No primeiro semestre o time de Mano Menezes tinha uma face: competitiva, aguerrida, motivada. Mas foi só conquistar a Copa do Brasil e garantir a vaga para a Libertadores que a equipe, assim como no filme do diretor texano Gregory Hoblit, mudou completamente de face. No Brasileirão, o Timão tem se mostrado desmotivado, sem garra, só esperando que a temporada acabe – como se o dever já estivesse mais que cumprido.
Ficção é ficção, mas futebol é realidade. Não dá para aceitar dois comportamentos tão distintos – mesmo com desculpas do tipo "janela de transferências" ou "reformulação do elenco". Um time da grandeza do Corinthians deve entrar em campo sempre com o espírito vencedor; se não dá mais para chegar ao título, a voz que vem das arquibancadas deve reger a motivação dos jogadores.
Essa apatia em campo é um desrespeito para com aqueles torcedores que muitas vezes gastam o que não têm para pagar a mensalidade do programa Fiel Torcedor, que enfrentam fila quilométricas para comprar ingressos, ou seja, que acompanham o time diante de qualquer circunstância. O Corinthians precisa urgentemente de uma boa sacudida, para voltar a ter uma única face.
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
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