
José Donizetti Morbidelli
Árvore de Natal, presépio, guirlanda, luzes piscantes... Você já imaginou como seria o Natal sem eles? Fim de ano é época de enfeitar casas e lojas e entrar no tal espírito natalino, que enche corações e mentes nessa época. Principal festa da cristandade, o nascimento de Cristo tem muitas formas, e foi adquirindo características diferentes em cada sociedade onde é celebrado. Mas o que é unanimidade entre as pessoas em geral gera algumas controvérsias no segmento evangélico. Não são todos os crentes que festejam o Natal – e muitos dos reticentes argumentam que todos esses adereços têm origem pagã, sendo impróprias, contudo, para uso em igrejas e lares cristãos. Por outro lado, muita gente argumenta que o Natal não é mencionado nas Escrituras, restando controvérsias até mesmo acerca da data do nascimento do Filho de Deus na terra. Consumismo, bebedeiras e outros exageros nos festejos são motivos mais do que suficientes para que muitos evangélicos prefiram manter-se à parte do clima natalino.
A bem da verdade, é preciso lembrar que o Natal que hoje conhecemos teve origem num festejo pagão, o do nascimento do Sol. Veio daí o mitraismo, espécie de culto instituído a partir do ano 274 pelo imperador romano Aureliano para fazer frente a uma festividade que já fazia parte do calendário cristão. A basear-se por teorias históricas, o argumento de determinados grupos de evangélicos em relação à “descristianização” do Natal é completamente desprovido. Contudo, há outros argumentos usados para tirar da data a importância que lhe é atribuída. Com o rigoroso inverno da Judéia, no mês de dezembro, os pastores costumavam, principalmente à noite, recolher seus rebanhos para as estribarias, a fim de protegê-los do frio. Logo, não poderiam estar em vigília nos campos, ao ar livre, conforme descreve o evangelho de Lucas 2.8-13.
De acordo com Joaquim de Andrade, professor de teologia e pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata na Tijuca, Rio de Janeiro, controvérsias em relação à data exata em que Jesus nasceu não invalidam o propósito do Natal. “O que importa é o propósito, não a data”, acredita o religioso, que também é apologista e presidente do Centro Religioso de Estudos e Informações Apologéticas (Creia). Para Andrade, são vários os motivos que, na opinião de alguns crentes, contribuem para a rejeição aos festejos natalinos, principalmente em relação à figura do chamado Bom Velhinho. “Papai Noel é um personagem místico com atributos divinos, incluindo onisciência e onipotência”, descreve. “Ele distrai a atenção de Cristo no Natal. As crianças perdem a fé nos pais quando descobrem que ele não é real, e sua presença ainda as ensina a serem materialistas”, enumera.
Contudo, o pesquisador defende que, independente das objeções impostas ao gorducho de roupa vermelha, é perfeitamente possível a celebração da data sem sua simbólica presença. “Retire Papai Noel e o Natal permanece intacto. No entanto, retire Cristo – e tudo que sobra é uma festa pagã”.
“Jesus não nasceu” – Se o tradicional pinheirinho é um adereço quase obrigatório nos ambientes familiares no mês de dezembro, crentes de diversos segmentos denominacionais o rejeitam, associando-o ao objeto descrito no livro do profeta Jeremias, cujos versículos 10.3-4 dizem o seguinte: “Pois os costumes dos povos são vaidades; corta-se do bosque um madeiro e se lavra com machado pelas mãos do artífice. Com prata e com ouro o enfeitam; com pregos e com martelos o firmam, para que não se movam”. “Certamente há uma semelhança entre a coisa descrita e a árvore de Natal; no entanto, semelhança não é igual a identidade”, pondera o pastor Joaquim de Andrade, defendendo a tese de que profeta se referia a um ídolo – a representação de um falso deus.
“Jesus não nasceu, ele é eterno, tomou carne sobre si e veio ao mundo para cumprir seu propósito de salvar o homem e levá-lo consigo para a eternidade. Por isso, respeito mas não comemoro o Natal”, comenta Ana Lúcia Barone de Santana, que é membro da Comunidade Evangélica em Vila Nova Cachoeirinha, bairro da zona norte de São Paulo. Embora concorde com o teólogo acerca do risco das interpretações literais das Escrituras – “Não podemos isolar um versículo do contexto bíblico” –, ela prefere passar o Natal longe de tudo aquilo que, para a maioria das pessoas, é a própria essência da festa: os enfeites, festas e presentes. De qualquer forma... feliz Natal a todos!
