sexta-feira, 26 de março de 2010

JOGADOR DE FUTEBOL TAMBÉM TÊM SENTIMENTOS

Vagner Love não pode ir à favela onde, segundo ele, estão suas raízes, amigos e onde desenvolve trabalhos humanitários. Adriano não pode presentear quem ele quiser - embora negue, há suspeitas de que o craque tenha comprando uma moto para a mãe de um traficante , no Rio. Ronaldo, depois de uma atuação ruim e ser moralmente ofendido por um torcedor, não pode fazer um gesto obsceno. Bem, pelo jeito, pessoas públicas não tem direito a muita coisa. Além das imagens denegridas perante a sociedade, geralmente eles são condenados antes mesmo das explicações virem à tona.

Não que seja sadio aparecer ao lado de traficantes armados na favela, ou se envolver, mesmo que indiretamente, como suas famílias; ou ainda se revoltar contra a torcida. Mas onde está o livre-arbítrio? Não estou aqui para defender os jogadores de futebol, a maioria deles mal assessorados e até mesmo despreparados para lidar com fama e dinheiro. Contudo, como qualquer pessoa eles também têm sentimentos, momentos de desequilíbrio - principalmente quando as coisas não acontecem da maneira como esperam dentro de campo.

Cabe aos clubes orientá-los, sim; e às torcidas procurar compreendê-los e apoiá-los. É muito fácil idolatrar os craques na hora do gol, dos títulos, das comemorações; mas são nos momentos de adversidades que o verdadeiro torcedor têm que se fazer presente. Tanto Vagner Love, como Adriano e Ronaldo merecem todo o respeito pelo que fazem dentro de campo; agora, a vida particular de cada um não interessa a ninguém.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
http://jdmorbidelli.zip.net

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