quarta-feira, 19 de maio de 2010

PAZ NUM PARQUE, CRISE NO OUTRO

Historicamente, sempre depois que perdia uma Libertadores, a crise aportava com força no Parque São Jorge. Qual corinthiano não se lembra, por exemplo, de 2000, quando o time foi eliminado nos pênaltis pelo Palmeiras e alguns torcedores tentaram agredir os jogadores? Ou então, em 2006, quando a torcida tentou invadir o gramado do Pacaembu na derrota para o River Plate? Dessa vez o “trauma” parece ter sido menor, e a torcida - como sempre deve ser - lamentou, chorou, aplaudiu, em vez de partir para a ignorância. Sinal de que as coisas estão indo pelo caminho certo. Mas o mesmo não se pode dizer do outro parque - o Antártica. Pelos lados da Barra Funda, a crise parece ter chegado com a força de um tsunami. Sem comando em campo e, infelizmente, administrado como fazem os amadores - não estou dizendo que os dirigentes não sejam competentes -, a instituição Palmeiras, grandiosa, solene, importante - sem qualquer ironia - parece estar jogada às traças.

Depois da desastrosa partida contra o Vasco, no Rio de Janeiro, alguns jogadores saíram para a noite carioca - para comemorar o quê, afinal? E chegaram às 5 da manhã no hotel onde o time estava hospedado. O resultado da indisciplina, ou da falta de ética profissional, ou, chamem do que quiserem é que quem pagou o pato foram o técnico Antonio Carlos e o atacante Robert.

Injusto, claro! Está mais do que claro que os dirigentes alviverdes queriam encontrar um bode expiatório para mostrar quem manda no clube. Só uma pergunta: será que se fossem outros jogadores, como por exemplo o volante Pierre ou o meia Cleiton Xavier, que tivessem saído para a noitada, eles também teriam sido dispensados? Certamente que não; afinal, a mais pura verdade é que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

José Donizetti Morbidelli
Jornalista
jdmorbidelli@estadao.com.br
http://jdmorbidelli.zip.net
twitter.com/jdmorbidelli

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