terça-feira, 10 de novembro de 2009

A FAZENDINHA PODERIA SER O ALÇAPÃO CORINTHIANO

Bem localizado e de fácil acesso – da até para ir a pé a partir do metrô Carrão ou Tatuapé –, o Estádio Alfredo Schüring, mais conhecido como Parque São Jorge e carinhosamente chamado de Fazendinha, poderia muito bem se tornar o caldeirão corinthiano, ainda mais efervescente do que o próprio Pacaembu. Poderia! Mas para isso, em primeiro lugar a Prefeitura de São Paulo teria que autorizar a ampliação de suas arquibancadas – atualmente o estádio comporta pouco mais de 10 mil torcedores, número insignificante para acomodar a grande massa alvinegra. Entretanto, qualquer iniciativa da diretoria corinthiana em aumentar a capacidade do estádio parece encontrar restrições junto aos órgãos públicos municipais, que alegam, principalmente, uma grande demanda do trânsito na região em dias de jogos. Oras, independente de qualquer coisa, o trânsito já é caótico em toda a cidade. O que dizer então de eventuais partidas realizadas no Canindé – não me refiro aos jogos da Luza –, que fica na mesma Marginal Tietê; ou então no Pacaembu?

Com o gramado impecável e dimensões máximas (110 x 74) – só para comparar, o Maracanã tem 110 x 75; o Morumbi 108 x 72; e o Pacaembu 104 x 68 –, e aumento para, talvez, 30 mil torcedores, tornariam a casa corinthiana um verdadeiro alçapão. Se muitos adversários já se assustam quando encaram um Paulo Machado de Carvalho lotado, imagine então a Fazendinha, onde praticamente não existe espaço entre a gramado e as arquibancadas. Nada é impossível, mas seria muito difícil derrotar o Timão diante de um barulho ensurdecedor, e tão próximo, produzido por milhares de vozes entoando a plenos pulmões: "Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians".

Talvez o real motivo da Prefeitura não permitir a ampliação do Parque São Jorge, ou até mesmo criar empecilhos para a construção de uma nova arena, seja mais político do que propriamente de logística. Quem pagaria as contas do Pacaembu? Afinal, inquilino como o Corinthians não seria nada fácil de arrumar.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário