (Vasco); 2x2 (Internacional). Já, como mandante, o Alvinegro também fez bem a lição de casa, principalmente sua defesa: 2x0 (Atlético PR); 1x0 (Fluminense); 0x0 (Vasco); 2x0 (Internacional).

Se os comandados de Mano Menezes assimilaram a lição, o Timão tem tudo para repetir o sucesso do ano passado e conquistar, pela primeira vez, a tão almejada Copa Libertadores. E o primeiro palco das oitavas de final não poderia ser mais propício; afinal, foi no Maracanã que o Timão enfrentou dois adversários de muito respeito - Fluminense e o Vasco -, e nos dois confrontos chegou às redes cariocas.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

SE ESTATISTICA GANHASSE JOGO O MATEMÁTICO OSWALD DE SOUZA SERIA TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

É fato que todas as vezes que decidiu em casa a vaga para a sequência da Libertadores, o Corinthians foi eliminado. Foi assim contra o Boca Juniors em 1991; contra o River Plate em 2003 e 2006; e o Palmeiras, em 1999 e 2000 –se bem que esse foi em campo neutro. Mas se ao longo dos anos o Timão contrariou aquele famoso ditado que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”, por outro, se estatística ganhasse jogou ou decidisse classificação, o matemático Oswald de Souza poderia tomar o lugar de Dunga na Seleção Brasileira.

Contudo, para quem se atém aos números, seguem alguns dados interessantes a respeito dos três brasileiros que só enfrentariam o Timão numa eventual final: em primeiro lugar, os maiores algozes do time de Parque São Jorge não estão disputando essa edição da competição; com relação ao Internacional, bem recentemente o Colorado sentiu a pressão que é jogar no Pacaembu; quanto ao Tricolor, qualquer um sabe muito bem quem tem levado ampla vantagem em jogos decisivos; por fim, o Cruzeiro é sempre uma incógnita, capaz de ser desclassificado pelo Ipatinga no Mineiro e desclassificar uma equipe de ponta na Libertadores. Mas, como eu disse antes, volto a frisar que estatísticas não ganham jogos.

Qualquer uma das 32 equipes da Libertadores gostaria de estar no lugar do Corinthians, detentor da melhor campanha da primeira fase. Decidir ao lado da torcida é sempre uma vantagem considerável, desde que traga na bagagem um bom resultado no jogo de ida, exatamente o que o Alvinegro busca contra o Flamengo, o primeiro confronto caseiro da competição. Apesar de ainda não ter apresentado um grande futebol, o torcedor deve ficar animado; afinal, o Timão estava jogando o fino da bola em todos os anos citados acima, e todo mundo viu no que deu. Quem sabe não tenha chegado a hora de reescrever mais um velho ditado: “a ordem dos fatores ALTERA o resultado”.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

CORINTHIANS PODE ENFRENTAR FLAMENGO OU INTERNACIONAL NAS OITAVAS DA LIBERTADORES

A primeira fase da Libertadores se encerra nessa quinta-feira, 22, e grandes são as possibilidades de times brasileiros já se encontrarem a partir das oitavas de final. Por exemplo: uma vitória simples - ou até mesmo uma derrota - do Internacional contra o Deportivo Quito, no Beira Rio, resultará num confronto entre Corinthians e Flamengo; um empate sem gols fará o próprio Colorado enfrentar o Alvinegro; já, um empate com gols possibilitará um encontro com o São Paulo - em 2006 os dois até já decidiram uma final de Libertadores, em 2006, e o título ficou com os gaúchos. Nesse caso, o time de Parque São Jorge irá até o Peru para pegar o Universitario.

