Dilema sem precedentes acontece com o Morumbi, o maior estádio particular do mundo e do qual os saopaulinos tanto se gabam. Quem vê o gigante palco à distância ou pela televisão com seu suntuoso anel superior, não imagina que ali dentro as coisas são bem disformes – para não dizer ultrapassadas. Só que, aos olhos da FIFA, nada passa despercebido. A começar pelos "pontos cegos" – de onde praticamente não se vê a cor da boa –; passando pelos banheiros mal cuidados e arquibancadas desconfortáveis.
Isso é apenas o começo de um mundaréu de problemas. Sua localização – numa região super valorizada, mas extremamente distante – é sempre uma dor de cabeça para os que se aventuram a voltar de ônibus para casa após os jogos – quem faz a festa e enche os bolsos com isso são os donos de lotações –; já os que dispõe de condução própria, sofrem por falta de estacionamento e risco de assalto.
A diretoria tricolor, com aquela prepotência desmedida peculiar à maioria de seus membros, quer por que quer convencer a Fifa que é possível adequar o estádio para a Copa, e haja plantas, maquetes, corel draw, autocad, e power point. E quatro anos podem passar num piscar de olhos!
Diante de todo esse imbróglio, ou o maior centro econômico e financeiro do país fica de fora da Copa do Mundo, ou então se constrói um novo estádio. E nisso, o Corinthians, que sempre sonhou com uma grande arena para comportar sua enorme torcida, pode se beneficiar – ainda mais tendo como torcedor o presidente da República.
Qualquer país que preiteie sediar uma Copa do Mundo tem que colocar a mão no bolso. Mas de onde vem tanto dinheiro? Bingo! Recursos públicos, não somente em São Paulo mas em todas as demais cidades-sedes. Por outro lado, não foi esse mesmo dinheiro público que tornou possível a construção do Cícero Pompeu de Toledo, em plena ditadura militar. Portanto, pensem nisso antes de cobrar do Corinthians qualquer favorecimento por parte dos Poder Público!
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário