segunda-feira, 10 de agosto de 2009

SAUDADES DA SÉRIE B?

Apenas dois pontos nos últimos cinco jogos disputados: derrota para o Palmeiras, empate com o Santo André e Avaí, e novos tropeços com Náutico e Flamengo. Apenas um gol marcado e seis sofridos. Hoje, a colocação do Timão na tabela, na 11ª colocação, é pior do que quando o time disputava duas competições simultaneamente – o próprio Brasileirão, com a equipe praticamente reserva, e a fase final da Copa do Brasil. Muito se fala em perda de jogadores, período de transição, acomodação, mas o que realmente está parecendo é que o Todo Poderoso está com saudades da Série B. É bom o Timão abrir os olhos; afinal, são apenas sete pontos que o separam da zona de degola.

No ano passado, o Corinthians era o centro das atenções – em algumas rodadas, a própria TV Globo ignorou jogos da Série A para mostrar o time do Parque São Jorge. Estádios lotados, cofres abarrotados, ambiente festivo, vitórias, vitórias, vitórias... E a caravana de Mano Menezes arrastava multidões pelo país afora. Não deu outra, o time se sagrou campeão com várias rodadas de antecedência e comemorou o retorno à elite do futebol nacional como quem ganha um torneio intercontinental.

As expectativas para esse ano eram as melhores possíveis, e se confirmaram no primeiro semestre – Campeão Paulista invicto, e brilhante conquista na Copa do Brasil – o Corinthians seguiu a receita de quem quer ser campeão, marcou gols em todos os jogos fora de casa e não sofreu nenhum no Pacaembu. Mas hoje, a menos de dois meses desde a conquista em pleno território colorado (Beira-Rio), o futebol do time é irreconhecível: indefinição na defesa, lentidão na saída de jogo, ineficiência no ataque – injusto é a torcida pegar no pé do jovem Bill, que acabou de chegar e, diga-se de passagem, não é nenhum fenômeno.

Muitas têm sido as críticas destinadas à diretoria pela venda de suas principais peças, mas o próprio Mano Menezes, insatisfeito com as perdas de André Santos, Cristian e Douglas, engrossa a voz que vem das arquibancadas. "Com aquele time era possível brigar pelo título; com esse, não é", afirmou em tom de desabafo após a derrota no Maracanã. Aliás, lindo, com 50 mil torcedores fazendo uma festa que só as duas maiores torcidas do Brasil podem proporcionar. Mas dessa vez apenas uma comemorou.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br

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