Apesar de evitar longas e desgastantes viagens, confrontos caseiros também são sempre muito complicados e é praticamente impossível traçar qualquer prognóstico. Entretanto, o próprio Mano Menezes declarou que não teme nenhuma equipe brasileira, e que mais cedo ou mais tarde os cruzamentos serão inevitáveis. Estranho mesmo, ou até má sorte, é se classificar em primeiro lugar na fase de grupos e cruzar, logo de cara, com um adversário forte, enquanto que outros se classificam na bacia das almas e acabam tendo sorte na sequência. Em 2006, a situação foi bastante parecida: depois de um bom início, o Timão teve que enfrentar o poderoso River Plate -o 3º pior segundo colocado -, e foi eliminado. Para alegria da Fiel, dessa vez, não tem nenhum argentino pela frente - pelo menos por enquanto!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 20 de abril de 2010

DE OLHO NOS DESTAQUES DO INTERIOR

É sempre a mesma rotina. Basta o campeonato estadual chegar à reta final para que os grandes da capital comecem a se movimentar em busca de reforços, da mesma maneira como os estrangeiros fazem por ocasião da abertura da janela européia - tão temida para os torcedores, e tão aguardada pelos gananciosos dirigentes. É bom os dirigentes abrirem o olho, pois não faltam opções interessantes e a baixo custo, vindas do interior.

O meio-campista Tinga, da Ponte Preta, tem um futebol bem parecido com Elias, do Timão, que, coincidentemente, também veio da Macaca; o goleiro Weverton, do Botafogo, andou fechando o gol e, por várias rodadas, manteve-se entre os menos vazados; no finalista São André, quem tem se destacado são o lateral direito Cicinho, os meias Gil e Bruno César, além dos atacantes Rodriguinho e Nunes; por sua vez, o Grêmio Barueri deve perder o veterano Marcos Assunção - praticamente acertado com o Palmeiras - e o veloz atacante Flavinho.

Precavido com as eventuais negociações com o mercado europeu após a Libertadores, o Corinthians tem preparado uma lista de reforços, encabeçada pelo já contratado meio-campista Paulinho, que se destacou no Bragantino; outro destaque do Braga é o temperamental lateral Diego Macedo,cogitado pelo Atlético Mineiro. Talvez seja também a hora do Timão trazer de volta alguns jogadores emprestados,como o polivalente Marcelo Oliveira, que defende o Grêmio Prudente, e o lateral esquerdo Éverton Ribeiro que, no São Caetano, assumiu a camisa 10 e não tem decepcionado como meia-armador.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

SACO DE PANCADAS NO PAULISTÃO, COMO REAGIRÁ O SÃO PAULO NA LIBERTADORES

Embora a 5ª e 11ª colocação obtida, respectivamente, por Corinthians e Palmeiras, tenha sido medíocre para a grandeza dos clubes, o São Paulo é o que tem mais motivos para se lamentar após a desclassificação no Paulistão 2010. Primeiro porque o Tricolor perdeu todos os clássicos - 3x1 para a Portuguesa, 2x1 para o Santos, 2x0 para o Palmeiras e 4x3 para o Corinthians na primeira fase; além de 3x2 e 3x0, novamente para o Santos, na semifinal. Segundo porque o time de Ricardo Gomes segue meio que desmantelado para a sequência da Libertadores, com problemas de relacionamento no elenco - algumas declarações do atacante Washington não têm sido bem digeridas -, falhas individuais - definitivamente, Rogério Ceni não vive uma boa fase – e com as atenções da diretoria mais voltadas para o projeto Morumbi 2014 do que, propriamente, para a competição sul-americana.

Entretanto, mesmo com tantos problemas, o São Paulo é forte em qualquer competição e, com vaga praticamente assegurada para as oitavas de final, tem grandes possibilidades de dar a volta por cima e complicar a vida dos adversários brasileiros. Dificilmente haverá um cruzamento com o Corinthians já na fase seguinte, mas é bem provável que os rivais se encontrem no decorrer da competição.

Até lá, os alvinegros esperam que o Timão já tenha reencontrado seu melhor futebol, enquanto que os são-paulinos aguardam que o Tricolor já tenha assimilado as derrotas do Paulista e resolvido as picuinhas internas. Se nos últimos confrontos o time de Mano Menezes tem levado vantagem, é bom o Alvinegro se precaver; afinal, na Libertadores eles jamais se encontraram. E como a primeira vez ninguém esquece, que seja mesmo um jogo inesquecível - se assim a tabela permitir.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

QUEM ENFRENTOU ADVERSÁRIOS MAIS COMPLICADOS NA LIBERTADORES ATÉ AGORA

Há quem diga que a sorte tem soprado a favor do Corinthians na Libertadores, por ter enfrentado, até agora, adversários sem muita expressão no futebol sul-americano. Contudo, é bom lembrar que o Cerro Porteño, apesar da campanha medíocre, coleciona mais de 30 participações na competição, enquanto que o Independiente Medellín disputa pela sexta vez; o Racing do Uruguai, por sua vez, é um mero estreante e, por incrível que pareça, é o que ainda alimenta as chances de se classificar como um dos seis melhores segundos colocados. No grupo do São Paulo, o modesto Nacional, do Paraguai, tem sido um verdadeiro saco de pancadas; até agora, o time paraguaio não somou um ponto sequer. Campanhas pífias também fazem o Bolívar, o Blooming, o Emelec e o Deportivo Italia, respectivamente pelos grupos 3, 4, 5 e 7 - cada um deles soma, até agora, apenas um ponto.

A situação não está nada fácil para o Flamengo; não que os chilenos Universidad de Chile e Univesidad Católica sejam lá grande coisa, mas é o próprio Rubro-Negro que está se complicando. O mesmo se aplica ao Internacional, se bem que uma vitória simples contra o Deportivo Quito, no Beira-Rio, garante a classificação do Colorado como primeiro do grupo.

Não resta dúvidas de que o grupo mais complicado é o do Cruzeiro, que mediu forças contra o forte Vélez Sarsfield e o Colo Colo; mesmo assim, o time mineiro se saiu bem e também já garantiu a sua vaga. No mais, todos os grupos se equivalem, com um ou dois times se sobressaindo e os demais apenas participando. É a partir das oitavas de final que a competição irá pegar fogo, sem argumentos de jogos fáceis ou adversários sem tradição. Diferente da primeira fase, quando ainda dava para se recuperar de um resultado adverso, no mata-mata qualquer erro poderá ser fatal.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

OS JOGOS DO CORINTHIANS ESTÃO MUITO CHATOS

Chutão para todos os lados, futebol defensivo, falta de ligação do meio para o ataque e, além do mais, uma morosidade de dar sono. Mesmo com a vitória no Uruguai e a confirmação do primeiro lugar do grupo A, foi exatamente assim que o time se portou contra o fraco Racing. Para falar a verdade, os jogos do Corinthians estão muito chatos. Até agora, o Alvinegro não teve uma apresentação convincente na competição sul-americana, daquelas de encher os olhos do torcedor, amedrontar os adversários e credenciá-lo de vez como um dos grandes favoritos ao título.

Na defesa, o capitão Willian, antes tão seguro, tem demonstrado algumas falhas, como se nunca tivesse jogado ao lado de seu companheiro Chicão; apesar do gol, o intocável Elias esteve muito abaixo da média; Danilo, que poderia exercer o papel de meia de ligação, não arreda pé do lado esquerdo do campo; e Ronaldo, visivelmente fora de forma, não recebe uma boa em condições de finalização - a alternativa tem sido voltar para buscar jogo, o que não é lá muito a dele. Nesse emaranhado que se tornou o Corinthians, quem tem se salvado são o lateral Roberto Carlos, o volante Jucilei e o atacante Dentinho.

Apesar de tantas deficiências, o Timão tem tudo para confirmar a melhor campanha da primeira fase entre os 32 participantes - o que lhe garantirá fazer todas as partidas de volta no Pacaembu até uma eventual final. Entretanto, Mano Menezes vai ter que trabalhar, e muito, para que o time reencontre o bom futebol - se não igual, pelo menos parecido com aquele que conquistou a Copa do Brasil e o Paulistão de 2009. Talvez a solução seja perder o medo e escalar três atacantes, com Dentinho e Jorge Henrique voltando também para ajudar a defesa, como faziam antes com tanta eficiência. Afinal, mais do que nunca o Alvinegro terá que ser ofensivo na fase mata-mata, isso se não quiser frustrar, mais uma vez, sua imensa torcida.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