A trajetória de um mito
Conta-se que Nicolau foi um religioso muito querido pelos cristãos de seu tempo, por volta do século 4 da Era Cristã. Diz a tradição que ele era muito generoso, e tinha o costume de dar pequenos presentes às crianças carentes. Sua fama correu e, pelos milagres que lhe foram atribuídos, foi nomeado bispo da cidade de Mira, na Ásia Menor (hoje, a região compreendida pela Turquia). Após sua morte, a figura de Nicolau conquistou devotos. Além de artistas medievais que o reproduziam em suas artes, até o imperador romano Justianiano I rendeu-lhe homenagens, construindo uma igreja no século 6 em Constantinopla – atual Istambul, capital da Turquia. Com a Reforma Protestante, o culto a São Nicolau praticamente minguou na Europa, restringindo-se somente à Holanda, tradição essa que os colonizadores levaram para a América no século 17. Em pouco tempo, o mito do Sinterklaas holandês conquistou os americanos, que começaram a chamá-lo de Santa Claus. Numa estratégia de marketing para conquistar o público infantil, a gigante dos refrigerantes Coca-Cola contratou cartunistas para dar novas feições ao personagem por volta dos anos 1930. O Papai Noel, como é conhecido hoje, com sua roupa vermelha e branca – alusiva às cores da empresa –, bochechas rosadas e pinta de vovô gentil, surgiu a partir dos esboços de um artista sueco chamado Haddon Sundblon. Detalhe – conta-se que o desenhista era um beberrão inveterado.
Fonte: Revista Eclésia - Edição 129
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Árvore de Natal, presépio, guirlanda, luzes piscantes... Você já imaginou como seria o Natal sem eles? Fim de ano é época de enfeitar casas e lojas e entrar no tal espírito natalino, que enche corações e mentes nessa época. Principal festa da cristandade, o nascimento de Cristo tem muitas formas, e foi adquirindo características diferentes em cada sociedade onde é celebrado. Mas o que é unanimidade entre as pessoas em geral gera algumas controvérsias no segmento evangélico. Não são todos os crentes que festejam o Natal – e muitos dos reticentes argumentam que todos esses adereços têm origem pagã, sendo impróprias, contudo, para uso em igrejas e lares cristãos. Por outro lado, muita gente argumenta que o Natal não é mencionado nas Escrituras, restando controvérsias até mesmo acerca da data do nascimento do Filho de Deus na terra. Consumismo, bebedeiras e outros exageros nos festejos são motivos mais do que suficientes para que muitos evangélicos prefiram manter-se à parte do clima natalino.
A bem da verdade, é preciso lembrar que o Natal que hoje conhecemos teve origem num festejo pagão, o do nascimento do Sol. Veio daí o mitraismo, espécie de culto instituído a partir do ano 274 pelo imperador romano Aureliano para fazer frente a uma festividade que já fazia parte do calendário cristão. A basear-se por teorias históricas, o argumento de determinados grupos de evangélicos em relação à “descristianização” do Natal é completamente desprovido. Contudo, há outros argumentos usados para tirar da data a importância que lhe é atribuída. Com o rigoroso inverno da Judéia, no mês de dezembro, os pastores costumavam, principalmente à noite, recolher seus rebanhos para as estribarias, a fim de protegê-los do frio. Logo, não poderiam estar em vigília nos campos, ao ar livre, conforme descreve o evangelho de Lucas 2.8-13.
De acordo com Joaquim de Andrade, professor de teologia e pastor da Igreja Missionária Evangélica Maranata na Tijuca, Rio de Janeiro, controvérsias em relação à data exata em que Jesus nasceu não invalidam o propósito do Natal. “O que importa é o propósito, não a data”, acredita o religioso, que também é apologista e presidente do Centro Religioso de Estudos e Informações Apologéticas (Creia). Para Andrade, são vários os motivos que, na opinião de alguns crentes, contribuem para a rejeição aos festejos natalinos, principalmente em relação à figura do chamado Bom Velhinho. “Papai Noel é um personagem místico com atributos divinos, incluindo onisciência e onipotência”, descreve. “Ele distrai a atenção de Cristo no Natal. As crianças perdem a fé nos pais quando descobrem que ele não é real, e sua presença ainda as ensina a serem materialistas”, enumera.
