
Se por um lado a medida beneficia os clubes, por outro atesta a incompetência dos dirigentes do futebol brasileiro e das próprias agremiações. Dos dirigentes por se renderem ao bel-prazer das equipes européias que, aliás, são indiferentes à mudança - para eles tanto faz ou tanto fez, em qualquer época basta abrir seus cofres e ir às compras -; dos clubes por não buscarem novas alternativas de receitas sem a necessidade de negociar jogadores para fazer caixa ou, muitas vezes, para dirimir as pressões dos investidores.
Patrocínio de camisas - considerando-se costas, barriga, mangas e, em contratos específicos, até debaixo do braço -; fornecedores de material esportivo, bilheterias, programa sócio-torcedor, direitos televisivos, lojas oficiais. Será que a receita gerada por tantas fontes diferentes não é suficiente, desde que bem administrada, para manter um clube, sem que necessariamente tenha que liquidar seus jogadores?
Talvez o maior empecilho para os times evitarem os eventuais desmanches - palavra que, ultimamente, tem causado calafrio em muitos torcedores - não seja propriamente a falta de verba ou o assédio dos europeus, mas a ganância dos empresários do futebol, responsáveis por não somente acabar com aquela gênese do "amor à camisa", como também por inserir cifras milionárias na mente dos atletas. E infelizmente, para esse mal ainda não inventaram - e tampouco inventarão - a cura.
José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
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