MORUMBI OU UMA NOVA ARENA: EIS O DILEMA

Como sempre faz questão de frisar o presidente Juvenal Juvêncio, o São Paulo é um time diferenteeeeee!!! E diferente também parece ser o seu estádio, pelo menos para os padrões exigidos pela Fifa, que tem se mostrado insatisfeita com os projetos de reforma apresentados visando à abertura da Copa do Mundo de 2014. Depois da informação divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a entidade máxima do futebol teria descartado o Morumbi do Mundial, a própria Fifa tratou logo de negar, mas espera que as exigências sejam cumpridas. Por sua vez, o São Paulo diz que não mudará nem mesmo uma linha do novo projeto que será enviado para análise ainda essa semana.

Caso o Cícero Pompeu de Toledo seja mesmo reprovado, o que fazer para que a cidade mais populosa e próspera do país não deixe de participar da festa? No final de setembro do ano passado, eu publiquei um artigo intitulado Pacaembu: o Estádio mais Viável para a Copa do Mundo em São Paulo, e que se tornou alvo de muitas críticas - alguns elogios também, é verdade -, principalmente por parte de torcedores são-paulinos. Entretanto, talvez a reforma do Paulo Machado de Carvalho não passe de uma alternativa muito pouco viável, já que há grande resistência por parte de moradores do bairro, de órgãos de defesa do patrimônio histórico municipal - qualquer reforma previamente aprovada pelos conselhos não poderá trazer mudanças muito significativas à arquitetura do estádio -, e até mesmo da Prefeitura e do Governo do Estado que, segundo o próprio Estadão, mantém em sigilo um plano “B” - a construção de uma nova arena em Pirituba - caso o imbróglio envolvendo o Morumbi não seja resolvido.

Correndo por fora, quem pode tirar proveito dessa situação é o Corinthians, que também pretende apresentar um projeto - mais um!!! - de seu estádio até 1º de setembro, quando o time completa 100 anos. Aliás, não poderia haver momento mais oportuno para que esse projeto possa, enfim, sair do papel; em tempos de Copa do Mundo, não faltarão investidores. Quanto aos órgãos públicos municipais e estaduais, de repente pode até ser uma boa; afinal, terão poupado o “sagrado” dinheiro público e livrado a cara de uma enxurrada de críticas provenientes da imprensa e da própria sociedade. É aguardar para ver o desfecho dessa novela, que se arrasta a longos meses.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 13 de abril de 2010

É MELHOR FICAR CALADO DO QUE FALAR BESTEIRA

Mesmo depois de ter encerrado sua participação no Paulistão, o Corinthians ainda continua rendendo comentários e não sai do pensamento dos adversários, com o do lateral-esquerdo santista Léo que, após a vitória do Peixe sobre o São Paulo, disparou em tom mais provocativo do que propriamente racional: “E, me desculpem, mas todo mundo falava do Corinthians, só que time de qualidade quem tem é o São Paulo”.

Não vejo, no entanto, motivo do ala “cutucar” o Alvinegro; talvez porque o Corinthians esteja entalado na garganta dos santistas desde a humilhante goleada de 7x1 pelo Brasileirão de 2005, ou pela conquista do estadual do ano passado - se bem que o lateral não estava presente em nenhuma das oportunidades.

Muitas vezes mal assessorados, os “profissionais” do futebol acabam por dar declarações que em nada contribuem para suas carreiras. Não que a descortesia do santista tenha provocado um grande alarde no Parque São Jorge, mas às vezes é melhor ficar calado do que falar besteira. Provavelmente o atleta não tem discernimento de que, mesmo em tom de provocação, mencionar o nome de um adversário é dar crédito, fortalecer o inimigo. Virtual campeão paulista, e com todos os méritos - só uma zebra para tirar o título -, o Santos deveria orientar melhor seus jogadores, que dentro de campo dão show de bola e irreverência, mas fora dele deixam muito a desejar.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

MARCO POLO DEL NERO VAI TER QUE “INCENDIAR” O PAULISTÃO

Embora muitos, nos quais eu também me incluo, defendam a atual fórmula de disputa do Paulistão - com semifinais e finais -, em termos de público a edição desse ano tem sido um verdadeiro fiasco. Com exceção à participação dos “chamados” grandes, os jogos envolvendo os times do interior tiveram os estádios praticamente vazios. Além disso, a Federação Paulista de Futebol parece ter perdido o controle da competição: é clube que muda de nome e endereço; partidas transferidas para outras praças, enfim... Só como exemplo, em todos os mandos de jogos do Rio Branco, apenas dois ou três foram disputados no Décio Vitta, em Americana. Resultado: o time está rebaixado. Bem feito! Sem falar ainda quando alguns times saem do interior para mandar jogos contra os grandes na capital paulista. Uma zona só!