Contudo, o pesquisador defende que, independente das objeções impostas ao gorducho de roupa vermelha, é perfeitamente possível a celebração da data sem sua simbólica presença. “Retire Papai Noel e o Natal permanece intacto. No entanto, retire Cristo – e tudo que sobra é uma festa pagã”.
“Jesus não nasceu” – Se o tradicional pinheirinho é um adereço quase obrigatório nos ambientes familiares no mês de dezembro, crentes de diversos segmentos denominacionais o rejeitam, associando-o ao objeto descrito no livro do profeta Jeremias, cujos versículos 10.3-4 dizem o seguinte: “Pois os costumes dos povos são vaidades; corta-se do bosque um madeiro e se lavra com machado pelas mãos do artífice. Com prata e com ouro o enfeitam; com pregos e com martelos o firmam, para que não se movam”. “Certamente há uma semelhança entre a coisa descrita e a árvore de Natal; no entanto, semelhança não é igual a identidade”, pondera o pastor Joaquim de Andrade, defendendo a tese de que profeta se referia a um ídolo – a representação de um falso deus.
“Jesus não nasceu, ele é eterno, tomou carne sobre si e veio ao mundo para cumprir seu propósito de salvar o homem e levá-lo consigo para a eternidade. Por isso, respeito mas não comemoro o Natal”, comenta Ana Lúcia Barone de Santana, que é membro da Comunidade Evangélica em Vila Nova Cachoeirinha, bairro da zona norte de São Paulo. Embora concorde com o teólogo acerca do risco das interpretações literais das Escrituras – “Não podemos isolar um versículo do contexto bíblico” –, ela prefere passar o Natal longe de tudo aquilo que, para a maioria das pessoas, é a própria essência da festa: os enfeites, festas e presentes. De qualquer forma... feliz Natal a todos!
A trajetória de um mito
Conta-se que Nicolau foi um religioso muito querido pelos cristãos de seu tempo, por volta do século 4 da Era Cristã. Diz a tradição que ele era muito generoso, e tinha o costume de dar pequenos presentes às crianças carentes. Sua fama correu e, pelos milagres que lhe foram atribuídos, foi nomeado bispo da cidade de Mira, na Ásia Menor (hoje, a região compreendida pela Turquia). Após sua morte, a figura de Nicolau conquistou devotos. Além de artistas medievais que o reproduziam em suas artes, até o imperador romano Justianiano I rendeu-lhe homenagens, construindo uma igreja no século 6 em Constantinopla – atual Istambul, capital da Turquia. Com a Reforma Protestante, o culto a São Nicolau praticamente minguou na Europa, restringindo-se somente à Holanda, tradição essa que os colonizadores levaram para a América no século 17. Em pouco tempo, o mito do Sinterklaas holandês conquistou os americanos, que começaram a chamá-lo de Santa Claus. Numa estratégia de marketing para conquistar o público infantil, a gigante dos refrigerantes Coca-Cola contratou cartunistas para dar novas feições ao personagem por volta dos anos 1930. O Papai Noel, como é conhecido hoje, com sua roupa vermelha e branca – alusiva às cores da empresa –, bochechas rosadas e pinta de vovô gentil, surgiu a partir dos esboços de um artista sueco chamado Haddon Sundblon. Detalhe – conta-se que o desenhista era um beberrão inveterado.
Fonte: Revista Eclésia - Edição 129
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Gostei do texto! Até o que sei algumas religiões não celebram o Natal argumentando que na Bíblia não está escrito a data em que Jesus nasceu. Mas (também segundo meus humildes conhecimentos)a data foi instituida acho que até por causa desta tal festa do rei sol, neste caso porque Jesus seria (é) o rei! De qualquer forma (pelo menos segundo a Igreja Católica que é a que participo) no Natal Jesus não vai nascer, Ele já nasceu uma vez e não precisa nascer de novo. Domingo passado se iniciou o Advento, que é para esperarmos a segunda vinda do Senhor, não seu nascimento. Celebramos e nos recordamos de todo o acontecimento do nascimento de Cristo, mas o que temos (nós cristãos) que esperar e nos preparar é para o "final dos tempos", não é uma espera (como se Maria estivesse grávida novamente) de alguém que vai nascer e sim, de um "homem-Deus" que já veio sobre a terra e que prometeu que voltaria.. Um abraço!
ResponderExcluirDaniy