terça-feira, 25 de maio de 2010

HOMOFOBIA NO PARQUE SÃO JORGE?

Como em qualquer outro segmento social, é claro que também existem gays em qualquer atividade esportiva: na natação, no vôlei, no atletismo, no basquete, enfim. Até mesmo no Ultimate Fighting ou nas academias de musculação, basta olhar para muitos daqueles bombadões para perceber que por trás dos músculos cultuados esconde mesmo a esperança de que, um dia, eles possam sair do armário. No futebol, embora o homossexualismo ainda seja tratado como um grande tabu, não é nem um pouco diferente. Quem não se lembra da recente imagem dos jogadores Zlatan Ibrahimovic e Gerar Piqué, do Barcelona, flagrados por uma câmera nada indiscreta trocando carícias num estacionamento? Gays ou não, a imagem que correu o mundo é pra lá de comprometedora.

Que o homossexualismo no futebol é um fato, não há dúvidas, assim como igualmente verídico é o preconceito que persiste em fazer parte da mente de muitas pessoas. Provavelmente o presidente do Corinthians Andrés Sanchez não seja homofóbico, mas, durante entrevista à Folha de S. Paulo, ele disparou, em defesa dos jogadores mulherengos: “Qual é o problema de ter mulher? Ainda bem. Já pensou se tivesse homem? Eu prefiro jogador que, se for solteiro, tenha dez mulheres do que um homem”.

Exatamente num momento em que tramita no Senado Federal a chamada Lei da Homofobia que, se aprovada, tratará como crime qualquer ato de discriminação contra os homossexuais, o mandatário corinthiano - que, inclusive, será o chefe de delegação da Seleção Brasileira na África do Sul - poderia ter medido melhor as palavras, mesmo que não tenha tido a intenção de discriminar alguém.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
http://jdmorbidelli.zip.net
twitter.com/jdmorbidelli

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