O Ituano tem que jogar em Itu; o Paulista, em Jundiaí; o Atlético Monte Azul - outro rebaixado - deveria ter jogado sempre em sua cidade, e assim por diante... Ou será que algum torcedor quis sair de Monte Azul Paulista para ver seu time jogar contra o Ituano em Ribeirão Preto? Com diz o “craque” Neto em seus comentários: “Vocês estão de brincadeira!”. Se cada um jogar na própria casa, ninguém pode falar em favorecimento. Só espero que o Santo André, provável finalista, dê bom exemplo aos demais e não tire a decisão do Bruno José Daniel.

Reeleito presidente da FPF - se bem que não havia nenhum outro candidato -, Marco Polo del Nero terá muito trabalho pela frente para tornar a competição mais atraente. Mas, se seu xará - o imperador Nero - pôs fogo em Roma, quem sabe ele também não possa “incendiar” o Paulistão - no bom sentido, é claro.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

ESTATÍSTICAS DO CORINTHIANS NO PAULISTÃO

Depois de encerrar a participação no Paulistão, é hora de expor os números obtidos pelo Corinthians. E se os cofres alvinegros deixam de abocanhar cerca de 5 milhões - entre premiações da Federação Paulista de Futebol e um incentivo extra por parte do patrocinador em caso de conquista, além das bilheterias como mandante -, é interessante considerar certas estatísticas, algumas até bem positivas: além de ter a defesa menos vazada pela terceira vez consecutiva - em 2008, tomou 15; e em 2009, a exemplo de 2010, 18 gols -, o Timão confirmou mais uma vez porque dá tanto ibope. Em toda a fase classificatória, foram mais de 14500 pessoas por jogo - o melhor público foi contra o Bragantino, no Pacaembu (34.117), e o pior contra o São Caetano, na Arena Barueri (4.031); ambas partidas, com vitória do Corinthians.

Jucilei foi o jogador que mais atuou (16), mesmo número de Iarley - se bem que, na maioria das vezes, o atacante jogou apenas os minutos finais. No “tal” rodízio de Mano Menezes, o goleiro Danilo e o zagueiro Renato foram os únicos a não disputarem sequer uma partida. Dentinho se sagrou o artilheiro, com seis gols. Na questão disciplinar, o sempre comedido capitão Willian recebeu o maior número de cartões amarelos (5), enquanto que Roberto Carlos, na readaptação ao futebol brasileiro, levou dois vermelhos - aliás, além dele e do lateral direito Moacir, ninguém mais foi expulso durante todo o campeonato.

Em minha avaliação particular, partida a partida, as melhores atuações ficaram por conta de Jorge Henrique, contra o Bragantino; Felipe, contra o Palmeiras; Elias, contra o Sertãozinho; e, acredite se quiser, Souza, contra o Mogi Mirim - todos os citados receberam nota oito. Emprestados, respectivamente, para Coritiba e Botafogo, Bill e Edno mais esquentaram o banco do que, propriamente, jogaram.

Para finalizar essas estatísticas, as duas maiores estrelas do elenco - Ronaldo e Roberto Carlos – chegaram às redes adversárias em três oportunidades. Média pra lá de positiva para o lateral; já, para o Fenômeno, que disputou nove jogos, os números estão bem abaixo da expectativa. Talvez o centroavante esteja guardando munição para a Libertadores; afinal, para ele futebol é como andar de bicicleta.

José Donizetti Morbidelli
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

CHUVA DE GOLS COM GOSTO AMARGO

Cerca de 12 mil corinthianos compareceram ao frio e molhado Pacaembu para acompanhar a despedida do Timão do Campeonato Paulista, contra o rebaixado Rio Claro. Entretanto, nem mesmo a goleada de 5x1 - a maior do time na competição - foi suficiente para tirar aquele gosto amargo da garganta do torcedor. Isso porque, longe dali, mais precisamente em Piracicaba e Presidente Prudente, Santo André e São Caetano perdiam seus jogos para São Paulo e Grêmio Prudente, respectivamente.

Na verdade, a desclassificação do Alvinegro começou bem antes da chuvosa noite de quarta-feira, dia 7. Diversos resultados negativos - e o pior, em casa - contribuíram para que o time de Mano Menezes chegasse à reta final sem depender somente de seus esforços. Só para relembrar, foram três empates como mandante: contra Mirassol, o lanterna Rio Branco e Botafogo, sem falar na derrota para o próprio Grêmio Prudente no Eduardo José Farah - um simples empate na ocasião poderia facilitar, e muito, a situação na derradeira rodada.

Se antes ninguém escondia que o grande objetivo do primeiro semestre é a Libertadores, agora mais do que nunca as forças estarão exclusivamente voltadas para a competição sul-americana. E o próximo desafio já está marcado: contra o Racing, do Uruguai, que ainda luta para chegar às oitavas de final. Provavelmente, todos os jogadores estarão à disposição do treinador,
exceção feita a Tcheco, que sofreu uma entorse no tornozelo e ficará de fora por, pelo menos, duas semanas. Aliás, diga-se de passagem, depois de um início de temporada regado por vaias e muita desconfiança, o meia tem correspondido bem e até arrancado aplausos da galera. Quem sabe, em breve, estarão também entoando seu nome.

José Donizetti Morbidelli
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quarta-feira, 7 de abril de 2010

TREZEGUET, DA JUVENTUS, QUER O TIMÃO; PAULINHO, DO BRAGANTINO, TAMBÉM...

De acordo com o lateral Roberto Carlos, seu amigo francês, o atacante Trezeguet, manifestou vontade de jogar no Corinthians; Paulinho, do Bragantino, está praticamente acertado; o brasileiro naturalizado português Deco, também quer voltar... Pelo jeito, estrela ou não, todo mundo sonha em vestir a camisa do Timão. Entretanto, se a vontade é de muitos, o privilégio é para poucos. Além disso, o ciclo de contratações está temporariamente fechado, e só deve ser reaberto para a disputa do Brasileirão, que começa em maio.

Andrés Sanchez já avisou que após a Libertadores algumas perdas serão inevitáveis, o que é natural no futebol de negócios. Só que é bom tomar cuidado na hora da reposição de peças e não recorrer no mesmo erro do ano passado quando, ao perder Cristian, André Santos e Douglas, o Corinthians não conseguiu mais manter o mesmo nível do primeiro semestre e fez uma campanha muito abaixo da expectativa no Brasileirão. Dessa vez os alvos preferidos dos europeus devem ser os meias Elias, Jucilei e Ralf, além do atacante Dentinho - isso, segundo o próprio presidente.

E caso o Alvinegro conquiste a tão sonhada competição sul-americana, a debandada pode ser ainda maior. É o preço a ser pago pela evidência no cenário mundial. Afinal, nunca há bônus sem ônus.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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terça-feira, 6 de abril de 2010

MALA BRANCA QUE NADA, A VITÓRIA NÃO TEM PREÇO

Se dentro de campo os resultados alcançados levam determinadas equipes a não dependerem somente de seus esforços para se classificar, muitas vezes os dirigentes tomam a dianteira para tentar contornar, ou consertar, a situação. E sempre que isso acontece, volta à tona a polêmica questão da "mala branca". De uma vez por todas, é importante salientar que "incentivar" jogadores a vencer suas partidas é prática absolutamente lícita - o que é ilícito, condenável, passível até mesmo de punição é a chamada "mala preta".

No entanto, ao que parece o Corinthians não irá aderir a tal estratégia e nega qualquer compensação financeira a Santo André ou São Caetano nos confrontos diante do São Paulo e Grêmio Prudente, respectivamente. O Timão só se classifica com uma vitória diante do Rio Claro, combinada com ao menos um empate dos times do ABC contra seus adversários. A situação da Portuguesa é um pouco mais complicada.

Embora uma graninha extra seja sempre bem-vinda, o maior incentivo para o jogador de futebol deve ser sempre o da vitória, independente do incentivo de terceiros. O Santo André deve escalar um time praticamente reserva contra o Tricolor, em Piracicaba; no entanto, aquele que entrar em campo vai querer mostrar serviço ao treinador e provar que tem condições de vestir a camisa do Ramalhão. Longe de mim fazer qualquer merchandising, mas como diz uma famosa propaganda comercial, na vida certas "coisas" não tem preço. Certamente, a vitória é uma delas!

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

CORINTHIANS E PORTUGUESA NAS MÃOS DOS TIMES DO ABC

A última rodada do Campeonato Paulista promete ser eletrizante. Com Santos e Santo André já assegurados para as semifinais, nada menos do que quatro times entrarão em campo com um olho no peixe e outro no gato. Para o Corinthians e a Portuguesa, vencer apenas não é suficiente - eles terão que torcer também por tropeços de São Paulo e Grêmio Prudente, que jogam contra Santo André e São Caetano, respectivamente.

Já que seria muito difícil para o Botafogo arrancar um empate contra o Tricolor no Morumbi, as esperanças corinthianas de depender dos próprios esforços para se classificar estavam todas voltadas para o jogo de Bragança Paulista, onde Bragantino e Grêmio Prudente se encharcavam num aguaceiro danado. E tudo parecia caminhar bem para o Corinthians, a Portuguesa e até para o São Paulo, pelo menos até a virada dos visitantes.

Agora, além de vencer o Rio Claro no Pacaembu - tarefa nem um pouco complicada -, o Timão terá ainda que contar com uma ajudinha dos "azulões" do ABC. Só que para a partida contra o São Paulo, transferida para Piracicaba, o vice-líder Santo André já sinalizou com a possibilidade de entrar em campo com o time reserva. Por sua vez, o São Caetano não aspira a mais nada na competição - já está até classificado para o troféu do interior.

Diante desse quadro as chances do Timão parecem bem remotas. Não por menos; afinal, em se tratando de futebol tem sido sempre cada um por si e todos contra o Corinthians. Resta aguardar para ver se essa "quase" regra irá se confirmar ou queimar á língua desse articulista.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
http://jdmorbidelli.zip.net

quinta-feira, 1 de abril de 2010

COM EMPATE HEROICO, TIMÃO PARANAENSE SEGUE NA COPA DO BRASIL

"Corinthiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus." Pelo jeito o Timão paranaense já começou a vivenciar, na prática, o verso entoado nas arquibancadas pela grande massa corinthiana. Afinal, foi com muito sofrimento que o time avançou às oitavas de final da Copa do Brasil. Depois de ter vencido o jogo de ida no Janguito Malucelli, os paranaenses jogavam por um empate simples contra o Ceará, em Fortaleza, o que só aconteceu aos 47 minutos do segundo tempo, com um gol salvador do atacante Bruno Batata.

Debutante no futebol nacional - antes o time se chamava J. Malucelli -, o Corinthians Paranaense disputa a segunda fase do Campeonato Paranaense e, antes do Ceará, já havia desbancado o Juventude que, inclusive, já conquistou a competição em 1999.

Agora, os paranaenses enfrentarão o Vasco da Gama. Aliás, o time de São Januário é freguês de carteirinha do Corinthians na Copa do Brasil. Nas duas vezes em que se encontraram - 1985 e 2009 - os paulistas nem tomaram conhecimento dos cariocas. Detalhe: em ambas edições, o Timão se sagrou campeão. Para quem acredita em coincidências, o caminho dos co-irmãos do Sul parece ser dos mais promissores. Além do mais, o futebol é uma caixinha de surpresas, e um dos poucos esportes em que nem sempre os favoritos levam a melhor.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
http://jdmorbidelli.zip.net